sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

UPANIXADE ISHAVASYA

"Os virtuosos que comem os restos do sacrifício estão livres de todos os pecados, mas os ímpios que preparam o alimento para seu próprio benefício – verdadeiramente comem pecado.

Comer os restos do sacrifício, isso é que de fato está indicado na expressão tena tyaktena bhunjitha, desfrutar aquilo que nos cabe, aquilo que foi separado para nós. Por que cobiçamos a riqueza de outro? É porque não descobrimos nossos próprios tesouros. (...).

Aceitar o que nos é dado não é um evangelho de passividade. É realmente a base da verdadeira felicidade e ponto de partida para a correta ação. (...)

A aceitação daquilo que nos é designado também não é um evangelho de procrastinação. Muitas vezes uma pessoa adota uma atitude em que diz que deve aceitar o destino na esperança de que o futuro lhe traga felizes novidades. Isso não é aceitação de modo algum, é submissão, e, também, com ressentimento interior. Aceitar o que é dado, aquilo que está separado para nós, é comprometer-se com a correta Percepção. Muitas vezes o homem recusa receber aquilo que lhe é dado porque não vê o que é. Quando percebemos acertadamente, então vemos na coisa dada a qualidade da Verdade, Beleza e Felicidade, a qualidade do Próprio Brahman. (...) Aceitar o que é dado é perceber a qualidade do nosso próprio Ser. O processo de vir-a-ser que emerge dessa percepção é naturalmente livre dos elementos da tristeza e frustração. (...)"

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades - Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 20)


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