OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

O NASCIMENTO (PARTE FINAL)

"(...) Para determinar a qualidade de matéria etérica que entrará na constituição do corpo etérico, dois pontos devem ser considerados: primeiro, o tipo de matéria, encarado sob o ponto de vista dos Sete Raios ou divisões verticais, a seguir, a qualidade de matéria, encarada sob o ponto de vista de delicadeza ou grosseria, divisões horizontais. O primeiro tipo, o do raio, é determinado pelo átomo físico permanente, no qual estão impressos o tipo e o subtipo. O segundo é determinado pelo karma passado do indivíduo; o elemental construtor está encarregado de produzir um corpo adequado aos requisitos da pessoa. Em suma, o elemental representa a porção de karma (prârabda) individual que deve ser expresso no corpo físico. Da seleção operada pelo elemental construtor dependem, por exemplo, a inteligência natural ou a estupidez, a calma ou a irritabilidade, a energia ou a indolência, a sensibilidade ou a inércia do corpo. As potencialidades hereditárias estão latentes no óvulo materno e no espermatozoide paterno; o elemental extrai deles os elementos necessários ao caso. 

Embora o elemental esteja, desde o início, encarregado do corpo a construir, o EGO não entra em relação com sua futura habitação senão mais tarde, pouco antes de seu nascimento físico. Se as características a impor pelo elemental são poucas, ele pode retirar-se logo, e deixar o corpo a cargo do Ego. Pelo contrário, se for preciso muito tempo para desenvolver as limitações exigidas, o elemental pode permanecer com o encargo do corpo até o sétimo ano. 

A matéria etérica para o corpo da criança é extraída do corpo materno; daí a importância de a mãe só assimilar elementos muito puros. 

A não ser que o elemental esteja encarregado de obter um resultado especial nas feições, como a beleza excepcional ou o contrário, o principal trabalho neste sentido serão os pensamentos da mãe e as formas-pensamentos que flutuam ao redor dela. 

O novo corpo astral é posto em relação com o duplo etérico logo na primeira fase, e exerce grande influência sobre sua formação; por intermédio dele também o corpo mental age sobre o sistema nervoso." 

(Major Arthur E. Powell - O Duplo Etérico)

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

O NASCIMENTO (1ª PARTE)

"Poderemos agora abordar proveitosamente o estudo do duplo etérico, em relação com o nascimento e a morte do corpo físico. 

Quem tenha estudado o mecanismo da reencarnação, sabe que, no caso do corpo etérico, intervém um fator que não atua no caso dos corpos astral e mental. O duplo etérico destinado ao Ego reencarnante é antecipadamente construído por um elemental, que é a forma-pensamento conjunta dos Quatro Devarajas, cada um dos quais governa um dos quatro subplanos etéricos da matéria física. A principal tarefa deste elemental construtor é preparar o molde etérico no qual se formarão as partículas físicas do novo corpo a nascer. 

A forma e a cor deste elemental variam nas diferentes fases. Na primeira, ele exprime a forma e a dimensão do corpo que deve construir. Ao ver esta espécie de pequeno boneco no princípio, ao redor e depois no interior do corpo da mãe, os clarividentes tomaram-no, algumas vezes, erradamente, pela alma da criança; na realidade é o molde de seu futuro corpo físico. 

Quando o feto encheu completamente o molde e está pronto para nascer, começa o desenvolvimento da forma na nova fase, apresentando as dimensões, o tipo e as condições do corpo, tal como será no momento em que o elemental o deixará, depois de terminada a sua tarefa. Após a partida do elemental, todo o crescimento ulterior do corpo estará a cargo do próprio EGO. 

Em ambos os casos o próprio elemental serve de molde. Suas cores representam, em grande parte, as qualidades requeridas no corpo a construir, e sua própria forma é também, em geral, a destinada ao corpo. Ao terminar o seu trabalho, cessa a energia que mantinha a coesão de suas moléculas, e o elemental desagrega-se. (...)"

(Major Arthur E. Powell - O Duplo Etérico)


sábado, 19 de agosto de 2017

O MUNDO DO EGO (PARTE FINAL)

"(...) Se tivermos sucesso em desprender a consciência dos corpos, não haverá dificuldade em trazê-la de volta ao Ego, porque ela é realmente a consciência do Ego; e o mundo do Ego é nosso verdadeiro Lar.

Quando voltamos assim ao mundo do qual tanto tempo havíamos estado exilados, nossa primeira impressão é um predominante sentimento de júbilo e liberdade. Como quem estivesse preso por longos anos em um local onde os raios do Sol não pudessem penetrar e, ao sair livre, fosse ofuscado pela luz do exterior, assim nós, ao entrarmos em nosso próprio mundo após o longo exílio no cárcere da matéria, nos sentimos repletos da luz que nos rodeia e da libertação às limitações que nos restringiam. Aqui, nesse mundo, tudo é verdadeiramente luz e júbilo. O Ego em seu próprio mundo tem uma vida de tão incomparável bem-aventurança e graça que, mesmo que só vejamos aquele mundo uma única vez, já não voltaremos a cair vítimas do mundo de ilusão. Agora sabemos quem somos; vimos a nós mesmos em nossa divina beatitude no mundo que é nossa morada, e nenhum poder terreno será capaz de nos incitar a crer que somos os corpos. Quebrou-se o feitiço que nos fascinava, e pela primeira vez compreendemos a paz sem nenhuma luta.

É admirável quão simples se torna tudo subitamente quando entramos no mundo do Ego; e quão natural é, então, agir retamente. Nossa vida anterior se nos mostrava cheia de complicações, quase incompreensível em seus problemas. Uma vez que tenhamos nos atrevido a reconhecer o que verdadeiramente somos, cessa toda a luta, todo esforço é desnecessário; a vida se torna simples e natural, fluindo harmonicamente."

