sexta-feira, 6 de novembro de 2015

ACELERE O PROCESSO DE EVOLUÇÃO

"(6:45) Seguindo diligentemente o caminho (que escolheu) e, assim, livrando-se de todos os pecados (débitos kármicos), o yogue atinge a perfeição após muitos nascimentos e entra, por fim, na Beatitude Suprema.

Lahiri Mahasaya, que primeiro ensinou o Kriya Yoga ao mundo ocidental nos tempos modernos, explicava essa passagem também em sentido esotérico. Quando o homem expira e não pode mais inspirar, morre. Mais tarde, renascido num novo corpo, inspira para emitir seu primeiro vagido e assim retoma a existência neste mundo. De igual modo, quando o yogue para de respirar durante a meditação, o ar forçosamente é empurrado para fora de seu corpo. Temos aí uma espécie de 'morte parcial', reminiscência de uma declaração de São Paulo na Bíblia: 'Morro todos os dias.' Nesse sentido, quando o yogue recupera a consciência exterior e volta a respirar, seu primeiro ato é inspirar de novo. Assim, durante a meditação no corpo atual, ele passa literalmente pelo processo de morte e ressurreição. 

O yogue pode dessa maneira, mesmo no espaço de uma vida, acelerar o processo de evolução conforme a promessa de Krishna - processo que normalmente exige 'muitos nascimentos' - e rematar a obra há muito encetada mesmo no corpo atual.

Há uma prática mais superficial, porém bastante útil, que devemos associar ao processo respiratório. O momento de consolidar ou provocar um novo estado de consciência é depois de uma inspiração profunda. E o momento de expelir do corpo um pensamento ou hábito indesejado é durante a expiração deliberada - o que faz com que, por assim dizer, esse pensamento se apague no corpo. 'Os hábitos', dizia Yogananda, 'podem ser mudados no prazo de um dia. Eles são simplesmente o resultado da energia concentrada. Direcione essa energia de uma forma nova e o hábito que você quer eliminar desaparecerá num instante.' A respiração é o melhor veículo, se acompanhado de intensa determinação mental, para introduzir em nossa natureza os pensamentos e qualidades que queremos absorver e para excluir aqueles de que desejamos nos livrar. Também nesse caso, cada expiração será uma pequena morte (pelo menos, da qualidade eliminada) e cada inspiração, um pequeno renascimento da nova qualidade que queremos cultivar."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 276/277)
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