quinta-feira, 12 de novembro de 2020

O OBSERVADOR E O OBSERVADO (PARTE FINAL)

"27. Este percebimento deve cobrir a totalidade de nossa existência.

Esta área ou prãntabhumi deve ser saptadhã ou sétupla. A palavra saptadhã indica realmente uma totalidade, pois quando falamos da natureza total do homem ou do Universo, referimo-nos a ela como sétupla. Patañjali diz que este percebimento não apenas deve ser ininterrupto, mas também deve ser total, significando que precisamos estar cônscios da totalidade de nossa existência. Em outras palavras, este percebimento não deve ser meramente com o frio intelecto, mas com as emoções e também com o mecanismo sensorial do corpo. Ele deve penetrar todas as fibras de nosso ser. Não deve ser aquele percebimento de uma testemunha que olha para o fluxo da continuidade a distância. Uma testemunha pode estar cônscia apenas do exterior e um percebimento como  este, a distância, não tem valor. Ser um participante e ainda assim ser uma testemunha - apenas isso pode ser chamado percebimento total. Tudo o mais é superficial e, portanto, fragmentário. Somente o percebimento toal pode ser ininterrupto, pois aqui a totalidade de nosso ser está envolvida. 

Pode-se perguntar: ser participante e testemunha ao mesmo tempo - este não é um estado de completa contradição e, consequentemente, de conflito? Como podem as duas condições completamente oposta coexistirem? No Yoga vemos o milagre da coexistência dos opostos, e para isso precisamos nos familiarizar com as profundas experiências do Yoga. Patañjali nos leva às profundezas do Yoga quando fala de seu óctuplo instrumento e suas implicações totais. Com isso, adentramos, por assim dizer, na própria corrente do Yoga e nos sentimos renovados na totalidade de nossa existência."

(Rohit Mehta - Yoga a arte da integração - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 100/101)
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