OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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domingo, 11 de maio de 2014

EQUILÍBRIO INTERIOR

"Ao trilhar o caminho espiritual precisamos de equilíbrio. Pode-se dizer até mesmo que precisamos de equilíbrio perfeito. Somente o equilíbrio interior dá perspectiva às coisas e permite agir de maneira correta. O Bhagavad Gita afirma que equilíbrio é ioga. Sem equilíbrio a percepção não é clara, portanto, muitas coisas dão errado. Os Upanishades falam da senda do fio da navalha; a Bíblia menciona o caminho reto e estreito. Tudo isso sugere a mesma ideia.

Mesmo na prática da virtude deve haver equilíbrio. Levada ao excesso, a virtude deixa de ser virtude. Imagine uma pessoa tão generosa que dá tudo o que possui, ficando sem ter com o que sobreviver. Ela se tornará um fardo para os outros. A generosidade tem que ser combinada com bom senso.

O equilíbrio está em não pender para um lado ou para o outro. Como diz o Bhagavad Gita, o sábio de mente estável não é sacudido nem abalado; não é atraído nem repelido por coisa alguma. Ele está sempre voltado profundamente para dentro de si; é pacífico e imperturbável.

Nos Yoga Sutras contam que o apego (raga) e a repulsa (dvesha) são as causas primárias da miséria. O problema está dentro do indivíduo, não fora. A vida espiritual começa quando cessa a atração por objetos e prazeres. (...)

A consciência do homem comum está focada na noção de dualidade: o que é agradável e o que não o é. Isso nos deixa confusos e abalados. Mas a consciência equilibrada permanece em um nível profundo, onde tudo é conhecido como parte do todo. Esse é o nível da verdade, onde não há nem o real nem o irreal, nem o bem nem o mal. O que é verdadeiro é bom. A totalidade está além de todas as divisões."

(Radha Burnier - Equilíbrio Interior - Revista Sophia, ano 5, nº 19 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília -  p. 27)

segunda-feira, 7 de abril de 2014

A PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS ESTÁ DENTRO DE NÓS (PARTE FINAL)

"(...) Não há sombra de dúvida quanto à identidade absoluta entre a consciência de Bem-aventurança e a consciência de Deus, porque quando temos essa consciência de Bem-aventurança sentimos que nossa estreita individualidade foi transformada e que transcendemos a dualidade do amor e do ódio mesquinhos, do prazer e da dor; alcançamos um nível a partir do qual se torna extremamente óbvio o caráter doloroso e inútil da consciência comum.

E também sentimos uma expansão interior e uma compaixão para com todas as coisas. Os tumultos do mundo extinguem-se, as agitações desaparecem e começamos a sentir a consciência de 'todos em Um e Um em todos'. Surge uma gloriosas visão de luz. Todas as imperfeições, todas as asperezas reduzem-se a nada. Somos transportados a outra esfera, à origem da perene Bem-aventurança, o ponto de partida de uma interminável continuidade. Não é, pois, a consciência de Bem-aventurança a mesma consciência de Deus, na qual aparecem os estados de percepção acima citados?

É evidente, portanto, que Deus não poderá ser mais bem concebido do que como Bem-aventurança se tentarmos trazê-Lo para o âmbito da experiência de tranquilidade de cada um. Deus não continuará sendo então uma hipótese, sujeito à formulação de teorias. Não é essa uma concepção mais nobre de Deus? Ele é percebido manifestando-Se em nossos corações, na forma de Bem-aventurança na meditação - em espírito de oração ou de reverente adoração." 

(Paramahansa Yogananda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 45/46)


domingo, 6 de abril de 2014

A PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS ESTÁ DENTRO DE NÓS (1ª PARTE)

"Que diz a Religião Universal a respeito de Deus? Diz que a prova da existência de Deus está dentro de nós. É uma experiência íntima. Com certeza você pode se lembrar de pelo menos uma ocasião na vida em que, durante a oração ou um culto, sentiu que as limitações do corpo quase se desvaneciam, que a experiência de dualidade - prazer e dor, amor e ódio mesquinhos, etc. - afastava-se de sua mente. Bem-aventurança pura e serenidade brotaram em seu coração, e você experimentou uma tranquilidade imperturbável: Bem-aventurança e contentamento. Embora esse tipo de experiência superior nem sempre ocorra a todos, não pode haver dúvidas de que todas as pessoas, uma vez ou outra, durante a oração ou em estado de adoração ou meditação, experimentaram alguns momentos de perfeita paz. 

