"Felicidade é a própria natureza do Ser; a felicidade e o Ser não são
diferentes. Não há felicidade em nenhum objeto do mundo. Nós imaginamos, devido
a nossa ignorância, que obtemos felicidade dos objetos. Quando a mente se
exterioriza, experimenta o sofrimento. Na verdade, quando os desejos da mente
são satisfeitos, ela retorna à sua morada e desfruta da felicidade que é o Ser.
Similarmente, nos estados de sono, samãdhi
e desmaio, e quando o objeto desejado é obtido – ou o objeto indesejável é
removido – a mente se internaliza e desfruta a pura Felicidade do Ser. Assim, a
mente se move inquieta, alternadamente se afastando do Ser e retornando a ele.
Sob a árvore a sombra é agradável; lá fora o calor é escaldante. Uma
pessoa que caminha sob o sol sente-se
aliviada quando chega na sombra. Alguém que vive indo do sol para a sombra e da
sombra de volta ao sol é um tolo – o sábio permanece sempre na sombra. Igualmente,
a mente daquele que conhece a Verdade não deixa Brahman. Ao contrário, a mente do ignorante perambula pelo mundo
sentindo-se miserável, e de vez em quando retorna a Brahman para experimentar a felicidade. Na verdade, o que é chamado
“mundo” é apenas pensamento. Quando o mundo desaparece, isto é, quando não há
pensamento, a mente experimenta a felicidade; quando o mundo aparece, ela
experimenta o sofrimento."
- Brahman – o Ser supremo, imutável, incognoscível e sem atributos;
- Samãdhi – estado no qual a consciência humana é transcendida.
(Vida e Ensinamentos de Sri Ramana
Maharshi – Ed. Teosófica, Brasília - p. 141)
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