segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A MORTE DO EGO (PARTE FINAL)

"(...) Materialistas ou não - igualmente propensos a arruinar o corpo, inclusive pelos vícios e alimentos incorretos - de fato estamos identificados com ele. E assim tememos a morte. A propósito, quando se falou no fim de mundo, com base no calendário maia de 2012, Eckhart Tolle disse: 'Por que temer o fim do mundo? Caso sobrevenha, já não ocorre para milhares de pessoas diariamente?' E nos incita a pensar: 'O segredo da vida é morrer antes que você morra.'

Nessa questão, a lógica cristalina é: não conseguimos viver enquanto presos no emaranhado de medos e ambições pessoais, separados do agora, o momento em que a vida acontece. E não conseguimos até mesmo pelo medo antecipado da morte em suas muitas formas - perda de amor, de prestígio e outras - que representam a morte psicológica. 

Onde se localiza o medo? Na parte de nós sujeita a morrer, assim como o corpo: o 'eu' transitório chamado ego. Propondo eliminar esse medo na fonte, o sábio Ramana Maharshi diz: 'Se alguém que amamos morre, isso causa sofrimento àquele que continua vivo. A maneira de se livrar do sofrimento é não continuar vivendo. Mate o sofredor. Assim, quem estará lá para sofrer? O ego deve morrer, é o único jeito.'

Portanto, a morte do ego é o nascimento para a vida plena, inclusive afetiva, sem competitividade, ciúme ou receio de perdas. Como assinalam os mestres, sem pendências de passado ou futuro, a vida no agora é uma serena antecipação da que vem depois. Por sinal, vencida a prisão do tempo - onde a mente é zelosa carcereira - o que é o depois?"

(Walter Barbosa - A morte do ego - Revista Sophia, Ano 13, nº 53 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 23)


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