"De nada serve ler algo, reconhecer que é verdade, e estimar sua exatidão a distância. Para que a leitura nos seja proveitosa, terá que ser mais que um ensino teórico; terá que ser uma prática. E assim, nas páginas seguintes, trataremos de fazer o experimento não só de reconhecer que nossa verdadeira consciência é o Ego, mas de realmente desembaraçar essa consciência das limitações que a aprisionam e transportá-la, depois de livre, para o mundo do divino contentamento e liberdade a quem pertence.
Já é quase uma banalidade dizer que aquilo que necessitamos em nossos tempos são obras e não palavras; no entanto, é uma profunda verdade que se tem de divulgar em livros e conferências, nos quais o escritor ou o orador não se limitem a escrever ou dizer o que possa ou não ser apreciado por seu público, mas que empreendam juntamente com seus leitores ou ouvintes uma expedição aos reinos do desconhecido, em que um conduza e os demais acompanhem, porém que todos caminhem por seu próprio impulso.
Assim, nossas palestras deveriam ser conferências de ação; e nossos livros, livros de ação; e os ouvintes e leitores deveriam experimentar em sua própria consciência o que ouvirem e lerem.
Procedamos dessa forma em nosso intento de nos conhecermos tal como verdadeiramente somos. Não devemos ler essas páginas objetivamente, como quem contempla um espetáculo externo, mas procurando nos identificar com o que é tratado e incorporando à nossa consciência aquilo que é lido."
(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 22)
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