domingo, 16 de julho de 2017

FLUXOS PODEROSOS (1ª PARTE)

"Muitas vezes o amor não é doado livremente; pode ser condicionado pelo fato de que a pessoa, inconscientemente, espera obter retorno por aquilo que dá. Isso pode produzir uma hostilidade inconsciente e obstruir o livre fluxo de energia. Por outro lado, emitir amor sem estar centrado em si mesmo pode afetar o receptor, tornando-o mais aberto a influências espirituais. Um padrão mais altruísta, mais sociável, produz empatia e permite uma troca livre entre duas pessoas.

Ironicamente, a ira possui um fluxo tão poderoso quanto o amor, só que ao atingir a outra pessoa ela energiza a hostilidade e inibe o bom relacionamento. A ira tende a se refletir e retornar a quem a enviou, de modo que um mútuo antagonismo é desenvolvido. O impacto da ira é inconscientemente percebido pelo receptor como um impacto violento no campo emocional, uma energia destrutiva e fragmentada, que é automaticamente rejeitada. 

Geralmente a ira retorna com hostilidade a quem a enviou, a não ser que a pessoa consiga aquietar-se e permitir que a energia da ira se atenue e se dissipe. Nesse processo dinâmico, o receptor da ira frequentemente se 'desliga', e assim a comunicação quase não ocorre. Mas na maioria dos casos a pessoa retribui ira com ira, de modo que se estabelece uma espiral de antagonismo. O resultado é um crescente e descontrolado sistema de realimentação. (...)"

(Dora Kunz e Erik Peper - A ira e seus efeitos - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 34)


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