"O desejo por Deus não vem por si; precisa ser cultivado. E sem esse desejo, a vida não tem significado. Quando você dorme, diz 'até logo' a este mundo, à sua família, a seu nome, a tudo. Esquece até do corpo. Você não sabe quando vai ter que dizer o adeus definitivo ao mundo. Você está numa jornada e parou aqui por um breve período de tempo. A vida é como uma grande caravana que passa. Seu primeiro interesse deveria ser aprender o objetivo e o destino da jornada. O destino é Deus; não poderia ser outra coisa.
O Senhor vem ao devoto que vive para Ele e que morre Nele. Ele toca essa alma e diz: 'Meu filho, desperta. Você está apenas sonhando, pois a morte não chegou a tocá-lo.' Assim, o devoto sabe que todas as suas experiências terrenas não tinham o objetivo de torturá-lo, e sim de demonstrar-lhe sua verdadeira natureza como alma. A alma não pode ser queimada, nem afogada, nem esfaqueada, nem despedaçada.³ O devoto experimenta: 'Eu não sou o corpo. Não tenho forma. Sou a própria alegria.' Recorde esta verdade todas as manhãs ao acordar: 'Acabo de sair da percepção interna de meu verdadeiro Eu. Não sou o corpo. Sou invisível. Sou Alegria, Luz, Sabedoria e Amor. Habito no corpo onírico, através do qual estou sonhando esta vida terrena, mas sou sempre o Espírito eterno.'"
³ 'As armas não podem ferir a alma; o fogo não pode queimá-la; a água não pode molhá-la; nem pode o vento ressecá-la. (...) A alma é imutável, tudo permeia, está perenemente tranquila e inamovível - a mesma, eternamente.' (Bhagavad Gita II:23-24).
(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 423/424)
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