"Ioga é ao mesmo tempo religião, ciência e arte, já
que tem a ver com ser (sat) e saber (jnana). O objetivo do ioga, no entanto,
está além desses três, e também além de qualquer dos opostos que possa
implicar. (...)
Alcançar o objetivo do Ioga requer a transformação do
ser humano da forma natural e atual para uma forma perfeita e real. (...)
Geralmente, a pessoa é escrava das forças mecânicas da Natureza e todas suas
ações são determinadas pela lei do Karma, a lei da ação e reação. No entanto,
por meio do Ioga, a pessoa pode tornar-se samkrita
(literalmente, bem informada, culta, refinada), não mais estando à mercê
das forças e inclinações naturais.
O procedimento do Ioga corresponde o significado
básico da palavra educação: ajuda a
extrair o que na verdade já está em nós, mas que não era percebível sob a forma
inculta. O desenvolvimento progressivo da pessoa verdadeira (purusha) no aspirante assemelha-se à
libertação de uma figura extraída da pedra informe. Empreender uma tarefa como
o Ioga envolve a pessoa como um todo, resultando numa remodelagem da mente, do
corpo e das emoções – Em suma, num novo nascimento. Deferentemente da escultura,
a modelagem envolvida no Ioga é essencialmente de dentro para fora, pois o
iogue é o artista, a pedra e as ferramentas. Mas a pessoa não cria o estado de
liberdade; se está devidamente preparada e não insiste em possuir e controlar
tudo, ela pode permitir que venha à superfície, e o possua, aquilo que está
profundamente no interior."
(Ravi Ravindra - O objetivo do Ioga - Revista Theosophia - Pub. da Sociedade Teosófica no
Brasil, ano 100, Outubro/Novembro/Dezembro - p. 13)
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