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 36)


terça-feira, 11 de julho de 2017

EVOLUÇÃO VERSUS INVOLUÇÃO

"Quando Deus viu que havia projetado os elementos da criação para fora de Si mesmo - das formas mais sutis às mais grosseiras -, o processo de involução entrou em funcionamento. Do ponto de vista do assunto de hoje, pense na evolução como o que viaja para longe de Deus, e na involução como o que volta para Ele. Para cada processo de evolução há um processo de involução. Quando os pensamentos criadores de Deus assumiram uma forma mais densa na matéria, teve início a involução, que está ocorrendo o tempo todo. A consciência onírica divina se manifesta primeiro nas pedras ou minerais inertes. Depois começa a vibrar na sensibilidade das plantas, mas não possui autoconsciência. E depois vêm todas as formas de vida sensiente do reino animal. A consciência e a vitalidade inata, então, encontram expressão no homem, com o seu poder inteligente superior de pensar e discernir. E finalmente a superconsciência divina se reflete plenamente no super-homem. Assim, a criação realmente se afasta de Deus e depois volta para Ele. Deus dará salvação não apenas ao homem mas também aos planetas, à Terra, às estrelas - a todos os que trabalham tão arduamente há bilhões de anos fornecendo os cenários para o drama cósmico onírico.

Voltar a Deus pelo processo involutivo da Natureza é um processo muito longo. Um dia, o homem de discernimento pergunta: 'Por que esperar milhões de anos antes de poder voltar para Deus?' Ele raciocina que, primeiramente, não pediu para ser criado - que Deus o criou sem pedir sua permissão e portanto o Próprio Deus devia libertá-lo. E se recusa a esperar mais. Quando chega este desejo o ser humano deu o primeiro e definitivo passo para voltar a Deus.

Quando você realmente quer ser libertado do sonho terreno, não há poder que possa impedi-lo de alcançar a libertação. Nunca duvide disto! Sua salvação não precisa ser alcançada - já é sua, pois você é feito à imagem de Deus; mas é preciso saber disso. Você esqueceu. O cervo almiscareiro busca desesperadamente o perfumado almíscar em todos os lugares. Nessa busca frenética, ele descuidadamente escorrega para a morte nas encostas das altas montanhas. Se o tolo cervo virasse o nariz para a bolsa de almíscar que está dentro de si mesmo, encontraria o que buscava. Da mesma forma, só precisamos interiorizar e encontrar a salvação na percepção de que a alma, nosso verdadeiro Eu, é feita à imagem de Deus."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 57/58)


quinta-feira, 6 de julho de 2017

O USO DA ENERGIA

"(3:13) Pessoas espiritualmente conscientes, ao ofertar o alimento que consomem à sua fonte de energia divina (os devas), não incorrem em pecado. Mas aquelas que se furtam a essa oferenda (comendo apenas por gosto e prazer) estão alimentando o pecado.

A matéria, como a ciência moderna descobriu, é uma vibração de energia. Quanto mais o homem se conscientizar da energia em seu corpo, mais facilmente progredirá em espírito. Ao movimentar o corpo, deve tentar perceber que é a energia que dá força a seus músculos e, com isso, lhe permite deslocar-se. Quando inspira, deve sentir que absorve energia com o ar. Em tudo o que fizer, andará bem em considerar a energia como o seu próximo passo na escalada rumo à percepção da união divina.

A seguir, tentará perceber que a energia responsável por seus movimentos e respiração não é de fato sua. O pecado (ilusão) começa pelo pensamento leviano: 'Tudo isso me pertence!' É fácil imaginar a matéria como algo que se pode possuir. Mas difícil supor o ar ou, mais sutilmente, a energia como coisa própria. Quando a energia é ofertada (aos devas ou a Deus), a consciência se alça com igual facilidade.

O alimento que ingerimos é, também, energia. Sua substância tosca estimula um prazer correspondentemente tosco no pensamento: 'Eu, em pessoa, estou comendo com prazer, deleitando-me com estes sabores todos.' Não é uma 'transgressão', em termos espirituais, apreciar um alimento; convém, entretanto, fazer com que esse gozo seja um lembrete da alegria imutável da alma. Assim, é útil permitir, no ato de comer, que a satisfação haurida do alimento estimule a alegria no coração, aí concentrando quaisquer deleites proporcionados pelo paladar.

'Empanturrar-se' é inflar não apenas o ventre, mas também o ego. O que faz disso um pecado é o fato de consolidar o erro de ver o corpo como propriedade particular. 'Pecado', aqui, significa simplesmente o ludíbrio da afirmação do ego. É mais uma barra, por assim dizer, na grade da prisão da consciência do ego."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 157/158


domingo, 28 de maio de 2017

A AUTÊNTICA ESPIRITUALIDADE (PARTE FINAL)

"(...) Podemos também abordar o tema da espiritualidade considerando a polaridade fundamental da vida, que se encontra nos ensinamentos da sabedoria e é Purusha-Prakriti, ou espírito-matéria. Não estamos divididos em espírito e matéria, mas somos espírito-matéria unidos. O polo espiritual de nossa natureza revela-se gradualmente à medida que evoluímos, como uma flor que se abre. 

Entramos agora no reino da renovação. O apóstolo Paulo disse:'Não permiti que o presente empurre-vos para dentro de seu molde. Em vez disso, transformai-vos pela renovação de vossas mentes.' Ele aludia àquela renovação mental que nasce naturalmente quando nosso condicionamento é posto de lado. Uma renovação assim não pode surgir quando a mente está cheia de coisas terrenas; ocorre quando entramos na quietude não terrena. Quando silenciamos, mesmo por um curto espaço de tempo, os espaços dentro dos recessos mais elevados de nossa mente revelam-se inevitavelmente.

