"A vida é um mistério, e nós a conhecemos em suas
manifestações. Podemos pensar na vida como a existência e atividade do Eu por
trás de tudo, que é um, imortal, eterno, e ilimitado, eternamente belo e
criativo. Tem-se imaginado a natureza desse Eu como sendo Luz, Fogo, Som. A
morte assiste-a em cada forma exceto em sua plenitude. Pois o processo de sua
manifestação deve precisar ser uma limitação e uma retirada. Existem o pravritti marga e o nivritti marga, as
sendas de ida e de retorno, uma atividade cíclica que é uma tentativa sucessiva
de autodefinição da entidade ou consciência em questão, uma passagem da
imperfeição para a perfeição relativa. A vida no mundo é vida numa prisão; a
vida em qualquer forma deve inevitavelmente estar imensamente circunscrita. Mas
em cada estágio o dharma é tornar a
vida tão perfeita, tão bela quanto possível.
Assim, a medida que passamos de estágio a estágio crescemos em
conhecimento e capacidade, e, eventualmente, quando o quadro perfeito tiver
sido desenhado, ele será belo em cada parte e como um todo, e toda a confusão
trabalho, sofrimento e exaustão parecerão não apenas maravilhosamente
vantajosos para realização tão gloriosa, mas talvez até mesmo diferentes do que
parecem aos nossos olhos atualmente. Talvez mesmo agora, de algum modo
misterioso, inimaginável, seja um processo de desabrochar de uma imagem oculta
de beleza perfeita em sua sabedoria, força e amor."
(N. Sri Ram, O Interesse Humano, Editora Teosófica, Brasília, 2015 - p.35/36)
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