"Os virtuosos
que comem os restos do sacrifício estão livres de todos os pecados, mas os
ímpios que preparam o alimento para seu próprio benefício – verdadeiramente
comem pecado.
Comer os restos do sacrifício, isso é que de fato está
indicado na expressão tena tyaktena
bhunjitha, desfrutar aquilo que nos cabe, aquilo que foi separado para nós.
Por que cobiçamos a riqueza de outro? É porque não descobrimos nossos próprios
tesouros. (...).
Aceitar o que nos é dado não é um evangelho de passividade.
É realmente a base da verdadeira felicidade e ponto de partida para a correta
ação. (...)
A aceitação daquilo que nos é designado também não é
um evangelho de procrastinação. Muitas vezes uma pessoa adota uma atitude em
que diz que deve aceitar o destino na esperança de que o futuro lhe traga felizes
novidades. Isso não é aceitação de modo algum, é submissão, e, também, com
ressentimento interior. Aceitar o que é dado, aquilo que está separado para
nós, é comprometer-se com a correta Percepção. Muitas vezes o homem recusa
receber aquilo que lhe é dado porque não vê o que é. Quando percebemos
acertadamente, então vemos na coisa dada a qualidade da Verdade, Beleza e
Felicidade, a qualidade do Próprio Brahman.
(...) Aceitar o que é dado é perceber a qualidade do nosso próprio Ser. O
processo de vir-a-ser que emerge dessa percepção é naturalmente livre dos
elementos da tristeza e frustração. (...)"
(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades - Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 20)
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