"Apesar dessas mudanças, a história da busca seguia linhas tradicionais. Monstros ou outros perigos sempre cercavam o viajante, e tinham que ser vencidos antes que a transformação fosse alcançada. A jornada do herói é um símbolo do ciclo da vida, morte e renascimento, uma parte essencial dos mistérios e mitos de muitas épocas e culturas.
Talvez por ser mais conhecida, essa jornada é algo com que todos nos identificamos. A busca espiritual, no entanto, é como o Graal: cercada de mistérios. Não temos como saber o nosso destino antes de chegar. A procura do Graal é como a jornada para uma nova visão do próprio eu. Por isso, as interpretações generalizadas não fazem sentido.
O reino do Graal não é um lugar geográfico, localizado no tempo ou espaço, mas um estado de consciência. É um reino que fica além da nossa consciência em vigília. representa uma transformação alquímica interior. Quando surgir o chamado para essa jornada (que surgirá para todos, porque o despertar parte do cosmo para a nossa alma), ela será diferente para cada um. Não podemos saber os detalhes da busca quando a iniciamos, mas os resultados serão os mesmos para todos: um despertar que resulta em iluminação.
Heráclito afirmou que 'os despertos têm um mundo de coisas em comum; aqueles que dormem têm, cada um, um mundo particular. A mente universal é acessada em comum por todos os indivíduos despertos.' (...)"
(Christine Lowe - A miragem do Graal - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p. 12)
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