"A Terra pode ser pequena, mas tem lugar para todos.
Porém, no mundo que criamos, nós não damos espaço para os outros, para suas
crenças, seu direito de viver com dignidade. Tentamos erradicar tudo aquilo que
não parece conveniente para nós. Serão as nossas crenças tão importantes que
preferimos matar os outros a lhes dar espaço?
Houve muita violência em cada estágio da história do
homem. Mas os atos de violência do homem moderno têm consequências muito mais
abrangentes, porque são perpetrados em massa.
O homem está se afastando da totalidade da vida.
Partindo do pressuposto de que o ser humano tem mais direitos que as outras
espécies, ele se desconectou do esquema das coisas. Uma vez que a conexão foi
interrompida, suas ações não podem deixar de ser violentas para si mesmo e para
o meio ambiente.
Nós conhecemos a arte de matar, mas não a arte de
viver, de coexistir em harmonia e paz. Precisamos de uma ética global para não
causar dor a qualquer ser vivo, para respeitar, conservar e cuidar da vida. Só
podemos obter essa ética através da humildade, percebendo que somos apenas uma
minúscula parte do movimento da vida – e que toda parte, por minúscula que
seja, é tão importante quanto qualquer outra.
A violência surgiu porque o homem perdeu sua ligação
com a vida. O modo não-violento de viver é aquele que encoraja a diversidade –
cultural, biológica, de opiniões, de crenças e de modos de pensar. Em suma, é
aquele no qual tudo coexiste."
(Sonal Murali -
O modo de vida não-violento - Revista Sophia, Ano 1, nº 4, p. 7)
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