"Todas as
nossas vidas se acham encadeadas uma às outras, e portanto, nenhuma se pode
separar nem das que a precedem, nem das que se lhe seguem. Na realidade, só
temos uma vida na qual o que nós chamamos vidas não são senão dias. Uma vida
nova nunca se assemelha a uma folha em branco onde vamos inscrever uma história
absolutamente nova; não faremos mais, em cada vida, do que inscrever um novo
capítulo que vai continuar a desenvolver o velho enredo. É-nos igualmente
impossível libertarmo-nos das responsabilidades cármicas duma vida precedente,
como de nos desembaraçarmos dormindo das dívidas contraídas durante o dia; se
contrairmos uma dívida hoje, não nos veremos livres dela amanhã; a exigência da
dívida será apresentada inexoravelmente até que a paguemos. A vida do homem é
uma coisa contínua, ininterrupta; as vidas terrestres acham-se encadeadas uma
às outras e não isoladas. Os processos de purificação e desenvolvimento também
são contínuos e devem prosseguir durante sucessivas vidas terrestres. Lá virá
um dia em que todos deveremos principiar o trabalho; lá virá um dia em todos nos
saciaremos das sensações da natureza inferior,em que nos saciaremos do jugo
animal e da tirania dos sentidos.Quando tiver atingido essa fase da sua
existência, o homem revoltar-se-á contra a sujeição, e, num rasgo de energia,
decidir-se-á a arrancar os grilhões do seu cativeiro."
(Annie Besant - O Homem e os seus Corpos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 76/77)
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