Com um véu dourado
Que tu Oh Pushan descubras
Que eu, devotado à verdade, possa ver.
De acordo com o verso acima, a experiência espiritual é um
processo de descoberta. A Verdade ou Realidade foi encoberta. Existe véu após
véu de manifestação cobrindo a Face da Verdade. Brahman ou a Realidade está na
nossa frente, mas não podemos vê-La porque uma tela está encobrindo-A. Ao
remover o véu, que é um processo negativo, vem a experiência intensamente
positiva da percepção direta da Face de Brahman. E, por estranho que pareça, a
Realidade está coberta com um véu dourado. O véu dourado tanto nos fascina e
atrai que não estamos dispostos a removê-lo. Mas quem colocou esse véu dourado
sobre a Face da Verdade? O véu foi na verdade lançado pelo pensamento, e o
pensamento o teceu com o belo material que lhe foi suprido por sua própria
experiência acumulada. O pensamento naturalmente lançou mão do melhor material
disponível, ele crivou o véu com ouro e prata, com todas as joias que pôde
encontrar em seu próprio depósito de riquezas. Mas o véu do pensamento precisa
ser feito com material trazido do reino da continuidade. É essa tela de
continuidade lançada pelo pensamento que oculta a face do Real que é para
sempre Atemporal e, portanto, está fora do curso de continuidade da mente.
Quando o véu das projeções da mente é removido, então aparece em toda sua
majestade o Espírito Supremo."
(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica,
Brasília, 2003 - p. 30/31)
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