Associada a isso há a perda do senso do espaço físico, um tipo de leveza. Os espaços internos de nossa consciência são desatravancados e demonstram grande vitalidade. Estando mais próximos do polo espiritual de nossa natureza, eles contêm uma energia que consegue filtrar-se através de toda a nossa consciência do dia a dia, ajudando a expressar o que há de melhor em nós, da latência à potência. Os momentos de silêncio mental podem trazer clareza e liberação de energia, ajudando-nos a navegar mais facilmente através da vida, assim como de súbito o relâmpago clareia o céu escuro."

(Linda Oliveira - A renovação da sociedade - Revista Sophia, Ano 8, nº 31 - p. 34/35)


quinta-feira, 9 de março de 2017

OS CORPOS IMORTAIS DO HOMEM (PARTE FINAL)

"(...) O corpo superespiritual (átmico) é apenas um átomo desse mundo elevado, a mais fina película de matéria, encarnação do Espírito, 'Deus feito carne', num sentido muito real, divindade mergulhando no oceano da matéria, não menos divina por estar encarnada. Aos poucos, para esse corpo superespiritual passará o resultado puro de todas as experiências armazenadas durante a eternidade, e os dois corpos imortais inferiores irão aos poucos imergindo nele, misturando-se com ele, nas gloriosas vestes de um homem conscientemente divino, que se tornou perfeito.

O corpo espiritual (búdico) pertence ao segundo mundo manifestado, o mundo da pura sabedoria espiritual, do conhecimento e do amor reunidos, às vezes chamado o 'corpo de Cristo', pois ele nasce para a atividade na primeira grande Iniciação e se desenvolve até 'a plenitude da medida da estatura do Cristo' no Caminho da Santidade. Ele é alimentado com todas as aspirações elevadas e amorosas, pela pura compaixão e pela ternura e piedade que tudo envolvem.

O corpo intelectual (causal) é a mente superior, pela qual o homem lida com abstrações, com o que é 'da natureza do conhecimento', no qual ele conhece a verdade por intuição, não pelo raciocínio, pedindo por empréstimo à sua mente inferior métodos de raciocínio, apenas para estabelecer no mundo inferior verdades que ele conhece diretamente. Nesse corpo, o homem é chamado de Ego, e começa a compreender sua própria divindade. Ele se alimenta e se desenvolve com o pensamento abstrato, pela meditação tenaz, pela serenidade, pela submissão do intelecto ao serviço. Por natureza, ele é independente, pois é um instrumento de individualização, e deve crescer forte e se bastar a si mesmo, a fim de dar a necessária estabilidade ao sutil corpo espiritual com que está mesclado.

Esses são os corpos imortais do homem, não sujeitos ao nascimento nem à morte; eles é que proporcionam a memória contínua, que é a essência da individualidade; eles são a casa do tesouro de tudo quanto merece a imortalidade. Neles não pode entrar 'nada do que macule'. Eles são o eterno lugar de morada do Espírito. Neles está realizada a promessa: 'Eu morarei neles e caminharei neles.' Eles fazem da prece do Cristo uma realidade: 'Que eles também possam ser um em Nós.' Eles confirmam o grito triunfante do hindu: 'Eu sou Tu.'"

(Annie Besant - O Enigma da Vida - Ed. Pensamento
fonte: http://universalismoesoterico.blogspot.com.br/


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

CORPO FÍSICO

"Este é, no momento, o corpo mais altamente desenvolvido do homem, e aquele com o qual todos estamos familiarizados. Consiste em matéria sólida, líquida, gasosa e etérica, as três primeiras primorosamente organizadas em células e tecidos, formando órgãos que permitem à percepção tornar-se consciente do mundo exterior, e a última possuindo vórtices através dos quais derramam-se forças. Como o corpo etérico separa-se do sólido, do líquido e do gasoso por ocasião da morte, o corpo físico é, com frequência, subdividido em denso e etérico; o primeiro é composto dos órgãos que recebem e atuam, e o último é o veículo das forças vitais e seu transmissor para o seu companheiro denso. Qualquer rompimento da parte etérica em relação ao corpo denso, durante a vida física, é pernicioso; esse rompimento pode ser causado por anestésicos, e ele desliza para fora, sem governo, em algumas organizações peculiares, geralmente chamadas 'mediúnicas'; separado de seu companheiro mais denso, torna-se indefeso e inconsciente, nuvem levada pelos centros de força, inútil quando não há para quem transmitir as forças que se movem nele e sujeito à manipulação de entidades exteriores, que podem usá-lo como um molde para materializações. Ele não pode afastar-se muito do corpo denso, pois este pereceria se perdesse a conexão com ele. Quando essa desconexão acontece, a parte densa 'morre', isto é, perde o fluxo de forças vitais que sustentam suas atividades. Mesmo assim, a parte etérica, ou duplo etérico, paira próximo do seu parceiro na vida, e se constitui na 'aparição' ou 'sombra', vista depois da morte, movendo-se sobre as sepulturas. O corpo físico, como um todo, é o meio que o homem tem para se comunicar com o mundo físico e, por causa disso, às vezes é chamado de 'corpo de ação'. Ele também recebe vibrações dos mundos mais sutis e, quando pode reproduzi-las, 'sente' e 'pensa', pois seu sistema nervoso é organizado para reproduzir essas vibrações na matéria física. Como o ar invisível, vibrando fortemente, increspa a superfície da água densa e, como a luz invisível, ativa os filamentos nervosos e os cones retinianos, a matéria invisível dos mundos mais sutis leva vibrações sensíveis para a matéria mais densa do nosso corpo físico, tanto etérico quanto denso. A evolução continua e o corpo físico evolui, isto é, reúne combinações cada vez mais finas de matéria retirada do mundo exterior, torna-se suscetível a ondas de vibração cada vez mais rápidas, e o homem se vai fazendo cada vez mais 'sensitivo'. A evolução racial consiste em grande parte nessa sensitividade sempre crescente do sistema nervoso aos impactos externos; para a saúde, a sensitividade deve permanecer dentro dos limites da elasticidade, isto é, o sistema deve recobrar imediatamente sua condição normal, após a distorção; se essa condição existir, a sensitividade estará na crista da onda evolucionária e torna possível a manifestação de gênios. Se não estiver presente, se o equilíbrio não for restaurado rápida e espontaneamente então a sensitividade é nociva e malévola, levando à degeneração, e, finalmente, se não for freada, à loucura." 

