
A beleza também está no movimento: o voo dos pássaros, a queda d'água, os majestosos movimentos do elefante, o veado correndo na floresta.
Há beleza, ainda, em toda qualidade especial que distingue um indivíduo dos outros. Há beleza na mente que voa para o céu, examina a criação e alcança a compreensão. Há beleza no silêncio e no som. Portanto, a vida é beleza.
Toda a vida é beleza para os olhos que podem ver. Mas o fato é que nossos olhos não veem. Aquilo que achamos que vemos não é visto pelos olhos, mas pelo eu. O que escutamos não é ouvido pelos ouvidos, mas pelo eu. Não se trata do eu que conhecemos ('eu sou isso', 'eu não sou aquilo'). O eu é o puro objeto, o vidente que não pode ser visto. Ele permite ver, ouvir, conhecer e sentir a beleza.
O eu imortal não é pessoal; não é a imagem que fazemos de nós mesmos. Ele é o vidente, profundo e universal. Ser humano significa responder à beleza das cores e formas, do som, da natureza, ao delicado uso das palavras ou à beleza do pensamento e caráter. Essa resposta é uma qualidade da consciência humana. (...)"
(Radha Burnier - A religião da beleza - Revista Sophia, Ano 2, nº 7 - p. 5)
Nenhum comentário:
Postar um comentário