"Essa força é benevolente ou malevolente? Vejo-a como
puramente benevolente. Pois posso perceber que em meio à morte, a vida
persiste; em meio à inverdade, a verdade persevera. Em meio à escuridão, a luz
impera. Desse modo, entendo que Deus seja a vida, a verdade e a luz. Ele é o
amor. Ele é o bem supremo.
Deus é totalmente bom. Não há mal dentro dele. Deus
fez o homem à própria imagem. Infelizmente para nós o homem se amoldou a partir
de si mesmo. E essa arrogância levou a humanidade a um mar de problemas. Deus é
o perfeito alquimista. Em sua presença todo o ferro e todo o lixo se
transformam em ouro puro. Similarmente, todo o mal se transfigura no bem.
Mais uma vez, Deus vive, mas não como nós. Suas
criaturas só existem para morrer. Deus é vida, portanto, a bondade e tudo o que
ela significa não é um atributo. A bondade é Deus. A bondade expressa fora de
Deus é algo sem vida. [...] O mesmo ocorre com todos os padrões de conduta. Se
eles devem habitar o nosso interior, precisam ser considerados e cultivados em
sua relação com Deus. Tentamos nos tornar bons, pois queremos alcançar e
realizar Deus. Contudo, todas as éticas materiais do mundo se tornam pó, uma
vez que fora de Deus elas não têm vida. Vindo de Deus elas celebram a vida.
Elas se transformam em parte de nós e nos tornam nobres."
(Mahatma Gandhi - O Caminho da Paz - Ed. Gente, São Paulo, 2014 - p.28)
Nenhum comentário:
Postar um comentário