(Annie Besant - O Enigma da Vida - Ed. Pensamento
fonte: http://universalismoesoterico.blogspot.com.br/


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

CONSCIÊNCIA

"Tudo que é construído perde sua força no decorrer do tempo, e o cérebro também perde sua vitalidade e coerência com a idade. Mas há mudanças que surgem não devido a qualquer causa física, mas exatamente em virtude da maneira pela qual a mente trabalha em estado de inconsciência. Estamos fazendo aqui uma distinção entre cérebro e mente, atribuindo a esta última uma condição independente. Se a vida fosse um produto da matéria, então a vida deveria secar com a deterioração do corpo, e quando o corpo morre, a vida e a consciência deveriam partir para sempre, como a chama de um pavio que foi consumido. Mas em uma visão profunda da matéria, a vida e a consciência podem ser manifestações de uma energia que é a base do universo, mas que tem de assumir uma forma, uma organização material, para a expressão de significado. De qualquer maneira podemos ver como a consciência limita a si própria. Ela forma ideias em diversas matérias. Essas ideias não são meramente formas de suas ações, mas tendem a se tornar cristalizações que permanecem na mente; a mente se apega a elas, pelo prazer que fornecem ou pelo medo da dor e, então, todo o processo de pensamento realiza-se em relação a elas, gira em torno delas. O homem é um pensador, com a derivação da palavra ‘homem’ indica. Ele está constantemente envolvido na ideação de diferentes tipos. Não pode haver nada de errado com a formação de idéias ou em desfrutar algo agradável, isto é, em registrar uma sensação agradável. Mas complicações apresentam-se quando nos tornamos apegados às sensações ou a idéias e buscamos permanência. Todo apego é um limitador. Mentalmente e emocionalmente levantamos muros ao nosso redor que constituem uma prisão dentro da qual as atividades da mente estão confinadas. Ela permanece enclausurada em seu interior e projeta diversas ideias de lá. Todas essas ideias brotam do solo dos seus condicionamentos, isto é, o terreno das experiências vividas e de suas reações a ela. O homem ambicioso projeta uma imagem de sua própria importância diante de si, a qual busca realizar. Da mesma forma, aquele que tem medo projeta sombras do que pode acontecer a ela a cada muro que lhe aparece.

Se a consciência presente abandona seus apegos, que, na verdade, são suas próprias memórias, imediatamente ocorre uma grande mudança de grande proporção. As memórias não deixam de existir, mas irão retroceder, provocando no presente um estado de completa liberdade e naturalidade. O passado se transformará em mera paisagem. Diz-se que o Buda podia se lembrar de todos os eventos de suas encarnações passadas. Certamente tais lembranças não afetavam de forma alguma sua serenidade, a liberdade que alcançou, e sua atitude benigna para com todos os seres e todas as coisas. O passado era apenas um mapa estendido à sua frente."

(N. Sri Ram - O significado de cada momento presente - Revista TheoSophia, pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, out/nov/dez/2016 - p. 22)


terça-feira, 1 de novembro de 2016

O DRAMA DA ALMA

"Podemos considerar as repetidas encarnações da Alma divina nos mundos de manifestação externa como uma atividade especial do Ego, com o determinado propósito de adquirir o conhecimento que só desse modo lhe é possível. A tragédia se dá com a descida da consciência divina aos três corpos - físico, emocional e mental -, a verdadeira queda do homem na matéria, que é a causa de todo o subsequente sofrimento na peregrinação da Alma. Assim é que o Ego, ao infundir uma porção de si mesmo em cada um dos três corpos, identifica-se com o corpo em que se infunde; e, por essa identificação, percebe a si próprio como sendo o corpo destinado a servir-lhe de instrumento. 

Ao identificar-se com os seus veículos, a consciência encarnada já não compartilha da oniabarcante consciência do divino Ser a que pertence, mas participa da separatividade dos corpos e se converte numa entidade dissociada dos demais seres e oposta a eles, isto é, numa personalidade. É a velha lenda de Narciso, que ao contemplar sua imagem refletida na água do lago anseia por abraçá-la; e ao fazer tal tentativa, morre submerso na água. Assim a consciência encarnada está submersa no mar da matéria; e, ao identificar-se com os distintos corpos, separa-se do Ser a que pertence e já não se reconhece como o que verdadeiramente é: filho de Deus.

Então começa a longa tragédia da Alma exilada, que se esquece de sua divina herança e se degrada na inconsciente submissão aos corpos que deveriam ser instrumentos de sua Vontade. É o antigo mito gnóstico de Sophia: a Alma divina exilada vive entre ladrões e salteadores que a humilham e maltratam, até que Cristo a redime e a restitui à sua divina morada.

Pode haver maior tragédia e mais profunda degradação que aquela onde a Alma divina, membro da suprema Nobreza, a própria Divindade, esteja sujeita às humilhações e indignidades de uma existência na qual, esquecida de sua alta categoria, consente em escravizar-se à matéria? 

