Eis a canção que escutei o Sábio
cantar:
“Não sou o que pensava ser.
O que julgava Real era apenas
sombra.
O que cria valer, valor não
tinha.
O consciente revelou-se-me não
ser.
Vi a impermanência do que eterno
me parecia.
Vi mentiras escondidas em
reposteiros de verdades.
Ao desiludir-me, vi sorrisos
disfarçando prantos.
Em meu desencanto descobri
maldades nos que supusera santos.
Quando me desenganei, constatei a
estultícia de quem supusera ser sábio.
Vi tibieza nos que pareciam
fortes.
Assim como o Real se veste de
aparências, os homens se vestem de ilusões.
O mal não está em o Real
vestir-se de maya, nem no homem que se veste de hipocrisia.
O mal está no engano, no encanto,
nas ilusões que minha própria ignorância engendrava e nutria.
Desiludido, desenganado,
desencantado, agora estou salvo.
Agora vejo.
Agora sei.
Agora Eu Sou”.
(Hermógenes – Mergulho na paz –
p. 193)
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