"É a pessoa
que vive superficialmente que briga com as condições objetivas da vida.
Porta-se com um senso de injustiça. Sente ressentimentos para com os Senhores
do Karma. Julga-se derrotada pelas
circunstâncias em que foi inserida. A superfície da água é constantemente
agitada, mesmo por um vento passageiro. O ser humano esforça-se por livrar-se
destas perturbações constantes, tentando controlar o vento. Procurar a
segurança tentando alterar as condições objetivas da vida é revelar mente
imatura. A mente sem profundidade, empenha-se em tais propósitos. Sente-se
restringida pelos acontecimentos objetivos, sejam coisas, pessoas ou ideias.
Quando o contato da mente com a vida é raso e superficial, as dificuldades do
mundo objetivo avultam-se muito.
Kabir, um
grande místico indiano, disse que é quando o sono não vem que a pessoa se
apoquenta com a arrumação da cama e o arranjo dos travesseiros. Somente a
dançarina que não sente a dança dentro de si é a que se queixa do palco, do
assoalho e da decoração. É quando a vida interna feneceu que as dificuldades
objetivas parecem intransponíveis. Assim, é a falta de interesse profundo que
arrefece o entusiasmo humano. O ser humano está ressequido por dentro e procura
renovação de fora! Nenhuma mudança na condição objetiva, nenhuma alteração na
disposição do Karma lhe trará
renovação, enquanto não penetrar nas reais profundezas de seu próprio ser.”
(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed.
Teosófica, Brasília, p. 12)
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