Às vezes, quando vemos a humanidade em seu pior aspecto, horrenda em sua odiosidade, discordante em seu desvio da Natureza, grosseira e brutal ou estúpida e frívola, nos apercebemos dessa intensa tragédia da Alma exilada e temos pungente consciência da degradação sofrida pelo imortal ser interno."

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 18/19)


terça-feira, 30 de agosto de 2016

NOSSA VIDA TERRENA

"Quando, em estado de Egos conscientes, pensamos em nossa vida terrena, na vida que nos parece tão importante quando nos achamos em estado de simples consciência de vigília, essa vida terrena nos parece irreal, quase como um sonho, e certamente sem a importância que geralmente lhe atribuímos. Como Egos, consideramos a vida terrena tal qual uma tarefa que temos de executar, uma lição que deve ser aprendida e que talvez possa ser mais bem expressa como 'autorrealização'. É somente nesses mundos de matéria densa que há resitência e separatividade, necessárias para desenvolver o sentido de individualidade e da consciência do 'eu', que é depois trazida de volta à Unidade superior.

Ao observarmos nossa vida terrena a partir do mundo do Ego, adquirimos maior equanimidade na existência que temos de viver na Terra, pois é uma profunda verdade que nada na vida terrena significa muito e que a maior parte dos eventos carece de importância. Quando uma vez tivermos nos reconhecido na plenitude de nossa glória como Egos, a vida terrena nos parecerá uma atividade subsidiária, à qual temos de lançar um pouco de nossa consciência, um pouco de nossa atenção, da mesma maneira que o estadista atarefado numa magna obra deve conceder uma pequena parte de sua atenção a alguma atividade pessoal secundária em que esteja interessado."

(J.J. Van der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 39)


terça-feira, 7 de junho de 2016

O DESPERTAR DA ALMA

"Durante sua peregrinação pela matéria, o homem se identifica totalmente com seus corpos - obedecendo inteiramente a seus ditames, com esquecimento de sua verdadeira e divina natureza; ele não sofre, porém se satisfaz à maneira dos animais. O sofrimento principia somente quando a Alma, em seu cárcere terreno, começa a se recordar do Lar divino do qual vive exilada; quando, através do amor, da beleza ou da verdade, se desperta a consciência quanto a sua verdadeira natureza. 

Estamos, como Prometeu, acorrentados à rocha da matéria. Mas até que tenhamos consciência do que verdadeiramente somos, não percebemos estar prisioneiros e exilados. Assim viveria quem, exilado de sua pátria ainda nos dias de sua juventude, houvesse permanecido muitos anos entre estrangeiros, recordando com amargura em meio às misérias e privações de seu exílio que houve tempo em que se percebia em ambiente diferente. Mas um dia, talvez, ouça um canto conhecido naquela juventude, e em súbita agonia recorde tudo o que perdeu, reconhecendo em meio à dor que é um exilado, longe de tudo a que tinha apreço. Essas memórias ressuscitam o anelo da terra natal; e esse anseio adquire maior intensidade que nunca. Somente então começam o sofrimento e a luta - sofrimento, por saber o que perdeu; luta, numa tentativa de recuperar aquilo que já possuíra. 

De maneira análoga, o despertar da Alma no curso da evolução humana traz não apenas júbilo, mas também sofrimento nesse processo. Enquanto o homem vivia a vida animal de seus corpos, ele conhecia um tipo de contentamento; mas com a recordação de sua verdadeira natureza, com a visão do mundo a que realmente pertence, nasce a milenar luta em que trata de se libertar do enredamento aos mundos da matéria, criado por ele próprio ao identificar-se com seus corpos. 

Até esse momento, ele não era consciente de seus corpos como uma limitação. Então, esses se tornaram para ele como a abrasadora túnica de Nesso³, aderindo-se a ele quanto mais ele tenta livrar-se de seu contato. De agora em diante, reconhece-se como duas entidades numa só. É consciente de um Ser interno, superior e divino, que o incita a voltar a seu Lar divino; e de uma natureza animal inferior, que é sua consciência atada aos corpos e por eles dominada."

³ Na Mitologia Grega, Nesso era um centauro que, para vingar-se de Hércules, tenta roubar-lhe a esposa, Dejanira; mas ao ser atingido pela flecha envenenada do próprio Hércules, antes de morrer deixa com Dejanira sua túnica manchada do sangue envenenado, dizendo-lhe que teria dons mágicos para que ela reconquistasse Hércules, se este viesse em qualquer tempo a abandoná-la. Mais tarde, Hércules apaixonou-se pela sedutora Iole, e se dispunha a desposá-la quando recebeu de Dejanira, como presente de núpcias, a túnica ensanguentada. Ao vesti-la, o veneno infiltrou-se-lhe no corpo; louco de dores, ele quis arrancá-la, mas o tecido achava-se de tal forma aderido às suas carnes que estas lhe saíam aos pedaços. Vendo-se perdido, o herói ateou uma fogueira e lançou-se às chamas. (N.E.)

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 12/13)


sexta-feira, 1 de abril de 2016

SÍNTESE DA EVOLUÇÃO HUMANA (1ª PARTE)

"Vimos, de modo muito sumário e perfunctório, a evolução a qual é emanação ou centelha divina.

Esta inicialmente 'desce' profundamente até a matéria mais grosseira e, gradualmente, vai 'subindo' e se expandindo em plenitude, por meio de veículos cada vez mais afinados.

A 'alma', no início, tem necessidade de passar pelas experiências fortes, brutais, dos homens primitivos, porque os veículos são grosseiros e ela está, por assim dizer, entorpecida.

Os veículos (ou corpos) astral e mental só se desenvolvem, nestes princípios, pelas sensações terríveis, e a alma tem que perceber as diferenças entre as sensações, o que acontece pelo choque dos contrastes enérgicos e violentos. Daí, prazeres desregrados e dores brutais que 'martelam' a alma nos primórdios da evolução.

