sábado, 24 de maio de 2014

MAIS AMOR MENOS RESSENTIMENTO

"O ressentimento pode arruinar nossa saúde e nossos relacionamentos. Ao contrário da raiva, que é uma rápida explosão energética voltada para fora, o ressentimento pode permanecer dentro de nós durante muitos anos. As pessoas geralmente não percebem ou não querem perceber essa emoção. Ela começa quando alguém ou algo nos faz sentir inferiorizados.

As expectativas frustradas estão na raiz do ressentimento. Elas podem acontecer quando uma criança que assiste televisão percebe que a realidade ilusória da TV não é a verdadeira realidade de sua casa; quando uma pessoa é desprezada ou não reconhecida por outra, nos relacionamentos pessoais ou no trabalho; ou quando é traída por um companheiro. Em todos esses casos o ressentimento surge porque a autoestima foi prejudicada. Por isso as pessoas geralmente acham que estão erradas, se algo ruim acontece. (...)

A chave do ressentimento é que a realidade é diferente das expectativas. Quando as pessoas percebem a realidade, acham que foram incompreendidas. Mas a outra pessoa pode estar totalmente inconsciente de que suas ações causaram isso. (...)

A questão essencial é a falta de habilidade para comunicar a frustração, quando a pessoa se sente impotente para obter mudanças reais em relação ao parceiro. Se a ferida for muito destrutiva, como no caso em que o parceiro deixa o outro em função de um novo amor, a pessoa abandonada se sente devastada, com a autoestima arrasada. Nessa situação aferrar-se ao ressentimento e à sensação de estar ‘moralmente certo’ é a maneira do parceiro rejeitado sentir que está tudo bem com e tudo mal com a outra pessoa. (...)

Livrar-se do ressentimento depende da percepção, do reconhecimento, da vontade de ‘deixar ir’ e de se mobilizar em direção à saúde. Mas isso é difícil, porque implica reconhecer e aceitar, sem julgamento, uma ferida profunda."

(Dora Kunz e Erik Peper - Mais amor, menos ressentimento - Revista Sophia, Ano 5, nº 19 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 6/7)


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