"(...) Milhares de pessoas só encontraram a sua felicidade no dia em que, esquecidas das suas próprias misérias, se condoeram das misérias alheias.
Legiões de infelizes descobriram a felicidade no momento em que, deixando de gravitar em torno do seu pequeno ego, foram levar a algum doente uma palavra de consolo, um auxílio material, um bouquet de flores, para lhe amenizar a solidão e monotonia.
O ignorante procura a felicidade em querer receber - e não a encontra, porque isto é egoísmo; o sapiente, porém, encontra no dar a felicidade que não buscava; porquanto 'há mais felicidade em dar do que em receber'.
Quem só quer receber confessa que é pobre, indigente, miserável - mas quem quer dar, sempre dar, dar o que tem e dar o que é - esse prova que é rico, fonte de inesgotável riqueza.
No plano das quantidades, é verdade, quem dá empobrece, e quem recebe enriquece; mas, no plano da qualidade, quem quer receber empobrece, e quem dá enriquece.
O mestre que dá as suas ideias a seus discípulos não perde essas ideias; pelo contrário, quanto mais as dá mais firmemente as possui e mais aumenta o seu cabedal de ideias, dando-as aos outros.
O homem que dá o seu amor a seus semelhantes não perde esse amor, mas tanto mais firmemente o possui quanto mais profusamente o distribui a seus semelhantes. Quem se recusa a dar seu amor aos outros perde-o - se é que o possuía! - porque, nesse mundo superior, dar é possuir tanto mais quanto mais se dá, ao passo que não querer dar é perder aquilo que se possui, ou julgava possuir."
(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 7ª edição - p. 32/33)
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