À medida que as sensações se apuram e se desenvolvem, também o pensamento e o raciocínio progridem; estes só podem se alargar em toda sua pujança quando as sensações também se tornam mais perfeitas e afinadas; as comparações são melhores, as deduções mais profundas e a capacidade de raciocínio mais perfeita. 

A noção do bem e do mal, quase imperceptível no homem primitivo, vai se firmar somente após certo estágio evolutivo. As sensações, as reações intelectuais e afetivas transmitem-se por vibrações do corpo físico e dos corpos mais sutis, ao corpo causal, onde impressionam diretamente a alma.

Esta, à custa das experiências, se expande e, por sua vez, quanto mais ampliada em suas qualidades, tanto mais perfeitos serão os veículos com os quais se cerca.

A memória das experiências, isto é, das vidas passadas, permanece no corpo causal, imperecível. Ela não sobrevive como imagem no homem encarnado, mas os germes causais provocam a formação de novos corpos, de acordo com as qualidades adquiridas e estes corpos manifestam, então, as tendências desenvolvidas nas vidas anteriores. (...)"

(Alberto Lira - O ensinamento dos mahatmas - IBRASA, São Paulo, 1977 - p. 195/196)


segunda-feira, 21 de março de 2016

VIDA ESPIRITUAL

"Para saber o que é espiritual, deve existir o espiritual dentro de si mesmo. A vida espiritual, portanto, não consiste em fazer várias coisas, mas em provocar uma transformação interior, um determinado estado interior. A pessoa vem a saber o que é tal estado por entender a si mesma o que significa observar o que está passando em seu interior. Através da observação, ela precisa purificar sua própria natureza de tudo aquilo que pertence à vida material ou mundana, vê-la como realmente é e rejeitá-la.

A vida mundana não consiste de contato físico ou mental com coisas materiais. A matéria está em toda parte e não é possível escapar dela. Essencialmente, portanto, a vida mundana não é meramente contato com a matéria, mas uma atitude de posse. Há uma grande diferença entre o relacionamento que temos com os objetos, as pessoas, as idéias, quando há uma ânsia de posse e quando não há. De fato, um relacionamento possessivo não é um relacionamento verdadeiro porque, visto que a mente possessiva é incapaz de perceber o verdadeiro significado, o valor intrínseco de uma coisa se perde de vista quando o que conta é a utilidade para si mesmo. Portanto, a ganância por adquirir e possuir deve ser inteiramente erradicada, se nós estivermos dispostos a fazer a jornada desde o mundano para o espiritual. A mente precisa aprender a não se apegar que a objetos concretos, quer a objetos mentais ou espirituais, e a renúncia à posse deve ser total – interna e externa.

A vida material ou mundana também assume a forma de uma imposição ou vontade de uma pessoa sobre os outros. Envolve o sentimento de que as próprias idéias e interesses devem prevalecer se que as circunstâncias, as pessoas e as coisas devem ser tanto submetidas quanto feitas em conformidade com elas. (...)"

(Radha Burnier - Não há outro caminho a seguir - Ed. Teosófica, Brasília - p. 16/17)


sábado, 26 de dezembro de 2015

A EVOLUÇÃO DA INTELIGÊNCIA

"Deus não quis que a matéria fosse diferente Dele Próprio. Por isso, impregnou-a de inteligência onírica que, por um processo de evolução, despertaria gradualmente, compreendendo que matéria e mente (as vibrações da ideia divina) são uma só coisa. A primeira expressão da inteligência inata, na criação material, é também a primeira porta por onde passa a matéria para escapar da ilusão, ou maya, retornando à liberdade da consciência divina. Confinada em elementos e minerais, a inteligência dorme. Assim, para que se manifestasse uma expressão mais livre, a vida vegetal passou a existir. Da espuma formada no mar, criaturas vivas surgiram na água e algumas gradativamente desenvolveram a capacidade de viver em terra. O que parecia ser matéria inerte começou a assumir forma viva. 

Formas mais frágeis de vida eram indefesas diante das mais fortes e agressivas, e da luta pela sobrevivência surgiu o processo de evolução para formas mais elevadas, mais eficientes. A 'lei do mais forte' parece uma lei terrível mas, em última análise, não é. Os animais que matam uns aos outros são apenas diferentes manifestações do pensamento de Deus. Enquanto aprisionados nas formas, não entendem que são imagens mentais. Mas depois que o peixe pequeno é morto pelo peixe grande, sua forma onírica se dissolve de novo na consciência divina, e a centelha individualizada de Deus nele existente encarna em outra forma de vida, de valor evolucionário superior ao da sua existência anterior como peixe, dando à alma maior potencial de expressão. 

Portanto, a morte é o modo pelo qual a matéria onírica volta à consciência divina, libertando a alma que nela existe para o próximo passo na fornada progressiva de volta a Deus. Assim, a morte é uma parte do processo de salvação. O ciclo ascendente de inteligência, que evolui em instrumentos de expressão com um potencial de eficiência cada vez maior, continua até atingir a forma suprema no ser humano. Só este tem a capacidade de expressar sua divindade inata e de tomar plena consciência de Deus, transcendendo o sonho divino de maya.¹"

¹ O corpo humano, com seus singulares centros ocultos na coluna vertebral e no cérebro (...), foi uma criação especial de Deus para equipar a alma com um veículo capaz de expressar seu potencial divino.

