segunda-feira, 5 de maio de 2014

LIBERDADE DENTRO DA MENTE (PARTE FINAL)

"(...) A mente é dividida em duas porções. A inferior, de matéria mental densa, está ligada às operações do ego (simbolizado pelo copo na história), e já está em desenvolvimento nos animais. Em razão disso, um cãozinho poodle é capaz de exibir comportamentos típicos de humanos, como o ciúme. De natureza separatista, essa mente compara-se à fechadura da nossa prisão de hábitos e pensamentos, repetindo atitudes errôneas indefinidamente.

Só o homem, contudo possui a parte superior da mente - chamada 'abstrata', conectada à nossa dimensão espiritual - por onde fluem as ideias mais avançadas, às vezes além das palavras. Referindo-se aos seus insights, Einstein certa vez declarou: 'Raramente penso em palavras. O pensamento vem e posso tentar expressá-lo em palavras depois'. Nessa fonte extraordinária, onde bebe o gênio, é que está nossa principal distinção como seres vivos: somos espíritos individualizados (em lugar de 'primatas', como diz Houzel), enquanto os animais agem instintivamente como 'alma-grupo'. Assim, os animais não têm escolha. Nós temos.

Nas situações de perda, como a do jovem aprendiz, ou nas disputas por espaço (onde às vezes agimos pior do que os animais), de fato não podemos ir para a condição do gênio ou do santo instantaneamente. O próprio cérebro só reflete aquilo que 'já é'  em nós: o Ser.

Contudo, podemos transformar nossos corpos físico e emocional e, aos poucos, nos libertarmos também da mente estreita. A chave para a saída de nossa prisão está na conexão com a dimensão espiritual. Mais do que um lago, essa dimensão é o próprio oceano dentro de nós mesmos."

(Walter S. Barbosa - Revista Sophia, ano 12, nº 47 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 18/19)

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