"A herança biológica do homem o faz
buscar sobrevivência e segurança. Em grande parte, ele mantém intacta sua
herança animal, que serve para garantir a segurança da vida tanto para si
quanto para as outras espécies. Essa segurança é obtida quando se tem comida
suficiente e adequada para manter o corpo saudável; e quando se tem abrigo e
roupas para proteger o indivíduo. No entanto, a mente humana deu uma
importância excessiva às necessidades básicas, e fez o homem acreditar que
enormes mansões, uma grande variedade de objetos, diversos tipos de comida,
iguarias e prazeres são necessários à sua existência.
Como resultado desse desejo
infindável de mais e mais objetos para essa suposta segurança e bem-estar, foi
criada uma vasta organização que cria incontáveis objetos, fábricas, mercados,
sistemas bancários, redes de comunicação e assim por diante.
Agora o homem é vítima de sua própria
organização e se sente como uma peça de engrenagem numa enorme máquina,
sofrendo com a sensação de alienação que é um sintoma dos tempos atuais. Tudo
isso porque o que era inicialmente um simples instinto biológico de
autoconservação tornou-se para o ser humano um impulso psicológico, do qual ele
nem sequer está consciente, e que é incapaz de frear, mas que precisa conter
para ser livre."
(Radha Burnier - O Caminho do
Autoconhecimento - Ed. Teosófica, Brasília, 2000 - p. 74/77).
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