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 21/22)


quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

PURIFICAÇÃO DO CORPO FÍSICO¹

(§07) O corpo é teu animal - o cavalo sobre o qual montas. Portanto deves tratá-lo bem e cuidar bem dele; não deves sobrecarregá-lo de trabalho, deves alimentá-lo corretamente, só com alimentos e bebidas puros, e mantê-lo sempre minuciosamente limpo, sem o menor resquício de impureza. Pois sem um corpo perfeitamente limpo e saudável, não podes realizar a árdua tarefa de preparação, nem podes suportar o seu incessante esforço. Mas deves ser sempre tu quem comanda o corpo, e não ele quem comande a ti.”

No parágrafo anterior, o sexto, nos foi mostrado a necessidade do controle sobre o corpo físico. Evidentemente que depois de dominá-lo, deveremos passar para a purificação desse corpo. Mas o que é pureza? Taimni em seu livro Autocultura – à Luz do Ocultismo nos fala: “Pureza, não somente no que concerne ao físico, mas também aos veículos emocional e mental, significa a preponderância em nosso veículo dos componentes, das combinações de matéria, que podem responder facilmente às vibrações mais elevadas, e não responder às inferiores.”

Se partirmos da ideia de que o corpo físico é o veículo da alma neste plano de matéria densa, então deveremos primar para que ele tenha um bom desempenho, a fim de que consiga responder prontamente aos anseios do Ego. Por isso que aqueles que estão no caminho do Ocultismo buscam purificar o físico através de alimentos e bebidas puros. Taimni nos explica a importância de se conhecer a natureza dos alimentos em relação à sua influência na capacidade vibratória do corpo: “A classificação mais familiar é a divisão em três grupos: Tamasico, Rajasico e Sattvico. Alimentos Tamasicos são aqueles que estimulam a inércia, Rajasicos aqueles que produzem atividade e Sattvicos aqueles que produzem harmonia e ritmo. É no último grupo que o aspirante espiritual tem que fazer, tanto quanto possível, a sua seleção

Evidentemente, que a purificação do corpo físico não se atém somente aos alimentos e bebidas, uma vez que a saúde física também é muito importante, pois é ela que vai dar a predisposição para o trabalho, o bem-estar geral, uma vez que um estado de saúde comprometido causa constante distração da mente, segundo Taimni.

Portanto, podemos concluir que tornar o corpo físico um veículo condizente para a alma é uma tarefa de muitas encarnações, pois não é fácil dominá-lo. Força de vontade, perseverança, conhecimento da constituição oculta do homem e ter o entendimento de todo o processo pelo qual se deve passar para tornar esse corpo um instrumento apropriado para que a alma possa experienciar os níveis de matéria densa, é o objetivo de todos os que resolvem trilhar o caminho do ocultismo.

¹. Comentários sobre o parágrafo 7º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.19/21

Tirza Fanini


quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O FENÔMENO "HOMEM" (PARTE FINAL)

"(...) Ultimamente, causaram grande celeuma as obras do jesuíta francês Teilhard de Chardin, que traça o itinerário evolutivo do homem através das zonas que ele denomina hilosfera (matéria), biosfera (vida), noosfera (intelecto) rumo à logosfera (razão); o homem começou no 'ponto Alfa' e culminará no 'ponto Omega'. Muitos consideram esse paleontólogo como materialista, pelo fato de ver o início do homem na hyle (matéria); não compreenderam Teilhard de Chardin; a essência de todos os finitos é o Infinito, isto é, a Essência Divina, imanente em todas as existências, sem excluir a matéria. O que os materialistas chamam matéria são apenas os fenômenos perceptíveis dela; ninguém sabe o que é a matéria em sua essência invisível; e o X, a grande Incógnita, que nem os sentidos percebem nem a inteligência concebe. Esse X, o grande Além-de-fora, que é também o grande Além-de-dentro, é a essência Infinita. Se, pois, o Chardin deriva o homem da matéria, deriva-o do Infinito; a matéria é apenas um canal, mas não é a Fonte de onde o homem fluiu. Aliás, quem não vê o Infinito imanente em todos os Finitos, não compreenderá o Teilhard de Chardin, como não compreenderá a mensagem do Cristo, no Evangelho, quando diz: 'O Pai está em mim, e eu estou no Pai... O Pai também está em vós, e vós estais no Pai'. 

O homem veio do Infinito (creação), mas fluiu e flui ainda através de vários Finitos (evolução) - até, um dia, atingir o ponto culminante dos Finitos, o 'ponto Omega', o Cristo Cósmico.

Esse processo evolutivo do homem é possível, porque o seu livre-arbítrio o isenta da cadeia férrea da causalidade mecânica, da escravizante alodeterminismo da natureza infra-humana. O livre-arbítrio é uma causalidade dinâmica, uma autodeterminação espontânea, a onipotência dentro do homem, a qual, uma vez plenamente acordada, torna possíveis todas as coisas impossíveis no plano inferior, porque é a Verdade Libertadora." 

(Huberto Rohden - Setas para o Infinito - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 84/85


quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

A MORTE É UM INFORTÚNIO OU UMA BÊNÇÃO DISFARÇADA? (PARTE FINAL)

"(...) A matéria se forja com a mudança; e o espírito que nela habita, embora essencialmente imutável, sofre mudanças superficiais em razão da sua experiência subjetiva daquele fenômeno. Assim como a consciência subjetiva de uma mesma identidade se conserva da infância à idade avançada (exceto, talvez, nas primeiras e menos perceptivas etapas da infância e nas últimas etapas da velhice adiantada), não há razão para que essa consciência subjetiva não possa ser conservada antes do nascimento e após a morte. Com esta continuidade, a morte é verdadeiramente vista como a melhor amiga da alma, dando-lhe infinitas oportunidades de lutar contra a matéria e por fim vencê-la - mesmo depois de um milhão de derrotas. Esta amiga sincera ensina a alma a manifestar sua natureza imutável ao transcender a consciência de mudança. 

