terça-feira, 22 de abril de 2014

CONHECIMENTO ESOTÉRICO, PARA VIDYA E EXOTÉRICO APARA VIDYA

Somente Brahman é realmente o Universo. Aquele que conhece esse Brahman, o supremo e o Imortal, oculto na cavidade do coração, desfaz aqui mesmo o nó da ignorância.

"Desfazer o nó da ignorância é chegar ao conhecimento superior, chegar até Para Vidya. Enquanto olha para a imagem de um espelho, aquele que vê também a pessoa que lançou a imagem, conhece a criação e também o Criador presente na criação. Ver o Criador na criação é, de fato, chegar ao conhecimento superior. Aquele que vê somente a criação está perdido em Apara Vidya, e será enredado nos problemas da criação. (...) O Criador pode ser encontrado em cada ponto da criação. Para indicar isso, o Instrutor diz que Ele está ‘oculto na cavidade do coração’. A palavra cavidade indica aquilo que é imperceptível. Precisamos de extraordinária sensibilidade para ver o Criador na criação, pois, embora manifesto ele está oculto. O Upanixade Mundaka O descreve como ‘movendo-se em segredo’.

Para Vidya é de fato conhecimento esotérico assim como Apara Vidya é conhecimento exotérico. Mas esotérico não é algo mantido em segredo pelo homem. Paradoxalmente, o segredo jaz no aberto, o esotérico está sempre exposto ao olhar de qualquer um. Está ali para vermos, mas é a cegueira do homem que o impede de ver aquilo que está na sua frente. Essa cegueira não se deve a algum defeito orgânico. Diz-se que não há ninguém tão cego quanto aquele que não quer ver! A cegueira do homem é dessa natureza. Nenhum homem pode afastar o esotérico do olhar do outro. Aquele que não pode ver o esotérico fechou seus  próprios olhos, o homem volta suas costas à luz e grita  que está escuro! O conhecimento exotérico é o conhecimento da criação, mas o esotérico é o conhecimento do criador imperceptivelmente presente na criação. Esse é o significado de Brahman ‘morando na cavidade do coração’. Ao olhar superficial, Brahman é invisível; mas aquele que traz uma dimensão de profundidade à sua percepção, vê o Criador sentado no coração de sua criação."

(Rohit Mehta - O chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 125)


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