quarta-feira, 21 de agosto de 2013

ENTUSIASMO NA VIDA ESPIRITUAL

"Um dos mais desconcertantes problemas da vida espiritual é o de mantermos nosso interesse em meio às intermináveis dificuldades e aos mais cruéis desafios. É a rotina e a monotonia de nossa vida diária que solapa nossa vitalidade e força. A vida da maior parte da humanidade é feita de pequenos fatos e incidentes que podemos chamar de trivialidades da existência. Grandes e extraordinários acontecimentos raramente ocorrem nas vidas de homens e mulheres comuns. Demonstrar entusiasmo por coisas extraordinárias é fácil, porém é extremamente difícil mantê-lo em meio à rotina diária. O maior dos desafios do ser humano consiste na manutenção da integridade espiritual em meio dos detalhes triviais da vida. Manter equilíbrio perfeito de pensamento e emoção entre as provações incessantes causadas pelos fatos e acontecimentos da existência diária, demanda uma energia que a maioria não está em condições de apresentar. E, além disso, a prova da vida espiritual está no âmbito das atividades comuns e não na esfera de empreendimentos extraordinários.

Foi Emerson quem disse que jamais algo de grandioso fora conseguido sem o entusiasmo. Se ele tinha razão, então o entusiasmo é uma das qualidades essenciais requeridas na senda espiritual. Sem entusiasmo, esta parecerá enfadonha. (...)

Entretanto, o entusiasmo não deverá ser confundido com o desempenho eficiente de nossas obrigações. A chamada eficiência do mundo é devida, geralmente, ao cultivo de certos hábitos. Uma vida eficiente não é necessariamente uma vida criadora – muitas vezes é uma vida automática. (...)

O entusiasmo por alguma coisa emana de uma condição de profundo interesse. Não se deve também confundir entusiasmo com simples excitação. Esta não possui profundidade e, portanto, não pode sustentar-se. Necessita ser constantemente alimentada pelas sensações do mundo externo. Porém o entusiasmo, arraigado no interesse profundo, tira sua força da própria profundidade. A mente capaz de um interesse profundo não conhece momentos de obscuridade e não se intimida com obstáculos, por maiores que sejam."

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 9/11)


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