A mente humana prefere a mudança de ambientes, gostos, hábitos e posses, não porque não possa ficar só com uma coisa, mas porque está constantemente descobrindo que sua atenção foi mal direcionada e mal posicionada. O desejo que sente por algo desconhecido não se satisfaz com a aquisição de posses neste mundo de coisas mutáveis. Com novas oportunidades dadas pela morte e pela mudança de condições, a alma busca sua imutabilidade inata, e não fica satisfeita enquanto não readquire e não se restabelece no estado natural de união com o Espírito. Portanto a morte, ou a mudança de condições em que a alma reside temporariamente, é favorável ao crescimento e desenvolvimento da alma. 

O crescimento e a educação da vida significam apenas que a consciência manifestada na matéria evolui para finalmente expressar seu pleno potencial. A partir deste ponto, a consciência se desligará da matéria a fim de se conhecer e se libertar como entidade independente que possa existir sem a intermediação material. Durante o processo de aprendizado, antes que a alma empreendedora e diligente reconheça sua superioridade e sua natureza transcendente, a consciência fica muito apegada ao instrumento físico por meio de laços sensoriais e egoístas muito fortes, criados durante sua residência no corpo. Por isso, em cada nova encarnação a alma observa o novo corpo com o cuidado e a possessividade que um homem tem por seu carro novinho em folha. Em consequência, a morte que sobrevém prematuramente por doença - causada por uma vida desnatural ou pelo mau karma - ou por supostos acidentes e outros infortúnios implica dor mental e física, porque a alma manifestada fica extremamente preocupada ao ver seu veículo de expressão ser levado embora antes de expirar a validade natural."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 215/216)


quarta-feira, 26 de novembro de 2014

CORPO FÍSICO¹

"(§06) Quando há trabalho que precisa ser feito, o corpo físico quer descansar, passear, comer e beber; e o homem que não sabe diz a si mesmo: ‘Eu quero fazer estas coisas, e preciso fazê-las.’ Mas o homem que sabe, diz: ‘Aquele que quer não sou eu, e deve esperar um pouco.’ Frequentemente, quando há uma oportunidade de auxiliar alguém, o corpo insinua: ‘Quanto aborrecimento me trará isto, deixemos que outro qualquer o faça.’ Mas o homem que sabe replica ao seu corpo: ‘Tu não me impedirás de praticar uma boa ação.’"

Neste parágrafo Krishnamurti nos mostra como nos identificamos com o corpo físico. Essa identificação se dá, porque é por meio desse corpo que atuamos no plano físico denso, o qual é formado de matéria no estado sólido, líquido e gasoso. A nossa tarefa é trazer o corpo físico sob controle. Para tanto, é necessário que primeiro tomemos consciência de que ele é o veículo com que a alma pode experienciar estes níveis densos, através do sistema nervoso, onde deverá estar apto a “receber impulsos originados nos corpos superiores, tais como sentimentos, pensamentos e intuições e transmiti-los ao mundo físico através de ações” (Antonio Geraldo Buck)

Segundo I. K. Taimni, em seu livro Autocultura à Luz do Ocultismo: “O corpo físico tem alguma coisa que pode ser chamada semiconsciência, tem também hábitos, idiossincrasias e algo que corresponde à vontade, de modo que ele pode resistir, e resiste às nossas tentativas para mudar seus processos.” Todos nós sabemos como muitas vezes é difícil mudar algum hábito, mesmo que tais hábitos tenham sua origem nos corpos mental e emocional, mas como diz o próprio Taimni, é no físico que ainda ficam resquícios a serem trabalhados, como levantar em determinada hora, deixar de comer algo que não nos faz bem, executar tarefas que exigem um esforço a mais e assim por diante. Mas aquele que sabe o porquê de estarmos encarnados nesse nível de matéria densa, também sabe que é tarefa nossa controlar o corpo físico, apesar de ser uma tarefa árdua, mas o processo deve se iniciar com a “desidentificação”, isto é, sabermos que não somos o corpo físico. Para tanto, a disciplina é fundamental para que se tenha o corpo físico sob controle, sem castigá-lo ou mortificá-lo. Temos que ter em mente que, para que ele possa ser um bom veículo é necessário que goze de boa saúde, a fim de que possa desempenhar a contento suas funções.

[1] Comentários sobre o parágrafo 5º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.19-21

Tirza Fanini

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

CONSIDERE A FONTE

"É um absurdo encarar seus pais, avós ou ancestrais como a fonte de seus poderes, qualidades, tendências, aptidões e características. Assim fazendo, você limita seu pontencial. Deve compreender que provém de Deus. Deus reside dentro de você e é seu Pai Celestial. Toda a Sua sabedoria, poder e glória estão à sua disposição, esperando que você recorra ao Seu inesgotável reservatório de força e inteligência. Você não é uma mera confluência de átomos, moléculas, genes e tendências herdadas. Em vez disso, você é filho do Deus Vivo e herdeiro de todas as riquezas de Deus, espirituais, mentais e materiais.

E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos, 12:2). Essa é a chave para uma nova vida. Sua mente é uma máquina que tudo registra; todas as convicções, impressões, opiniões e ideias teológicas que aceitou e lhe foram incutidas na infãncia estão impressas em sua mente subconsciente.

Mas você pode mudar sua mente. Pode começar a preenchê-la agora com padrões de pensamentos divinos, aliando-se ao Espírito Infinito interior, alcançando a beleza, amor, paz, alegria, sabedoria, poder e ideias criativas. O Espírito em você irá reagir, transformando sua mente, corpo e condições. Seu pensamento é o veículo entre o Espírito, seu corpo e o mundo material."

(Joseph Murphy - Sua Força Interior - Ed. Record, Rio de Janeiro, 1995 - p. 32/33)