Não é essa uma prova da existência de Deus? Que outra prova direta da existência e da natureza de Deus podemos dar, além da existência da Bem-aventurança dentro de nós nos momentos de verdadeira oração ou culto? Há, porém, outras provas da existência de Deus: a prova cosmológica (do efeito elevamo-nos à causa; do mundo, ao Criador do Mundo), a prova teleológica (do telos [plano, adaptação] do mundo elevamo-nos à Inteligência Suprema que criou o plano e a adaptação) e também a prova moral (da consciência e do sentimento de perfeição elevamo-nos ao Ser Perfeito, diante de quem somos responsáveis).

Ainda assim, devemos admitir que essas provas são, em certa medida, produtos da inferência. Não podemos ter conhecimento pleno ou direto de Deus por meio das faculdades limitadas do intelecto. O intelecto proporciona apenas uma visão parcial e indireta das coisas. Ver uma coisa intelectualmente não é o mesmo que experimentá-la ao se unificar com ela; é ver uma coisa à distância estando separado dela. A intuição, porém, que mais tarde analisaremos, é a apreensão direta da verdade. É na intuição que a consciência de Bem-aventurança, ou consciência de Deus, é experimentada. (...)

(Paramahansa Yogananda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 43/45)

sábado, 7 de dezembro de 2013

A NATUREZA UNIVERSAL DO AMOR

"No sentido universal, o amor é o poder divino de atração, que harmoniza, une e vincula. Seu oposto é a força de repulsão, a energia cósmica que materializa a criação a partir da consciência cósmica de Deus. A repulsão mantém todas as formas em estado manifesto através de maya, o poder da ilusão, que divide, diferencia e desarmoniza. A força de atração do amor contrapõe-se à repulsão cósmica para harmonizar toda a criação e, finalmente, levá-la de volta a Deus. Quem vive em sintonia com a primeira, alcança a harmonia com a natureza e com seus semelhantes, sendo atraído para a reunião beatífica com Deus.

Neste mundo, amor pressupõe dualidade; nasce de uma troca ou sugestão de sentimentos entre duas ou mais formas. Até os animais expressam certo tipo de amor um pelo outro e pelos filhotes. Em muitas espécies, quando um companheiro morre, em geral o outro também logo sucumbe. Mas é um amor instintivo; os animais não são responsáveis por ele. Os seres humanos, entretanto, possuem considerável autodeterminação consciente da reciprocidade do amor. 

No ser humano, o amor se expressa de várias formas. Encontramos amor entre marido e mulher, pais e filhos, entre irmãos, entre amigos, patrão e empregado, guru e discípulo - como Jesus e seus discípulos ou os grandes mestres da Índia e seus chelas - e entre o devoto e Deus, a alma e o Espírito.

O amor é uma emoção universal, que se expressa de acordo com a natureza do pensamento em que se move. Por isso, quando o amor passa pelo coração do pai, a consciência paternal o traduz em amor paterno; quando passa pelo coração da mãe, é traduzido em amor materno; e a consciência do amante empresta ao amor universal ainda outra qualidade. Não é o instrumento físico, e sim a consciência em que o amor se move que determina a qualidade do amor expressado. Assim, um pai pode expressar amor materno, uma mãe pode expressar amor amistoso, e um amante, amor divino.

