"Aquele pelo qual Brahman não é
conhecido, O conhece;
mas aquele pelo qual ELE é
conhecido não O conhece. ELE não é conhecido
por aqueles que O conhecem; ELE é
conhecido por aqueles que não O conhecem.
Devemos notar que a condição de desconhecimento não é
um estado de inércia. A consciência de não conhecer surge no despertar de todo
o conhecimento que a mente adquiriu. A mente que sabe o que é explicado, mas
não é ciente daquilo que permaneceu inexplicável, é uma mente ignorante. Em tal
mente surge a vaidade do falso conhecimento. Uma vez que aquilo que é explicado
não pode jogar luz naquilo que permaneceu não-explicado, o homem de dito
conhecimento é destituído de verdadeiro conhecimento. O verso acima diz – e
acertadamente – que aquele que diz que conhece, não conhece, enquanto que aquele
que diz que não conhece, realmente conhece, pois ele conhece a falsidade de seu
próprio conhecimento. Tendo examinado o que é explicado e tendo se tornado
consciente do que permaneceu inexplicável, o investigador declara que não
conhece. Quando o inexplicável não pode ser proclamado em termos do explicado,
então realmente, o investigador, com toda honestidade, deve afirmar que de fato
não conhece. A mente que pode declarar que não sabe está, por essa própria
declaração, no limiar do conhecimento. A sabedoria inicia onde a mente se torna
consciente da falsidade do conhecimento que adquiriu. A mente aberta é aquela
que é consciente do que o conhecimento explicou e ao mesmo tempo ciente do que
o conhecimento não explicou."
(Rohit Mehta - O chamado dos Upanixades - Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 40)
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