"A existência
do eu é conhecida através dos seus movimentos na forma de pensamentos, emoções,
motivações e assim por diante. Se não há movimento, é impossível ter
consciência do eu. Para compreender a sua natureza, é preciso, portanto,
entender o que está acontecendo interiormente, o que não é fácil, porque a
natureza e a qualidade das atividades da mente estão constantemente se
modificando. Se a mente aprendeu a ser sofisticada, essas mudanças são rápidas
e sutis. São necessárias clareza, lógica e perspicácia para que a pessoa possa
perceber e entender estes movimentos.
A observação dos fatos externos
aumenta a perspicácia e a clareza. A pessoa que não está acostumada a observar
fica, inevitavelmente, em desvantagem diante da tarefa de conhecer o eu. Assim,
deve-se aprender a ver as árvores, a terra, o céu e as estrelas, a feiura e a
beleza, a dor e a alegria.
Pode parecer uma perda de tempo
fazer algo tão banal como olhar e observar as coisas. Mas isso é necessário
para que cada candidato ao autoconhecimento perceba as limitações de seu poder
de observação; como ele perde modulações sutis e nuances, e de que forma pode
aprender sobre cores, formas, movimentos e sentimentos através da observação
cuidadosa.
Ao fazer isso, a mente aprende a
olhar, ganha lucidez e perspicácia, flexibilidade e sutileza, e faz uma
preparação para olhar para dentro. Também é preciso que a mente aprenda a ser
racional e lógica na observação dos fatos, pois sem essa capacidade,
provavelmente ela será enganada ao olhar as atividades internas."
(Radha
Burnier - O Caminho do Autoconhecimento - Ed. Teosófica, Brasília - p. 67/ 70)
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