Todo reflexo do amor vem do Amor Cósmico único; mas, ao expressar-se como amor humano em variadas formas, ele possui sempre alguma imperfeição. A mãe sabe por que ama o filho; este não sabe por que ama sua mãe. Nenhum dos dois sabe de onde vem o que sentem. É o amor de Deus que se manifesta neles; e quando puro e altruísta, reflete esse amor. Assim, ao investigar o amor humano, podemos aprender alguma coisa sobre o amor divino, pois no primeiro vislumbramos o segundo."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 05/06)


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A UNIDADE FUNDAMENTAL DE TODAS AS RELIGIÕES (PARTE FINAL)

(...) Sendo como é origem e base de todas as religiões, a Teosofia não se opõe a nenhuma delas. Ao contrário, purifica-as, revelando a alta significação interior de inúmeras doutrinas, tornadas errôneas em sua forma exterior, pervertidas pela ignorância e superstição. Em cada uma destas formas a Teosofia se mostra e se afirma e procura em cada uma delas revelar sua sabedoria oculta. Para nos tornarmos um teósofo não há necessidade de deixarmos de ser cristão, ou budista ou hinduísta. Basta que o homem penetre mais profundamente no coração de sua própria fé, abraçando mais firmemente as suas verdades espirituais e analisando com um espírito mais amplo os seus ensinamentos sagrados. Depois de ter outrora dado nascimento às religiões, a Teosofia vem hoje justificá-las e defendê-las. É o bloco no qual todas foram talhadas, é como a escavação profunda da pedreira donde todas foram extraídas. Diante do tribunal da crítica moderna, ela vem justificar as mais profundas aspirações e as mais nobres emoções do coração humano. Confirma as esperanças que depositamos no homem e nos restitui, mais enobrecida, nossa fé em Deus.

A verdade desta asserção torna-se cada vez mais evidente, à medida que estudamos as diversas Escrituras sagradas do mundo e o que analisemos dentre a riqueza do material disponível basta para verificar o fato e guiar o estudante na investigação de novas provas.

As verdades espirituais fundamentais da religião podem resumir-se no seguinte:
I. Uma existência real, eterna, infinita, incognoscível;
II. Do Todo, procede o Deus manifestado, desdobrando-se de unidade em dualidade, de dualidade em trindade;
III. Da Trindade manifestada procedem inumeráveis Inteligências espirituais, guias da atividade cósmica;
IV. O homem, reflexo do Deus manifestado, se compõe, por isto, de uma trindade fundamental, sendo eterno o seu Ser interior e real, e forma uma unidade com o Ser do universo.
V. Ele evolui por encarnações repetidas para as quais é atraído pelo desejo; e das quais se liberta pelo conhecimento e sacrifício, tornando-se divino em realidade, como sempre o fora em potencialidade.

(Annie Besant - A Sabedoria Antiga – Ed. Teosófica, Brasília – p. 11/14)


quinta-feira, 27 de junho de 2013

EGO E PERSONALIDADE

"A dualidade da natureza humana torna-se muito pronunciada e notória em momentos de grande estresse. A personalidade é constantemente influenciada por seu carma, passa por períodos de adversidade, estresse, provações e até mesmo erros, e períodos de sucesso e felicidade. Influências astrológicas se fazem sentir afetando-a. Os pensamentos e ações dos outros produzem seus efeitos. O dharma do indivíduo está sendo constantemente trabalhado por meio da luz e sombra da vida. Com isso, a personalidade vive em meio a mudanças perpétuas, oscila entre a luz e a sombra, entre provações, dificuldades, dor e sucesso, facilidade e felicidade. Em algumas ocasiões, a personalidade clama, “Por quanto tempo, Ó Senhor, por quanto tempo?” A estabilidade e a serenidade finalmente chegam.

