"(...) Podemos perceber o perigo do ego, como percebemos o perigo do fogo? Não apenas intelectualmente, dizendo 'eu concordo, porque é logicamente correto'. Isso não funciona. Mas se percebemos o perigo diretamente, então segue-se a ação. Não é a nossa ação. É a inteligência da natureza que age. A natureza dotou cada organismo vivo de inteligência para proteger a si próprio.
Por que nós não percebemos esse perigo, embora possamos logicamente concordar que o ego é ruim para o homem? Não nos livramos da coisa apenas porque chegamos a essa conclusão. Isso não está no nosso domínio. Nossas decisões são muito pequenas. Você pode decidir que casa comprar, que trabalho aceitar, que carro dirigir; mas não pode decidir não se preocupar, não ser feliz, não amar, até mesmo não fazer amigos ou não perceber a beleza.
As maiores coisas da vida são aquelas que não podemos decidir ter, mas que podem vir a nós. Elas são um subproduto de compreendermos a nós mesmos e à vida, de encontrarmos a sensibilidade e o correto viver.
O homem acha que, agindo a partir do próprio interesse, está defendendo seus interesses. Esta é a grande ilusão da humanidade. Isso é o que temos feito durante milhares de anos, e isso fez com que o mundo chegasse ao estado atual. Será esse realmente o nosso interesse? Estamos nos arremessando em direção a uma catástrofe."
(P. Krishna - Novas maneiras de ver o mundo - Revista Sophia, Ano 7, nº 25 - p. 7/8)
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