"Três salas, ó cansado peregrino, conduzem ao fim dos
trabalhos. Três salas, ó conquistador de Mᾱra,
te trarão através de três estados[1]
até o quarto[2], e
daí até os sete mundos[3],
os mundos do descanso eterno.
Se queres saber os seus nomes, escuta-os e recorda-te.
O nome da primeira é Sala da Ignorância - Avidyᾱ. É a sala em que vistes a luz, em
que vives e hás de morrer[4].
O nome da segunda é a Sala da Instrução[5].
Nela a tua Alma encontrará as flores da vida, mas debaixo de cada flor, uma
serpente enrolada[6].
O nome da terceira é a Sala da Sabedoria, para além da
qual se estende o mar sem praias de
Akshara, a fonte indestrutível da onisciência[7].
Se queres atravessar seguramente a primeira sala, que
a tua mente não tome os fogos da luxúria que ali ardem pela luz do sol da vida.
Se queres atravessar seguramente a segunda, não pares
a aspirar o perfume das suas flores embriagantes. Se queres ver-te livre das
cadeias kármicas, não procures o teu
Guru nessas regiões mᾱyᾱvicas.
Os sábios não demoram nas regiões de prazer dos
sentidos. (...)"
1 Os três estados de consciência, que são: Jᾱgrat, o de vigília; Svapna, o de sonho; e Sushupti, o estado de sono profundo. Estas três condições do Yoga conduzem ao quarto, que é -
2 O Turῑya, o que está além do estado do sono sem sonhos, um estado de elevada consciência espiritual.
3 Alguns místicos orientais indicam sete planos de existência, os sete Lokas ou mundos dentro do corpo de Kᾱla Hamsa, o cisne além do tempo e do espaço, convertível em o cisne no tempo, quando se torna Brahmã, em vez de Brahman.
4 O mundo fenomênico, apenas dos sentidos e da consciência terrena.
5 A sala da Instrução probacionária.
6 A região astral, o mundo psíquico das percepções sensuais e das visões ilusórias. (...)
7 A região de plena consciência espiritual, para além da qual já não há perigo para quem lá chegou.
(H. P. Blavatsky - A Voz do Silêncio - Ed. Teosófica, Brasília - p. 97/105)
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