"Devemos pensar com muito cuidado nesta questão.
Observem cuidadosamente como a mente age, vejam como as correntes se movem,
observem como elas condicionam nossas ações na vida diária e como afetam nossa
percepção do mundo que nos cerca. Como devemos olhar para os outros? Qual é o
nosso relacionamento com eles? Como reagimos ao que nos acontece? Avaliamos
tudo conforme nossos desejos, procurando apenas os objetos que contribuem para
nosso prazer e rejeitamos veementemente os que nos parecem obstáculos? Fazemos
julgamentos, temos preconceitos, atribuímos valores? Sem uma reflexão ponderada
sobre como levamos nossas vidas, sem observar honesta e objetivamente como
operam nossas mentes, sem compreender a
relação de nossa vida interna com o mundo externo, não haverá nem mesmo o
primeiro vislumbre de iluminação.
Assim, nossa preparação deve começar por aí – com vichara, isto é, com o pensamento
profundo: ver todas as implicações. Não é suficiente reconhecer que talvez
alimentemos um ou dois desejos e, depois, calmamente mandemos todos eles embora.
Se houver determinada atitude na mente, devemos examinar todas suas
implicações. Elas afetam o que vemos; afetam nossos relacionamentos?
Quanto mais observamos, quanto mais pensamos
cuidadosamente, mais a mente se torna capaz de ver. E ver que temos vivido
neste tipo de escuridão marca o nascimento da luz.(...)"
(Radha Burnier - Como devemos viver? - Revista TheoSophia - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 102, Outubro/Novembro/Dezembro
2013 - p. 08)
Nenhum comentário:
Postar um comentário