"É inútil falar de livre-arbítrio em um
homem que é escravo dos objetos à sua volta. Ele é um eterno escravo, não
consegue exercer escolhas; pois embora possamos pensar que tal pessoa elege
seguir o caminho ao longo do qual as atrações o arrastam, na verdade não está
havendo escolha nem pensamento de escolha. Enquanto as atrações e repulsões
determinarem o caminho, qualquer discurso sobre liberdade é vazio e tolo. Muito
embora um homem sinta que está escolhendo o objeto desejado, o sentimento de
liberdade é ilusório, pois ele é atraído pela atividade do objeto e tem dentro
de si, o anseio pelo prazer. Ele tem tanta - ou tão pouca - liberdade de
movimento quanto o ferro em presença de um ímã. O movimento é determinado pela
força do ímã e pela resposta da natureza do ferro à sua atração. (...)
Vendo então que a vontade é determinada
pelo motivo condicionado a partir dos limites da matéria que envolve o Ser
separado, e pelo Ser de quem é parte o Ser exercendo a vontade - o que queremos
dizer por ‘livre-arbítrio’? Certamente queremos dizer que a vontade é
determinada a partir do interior; a escravidão, a partir do exterior. A vontade
é livre quando o Ser, querendo agir, extrai seu motivo de volição de fontes que
estão dentro dele mesmo, sem ser posto a agir por motivos atuando sobre ele a
partir de fontes externas. (...)"
(Annie Besant - Um estudo sobre a
Consciência - Ed. Teosófica, Brasília - p. 230/233)
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