quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A CONSCIÊNCIA

"Ao vos tornardes cônscio do vosso condicionamento compreendereis a totalidade de vossa consciência. A consciência é o campo total onde funciona o pensamento e existem as relações. Todos os motivos, intenções, desejos, prazeres, temores, inspiração, anseios, esperanças, dores, alegrias, se encontram nesse campo. Mas nós dividimos a consciência em ativa e latente, em nível superior e nível inferior; quer dizer, na superfície todos os pensamentos, sentimentos e atividades de cada dia e, abaixo deles, o chamado subconsciente, as coisas que não nos são familiares, que ocasionalmente se expressam por meio de certas sugestões, intuições e sonhos.

Ocupamo-nos com um pequeno canto da consciência, que constitui a maior parte de nossa vida; quanto ao resto, a que chamamos subconsciente, com todos os seus motivos, temores, atributos raciais e hereditários, não sabemos sequer como penetrá-lo. Agora, pergunto-vos: Existe mesmo tal coisa — o subconsciente? Empregamos muito livremente essa palavra. Admitimos que essa coisa existe e todas as frases e terminologias dos analistas e psicólogos se insinuaram na nossa linguagem; mas, existe ela? E, por que razão lhe atribuímos tamanha importância? A mim ela parece tão trivial e estúpida como a mente consciente, tão estreita, tão fanática, condicionada, ansiosa e sem valor quanto ela.

Assim, será possível ficarmos completamente cônscios de todo o campo da consciência e não meramente de uma parte, de um fragmento? Se puderdes tornar-vos cônscios da totalidade, agireis sempre com vossa atenção total e não com uma atenção parcial. Importa compreender isso, porque, quando se está cônscio de todo o campo da consciência, não há atrito. Quando se divide a consciência — toda ela constituída de pensamento, sentimento e ação — em diferentes níveis, é então que há atrito."

(J. Krishnamurti - Liberte-se do Passado - Editora Cultrix, São Paulo,1969 - p. 15)
www.pensamento-cultrix.com.br


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