"Amor é uma palavra difícil de entender. O amor
jamais acontece enquanto não houver liberdade. Não é possível que um escravo sinta
o verdadeiro amor. Se você compra um escravo, prende-o em grilhões e obriga-o a
trabalhar, ele trabalhará como um burro de carga, porém sem nenhum amor. Nós
mesmos quando agimos no mundo como escravos, não o fazemos com amor, e
nossa ação não pode ser considerada correta. Isso é verdade quando servimos
nossos parentes e amigos, ou quando agimos para nós mesmos. O trabalho egoísta
é trabalho escravo. Você pode fazer uma verificação: todo ato de amor traz
felicidade, não há ato de amor que não traga como resultado paz e felicidade.
Por isso o verdadeiro amor nunca pode causar sofrimento, nem a quem ama, nem a
quem é amado. Suponha que um homem ame uma mulher. Quer tê-la toda para si
mesmo e tem ciúmes de cada movimento seu. Quer que ela sente a seu lado, fique
perto dele, coma e aja sob seu comando. É escravo dela e deseja que ela seja
sua escrava. Isso não é amor, é um tipo de afeição mórbida, opressora, que se
faz passar por amor, não pode ser amor, porque é doloroso. Se ela não faz o que
ele quer, ele sofre. Amor não produz dor; amor só traz felicidade. Se não é
esse caso, não se trata de amor. Alguma outra coisa está sendo confundida com
amor. Quando você conseguir amar seu marido, esposa, filhos, o mundo inteiro e
o universo de tal modo que não haja nenhuma reação de dor ou ciúme, nenhum
sentimento egoísta, você está pronto para o desprendimento."
(Swami
Vivekananda - O Que é Religião – Ed. Lótus do Saber,Rio de Janeiro - p.
211/212)
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