"A verdadeira oração é a contemplação de todas as coisas sagradas, em sua aplicação a nós mesmos, às nossas vidas e ações diárias, acompanhada do mais pujante e intenso desejo de tornar sua influência mais forte e as nossas vidas melhores e mais nobres, de modo que algum conhecimento delas nos possa ser concedido.Todos esses pensamentos têm de estar intimamente ligados à consciência da Essência Suprema e Divina da qual todas as coisas se originaram.
A cultura espiritual é alcançada através da concentração, e esta tem que ser continuada diariamente e exercitada a cada momento. A meditação já foi definida como‘a cessação do pensamento ativo externo.’ A concentração é a orientação de toda a vida para um determinado fim. Por exemplo, uma mãe devotada é aquela que considera antes e sobretudo os interesses dos seus filhos em todos os seus aspectos; e não aquela que se senta para pensar fixamente todo o dia apenas em um destes aspectos. O pensamento tem o poder de se autorreproduzir, e quando a mente é mantida firmemente em uma ideia, ela se torna colorida por essa ideia, e, como pode-se dizer, todos os correlatos daquele pensamento surgem dentro da mente. É a partir daí que o místico obtém conhecimento acerca de qualquer objeto no qual ele pense constantemente em fixa contemplação. Eis a razão das palavras de Krishna: ‘Pensa constantemente em mim; depende somente de mim, e tu certamente virás a mim.’ A vida é o grande instrutor; é a grande manifestação da Alma, e a Alma manifesta o Supremo. Daí todos os métodos serem bons e serem todos apenas partes do grande objetivo, que é a Devoção. ‘A Devoção é o êxito na ação’, diz o Bhagavad-Gita. Os poderes psíquicos, à medida que surgem, devem também ser usados, pois eles nos revelam leis. Mas o valor desses poderes não deve ser exagerado, nem os seus perigos ignorados. Aquele que se fia neles é como um homem que dá passagem ao orgulho e ao triunfo porque atingiu o primeiro patamar dos píncaros que ele se propôs a escalar."
(H. P. Blavatsky - Ocultismo Prático - Ed. Teosófica, Brasília, 2006 - p.66/70)
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