"Talvez hoje seja a situação de todos nós. Enfrentamos
crises que nos forçam a perguntar qual é o verdadeiro propósito da vida – se
este propósito é a mera sobrevivência ou se é algo radicalmente diferente.
Todos nós somos como estudantes relutantes; não desejamos investigar a vida
muito de perto, examinamos suas questões cruciais apenas quando enfrentamos uma
crise. Mesmo então, o impacto do choque logo desaparece e, descuidadamente,
muitas vezes, resignamo-nos a perambular no caminho de menor resistência.
Buddha disse que a primeira verdade que o homem deve
reconhecer é a verdade do sofrimento. Se o homem examinar seriamente a vida e
estudar qual a melhor conduta que possa ter, ele não deverá ter sofrimento nem
crises. Mas, individualmente, ignorou as lições da natureza e suas leis, e a
humanidade como um todo chegou ao ponto crítico ante o qual sua mente sente-se
desamparada. É necessária grande criatividade para descobrir o significado da
vida. O homem deve adquirir uma percepção inteiramente diferente da que possui
no momento, e que não pode ter enquanto sua mente, consciente ou
inconscientemente, preocupar-se com a mera sobrevivência. Certamente atingimos
o ponto em que devemos fazer uma meia-volta! É hora de entrarmos no Nivriti-Marga (caminho de volta) e
abandonar o primitivo desejo de sobrevivência e, como diz Mme. Blavatsky,
aprender o novo alfabeto no colo da mãe natureza. Para aprender esse novo
alfabeto deve-se pôr de lado o conhecimento primitivo com que começou. (...)"
(Radha Burnier - O desafio da vida - Revista Theosophia, Ano 103, Abril/Maio/Junho de 2014 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 7/11)
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