A Alma, por outro lado, está livre de estados de espírito, de mudanças, dúvidas e incertezas; dos altos e baixos da vida. Ela permanece numa postura serena, não afetada por quaisquer eventos ou mudanças na personalidade a não ser aqueles de uma natureza extrema, tais como uma queda muito grave ou uma grande realização. Em ambos os casos ela permanece o centro desapegado de consciência divina, muito além das limitações do homem mortal. Um esplendor sempre crescente; um poder aumentando sempre firme e com ritmo; um aprofundamento da intensidade da existência sem a menor tensão; ampla percepção do plano evolutivo, posição e futuro, indo desde todas as vidas passadas e incluindo aquelas por vir; plenamente consciente de sua natureza divina e potencialidades infinitas; sem querer nada, possuindo tudo; além das limitações do tempo; sem espaço; enraizado no eterno – o Eu Superior do homem é um poderoso rei espiritual cujo domínio e poderes aumentam sempre, cuja bem aventurança cresce cada vez mais intensa, e cuja sabedoria coloca ordem em todas as coisas de forma poderosa e suave. Portanto, torne-se e viva como uma Alma."

(Luz do Santuário - Diário Oculto de Geoffrey Hodson - Compilado por Sandra Hodson e traduzido por Raul Branco - p. 65)


sexta-feira, 14 de junho de 2013

POR QUE DEVEMOS BUSCAR DEUS?

"Por que devemos buscar Deus? Que é Deus? Como podemos encontrá-Lo?

Pode-se responder à primeira pergunta de uma forma muito simples. Devemos buscar Deus porque somos feitos à Sua imagem, e somente Sua perfeição e perpetuidade podem nos dar felicidade duradoura.

O homem foi dotado de uma mente e de um corpo com cinco sentidos, por meio dos quais percebe esse mundo finito e com ele se identifica. O homem não é, porém, nem o corpo nem a mente; sua natureza é espírito, a alma imortal. Sempre que tentar encontrar a felicidade permanente por meio das percepções sensoriais, suas esperanças, seu entusiasmo e seus desejos naufragarão, com a mesma frequência, nos rochedos da profunda frustração e do desapontamento. Tudo no universo material é essencialmente efêmero e sempre cambiante. O que está sujeito a mudanças traz em si as sementes da decepção. E é assim que nosso navio de expectativas mundanas, cedo ou tarde, encalha nas águas rasas do desencanto. Por isso devemos buscar Deus, porque Ele é a origem de toda a sabedoria, todo o amor, toda a bem-aventurança, todo o contentamento. Deus é a fonte de nosso ser, a fonte de toda a vida. E nós somos feitos à Sua imagem. Quando O encontrarmos, conheceremos essa verdade. 

Se Deus é a meta do homem, então o que Ele é? Toda escritura e toda grande alma que já falou de sua experiência de Deus afirmaram que determinadas qualidades constituem a natureza do Espírito. Ainda assim não podemos dizer o que é Deus. Ninguém jamais conseguiu descrevê-Lo totalmente. Existe a história de uma imagem de sal que foi à praia medir a profundidade do oceano. No momento em que entrou na água, ela se derreteu. A imagem não conseguiu medir a profundidade porque se unificara com o mar. Acontece o mesmo com o homem. Seu próprio ser consiste das mesmas qualidades que pertence ao Espírito. No momento que sua alma se identifica com o Ser Infinito, ele se unifica com Deus e já não consegue descrever o que Ele é. Entretanto, muitos santos descreveram o que uma pessoa experimenta quando comunga com o Espírito. 

Todas as criaturas declaram que Deus é paz, amor, sabedoria, bem-aventurança. Todas concordam em que Deus é inteligência cósmica, onisciente e onipresente. Ele é o Absoluto. Ele é o grande som cósmico de Om, o Amém dos cristãos. Ele é luz cósmica. Esses são todos atributos ou qualidades do Infinito. E quando o devoto busca-O profundamente começa a perceber essas várias manifestações do Divino.

Diz-se que a primeira prova da presença de Deus dentro do homem é a paz - essa paz que nada pode afetar. Quando o homem deposita seus sonhos, ideais, esperanças e ambições em objetos mundanos, a paz que ele sente em suas realizações é apenas temporária. Este é o mundo de dualidade: a vida é feita de prazer e de dor, saúde e doença, calor e frio, amor e ódio, vida e morte. O objetivo do homem é transportar sua consciência para além dessa lei de dualidade, desse véu de maya, e encontrar o Um que está presente em toda a criação e para além dela."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 03/05)