"O estudo dá cultura. A
meditação dá sabedoria. A cultura enriquece o espírito. A sabedoria o eleva.
O enriquecimento do
espírito o incha. Sua elevação o faz crescer, engrandecendo-o.
A inchação do espírito
é vaidade, que se julga grande e vê tudo minguado em sua volta. O crescimento
do espírito faz-lhe ver as coisas do alto, com discernimento.
A primeira produz
distorção. A segunda acerta a perspectiva.
A cultura é acúmulo que
vem de fora por justaposição. A sabedoria vem de dentro por crescimento próprio.
A cultura é adquirida
nos livros pela inteligência. A sabedoria é haurida pelo coração, na natureza.
A cultura pode ser
apanágio de um ignorante, tanto quanto a sabedoria pode ser coroamento de um
iletrado.
Harvey foi taxado de
louco quando expôs sua teoria da circulação do sangue na Academia de Medicina,
Pasteur foi combatido pelos médicos por não ser médico; a Academia de Ciências
de Paris classificou de chantagem a impostura o gramofone de Edison, e não
tomou conhecimento do aparelho que tocava diante deles, sob a alegação de que a
nobreza da voz humana jamais poderia ser reproduzida senão pelo homem. De quanto ridículo se
revestem hoje essas apreciações dos doutores da ciência oficial.
Mas o homem não se
emenda e teima em trilhar as mesmas estradas: dá muito valor à parte
intelectual e quase nenhum ao coração.
Lamentavelmente
confunde cultura com sabedoria, chamando sábios aos que apenas acumulam grossas
bibliotecas em seus neurônios, sem, no entanto, assimilar em seus corações um
grama de conhecimento da verdade divina, que é o amor a Deus através de seu
representante visível: nosso próximo.
Precisamos ser sábios,
mesmo que não possamos ter grande cultura."
(C. Torres Pastorino - A Essência da Sabedoria - Ed. Martin Claret, São Paulo, 1998 - p. 49/50)
www.martinclaret.com.br
(C. Torres Pastorino - A Essência da Sabedoria - Ed. Martin Claret, São Paulo, 1998 - p. 49/50)
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