"O alfa e o ômega da filosofia Vedanta é ‘renunciar ao
mundo.’
Renunciar ao irreal e aceitar o real.
Segundo
a filosofia Advaita, existe apenas uma coisa real no universo, denominada
Brahman. Tudo o mais é irreal, manifestando-se e sendo criado a partir de
Brahman pelo poder de maya. Voltar a Brahman é a nossa meta. Cada um
de nós é Brahman, a Realidade, acrescido de maya.
Ao livrar-nos de maya, ou ignorância, nós nos tornamos o que realmente somos.
De
acordo com essa filosofia cada homem é constituído de três partes: o corpo, a
mente e, além dela, o Atman, o Self.
O corpo é o invólucro externo e a mente, o invólucro interno do Atman, aquele
que realmente percebe e desfruta, o ser que habita o corpo e nele atua,
fazendo-o funcionar por intermédio da mente.
O
Atman é o único elemento do corpo
humano que é imaterial. Por ser imaterial, não pode ser composto, e por não ser
composto, não obedece à lei de causa e efeito, sendo por isso imortal. O que é
imortal não pode ter começo, pois tudo que teve começo deve ter fim. (...)
(...)
Assim todas as formas têm um começo e um fim. Sabemos que o nosso corpo
perecerá. Teve começo e terá fim. O Self, porém, por não ter forma, não está
sujeito à lei do começo e do fim. Existe eternamente. Como o tempo é infinito,
o Self do ser humano também é infinito."
(Swami Vivekananda - O que é Religião - Lótus
do Saber, São Paulo, 2004 - p. 74/75)
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