
1. Nunca faças aquilo que não estejas comprometido a fazer como teu dever; isto é, nunca faças qualquer coisa desnecessária. Antes de fazer algo, pensa se é teu dever fazê-lo.
2. Nunca digas uma palavra desnecessária. Pense nos efeitos que tuas palavras podem produzir antes de pronunciá-las. Nunca te permitas violar teus princípios por força de tuas companhias.
3. Nunca permitas que qualquer pensamento desnecessário ou vão ocupe a tua mente. Isso é mais fácil de dizer do que fazer. Não podes esvaziar tua mente de uma só vez. Por isso, no início, tenta evitar pensamentos maus ou ociosos, antes ocupando a tua mente com a análise de tuas próprias faltas, ou com a contemplação daqueles que são Perfeitos.
4. Durante as refeições exercita a tua vontade, de modo a que o teu alimento seja apropriadamente digerido a fim de formar para ti um corpo em harmonia com tuas aspirações espirituais, que não gere paixões maléficas e maus pensamentos. Come apenas quando tiveres fome e bebe apenas quando tiveres sede, nunca de outro modo. Se um prato especial atrai o teu paladar, não te permitas ser seduzido a comê-lo para satisfazer aquele desejo ardente. Lembra-te de que o prazer não existia alguns segundos antes, e que cessará de existir alguns segundos depois; de que é um prazer transitório, e que aquilo que agora é um prazer irá tornar-se dor se tu o ingerires em demasia; de que dá prazer apenas à língua; lembra-te de que se te afligires em demasia para obter tal prato, e te permitires ser seduzido por ele, não terás qualquer tipo de pudor para consegui-lo; de que uma vez que existe outro objeto que te possa trazer felicidade eterna, convergir teus desejos para algo transitório é pura tolice; de que tu não és nem o corpo nem os sentidos, e portanto o prazer e as dores que eles experimentam jamais poderão realmente te afetar, e assim por diante. Pratica a mesma série de raciocínios no caso de qualquer outra tentação, e ainda que venhas a falhar muitas vezes, mesmo assim, com toda a certeza, chegarás ao êxito. Não leias em demasia. Se leres por dez minutos, reflete por outras tantas horas. Habitua-te à solidão e a permanecer só com os teus pensamentos.
Acostuma-te ao pensamento de que ninguém além de ti pode dar-te assistência, e desapega-te de tuas afeições em relação a todas as coisas gradualmente. Antes de dormir, reza como fizeste pela manhã. Faz uma revisão das ações do dia, vê onde tu falhaste e resolve então que não falharás nas mesmas coisas amanhã¹.
1. The Theosophist, ago, 1889, p. 647.
(Helena Blavadsky - Ocultismo Prático - Ed. Teosófica, Brasília - p. 13/22)
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