"A espiritualidade hindu requer uma explicação
aprofundada, que mostre sua abrangência e de que forma difere da religião. Tudo
que diz respeito às formas exteriores pertence à religião, ao passo que a
amplitude da espiritualidade se encontra na vida interior. A religião pode ser
praticada em grupo, com ritos e cerimônias fortemente ligados à vida social, e
pode conter doutrinas e dogmas. A espiritualidade, porém, é inteiramente
pessoal e não depende de formas exteriores. Transcende todas as religiões,
conduzindo a um estado de compreensão no qual as diferenças cessam.
O ser humano que pratica uma
religião é um homem religioso, mas não será necessariamente um ser espiritual
até descobrir em si mesmo a manifestação de outra qualidade: uma visão
universal muito mais vasta do que o mundo observado ao nosso redor.
(...) Enquanto o homem estiver no
estado de consciência comum, limitado, não saberá que a criação inteira é
permeada por Aquele que é Brahman. Esse é um fato que ninguém pode explicar. Na
vida cotidiana não temos consciência da existência dessa unidade fundamental e
única. Com sua diversidade a natureza exerce uma atração tão grande sobre nós,
que sequer buscamos o que está subjacente a ela. A força da natureza exterior
nos prende, controla, domina e impede nosso conhecimento de Brahman, a Verdade
Suprema."
(Swami
Ritajananda - A Prática da Meditação - Ed. Lótus do Saber, Rio de Janeiro - p. XXI/XXII)
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