OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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segunda-feira, 27 de julho de 2015

O ENRIQUECIMENTO INTERNO E A PROSPERIDADE EXTERNA (PARTE FINAL)

"(...) Desde que o homem especule mercenariamente para receber qualquer benefício externo pelo fato de ser bom, já está num trilho falso, porque degrada as coisas espirituais a escrava das coisas materiais - e não pode ser feliz. O espiritual deve ser buscado incondicionalmente, sem segundas intenções - e Deus se encarregará do resto.

A felicidade pessoal não é, pois, algo que o homem deva buscar como prêmio da sua espiritualidade, nem mesmo como uma espécie de 'céu' fora dele - essa felicidade lhe será dada como um presente inevitável, como uma graça, como um dom divino - suposto que ele seja incondicionalmente bom.

Essa atitude interna de completo desinteresse, é claro, exige grande pureza de coração, e é por isto mesmo que o Nazareno proclama 'bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus'. 'Pureza de coração' é isenção de egoísmo.

É imensamente difícil, para o homem profano, ser integralmente honesto consigo mesmo, não camuflar intenções, não criar cortinas de fumaça para se iludir egoisticamente sobre os verdadeiros motivos dos seus atos. Um homem que, digamos, durante dez ou vinte anos, praticou vida espiritual, mas não conseguiu prosperidade material, e se queixa desse 'fracasso' descrendo da justiça das leis eternas que regem o universo e a vida humana, esse homem não é realmente espiritual, nutre um secreto espírito mercenário, esperando receber algo material por sua espiritualidade; não busca sinceramente o reino de Deus e sua justiça, e por isto mesmo, não lhe serão dadas de acréscimo as outras coisas.

Só um homem que possa dizer como Job, depois de perder tudo: 'O Senhor o deu, o Senhor o tirou - seja bendito o nome do Senhor!' ou que compreenda praticamente as palavras de Jesus: 'Quando tiverdes feito tudo que devíeis fazer, dizei: Somos servos inúteis; cumprimos apenas a nossa obrigação, nenhuma recompensa merecemos por isto' - só esse homem é realmente espiritual e descobrirá o segredo da verdadeira felicidade. (...)

O altruísmo de que falamos é um meio para o homem fechar as portas ao seu egoísmo pessoal e abrir a porta à invasão do seu grande Eu espiritual. Quem quer autorrealizar-se em sua alma, deve substituir o seu egoísmo pelo altruísmo. O ego só se encontra com Deus via tu."

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 7ª edição - p. 35/36)
  

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O MENDIGO E O ABASTADO (PARTE FINAL)

"(...) Chegou a hora, meu amigo, de pensar em viver à sua própria custa, com seus recursos, com o pouco que possa ter, contentar-se com o que tem, de recusar-se a mendigar, a depender do que lhe concederem... Não por orgulho ou vaidade, mas por medida profilática, isto é, para evitar afundar-se nos escuros domínios da indigência material, psíquica e espiritual. Se você se lembrar que o 'Reino de Deus' está dentro de você, e é um tesouro de felicidade, então, não na condição de mendigo, mas de hábil e confiante garimpeiro, dele retirará aquilo de que necessita para si e ainda mais para dar aos outros. Dê, sem ligar se o tesouro vai exaurir-se e acabar. Os bens materiais podem, materialmente, diminuir, na medida em que os esbanjamos. Os bens espirituais, ao contrário, crescem na proporção que com ele beneficiamos os outros. Vamos fazer esta experiência.

Se até hoje, por palavras, gestos de desânimo, olhar indigente, gemidos e mesmo através das descrições de seus sintomas, você comportou-se como alguém que mendiga piedade, simpatia, palavras de caridade ou qualquer forma de ajuda, agora mesmo assuma o compromisso de evitar que os outros tenham 'peninha' de você. Erga a cabeça, mesmo que a dor o queira vencer. Faça seus olhos brilharem. Tenha sempre um sorriso nos lábios. Substitua seus ais pelas notas de qualquer musiquinha animada. Não peça. Ofereça. Não capitule diante do velho hábito de posar de coitadinho.

Mesmo que você esteja em sofrimento, no chão, em pedaços, quando alguém lhe dirigir o convencional 'como vai?', responda-lhe sorrindo: 'Vou bem. Não vou melhor para não fazer inveja.'

Experimente esse miraculoso tratamento.

Abaixo as lamúrias! Nunca mais a autopiedade nem a piedade dos outros!"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 204/205)

segunda-feira, 14 de julho de 2014

A VIDA ESPIRITUAL (1ª PARTE)

"Espiritual é uma daquelas palavras como amor, Deus, bem que não correspondem a objetos concretos e significam coisas diferentes para pessoas diferentes. A palavra bem, por exemplo, seria interpretada num sentido estreito ou universal pelos que experimentaram a bondade num nível superficial ou profundo. A palavra espiritual pode significar muito, pouco ou absolutamente nada. Cada pessoa interessada na vida espiritual deve descobrir se ela corresponde a algo dentro de si mesma ou se é meramente uma palavra usada por outros e, portanto, um mero conceito, uma noção teórica que não se baseia no conhecimento pessoal.

Por outro lado, cada um de nós pode entender a palavra amor, que tem uma base no relacionamento pessoal, pois todos experimentamos o amor de uma forma ou de outra. Nossa experiência pode ser limitada, mas serve para dar uma vaga noção de um amor diferente, maior.

Para a maioria de nós a palavra espiritual é como a palavra Deus – uma palavra que pode encobrir numerosas contradições e ilusões; uma expressão que podemos interpretar de acordo com nossos próprios desejos e inclinações ocultas. Uma pessoa está perturbada por sérios e persistentes problemas; está sozinha ou fracassada. Estando ela oprimida e desiludida, volta-se, para alívio, ao ‘espiritual’. Se ela tivesse sido bem-sucedida no mundo material, não teria buscado nenhum outro caminho; seu aparente desejo pelo espiritual é meramente um escape e a palavra lhe comunicará uma ansiada mudança das experiências terrenas.

Existem outros que estão condicionados a gastar algum tempo do seu dia em atividades religiosas, que acreditam trazer benefícios espirituais. Assim, milhões de hindus, budistas, cristãos e outros repetem orações e tomam parte em adorações com pouca concentração ou pequena atenção ao seu significado interior. Esse é o molde preparado para eles pela sociedade na qual vivem, e onde caem prontamente; em outras circunstâncias, eles naturalmente iriam se adequar a algum outro molde. Por isso, não estão realmente voltando-se para o espiritual; estão se conformando ao que é mais fácil e fazendo aquilo que deles é esperado. (...)"

(Radha Burnier - A Vida Espiritual - Revista Sophia, Nº 9, Ano 35 - p.27/29)


quinta-feira, 5 de junho de 2014

LIBERDADE DE OPOSTOS (PARTE FINAL)

"(...) Para tomarmos outro exemplo, aquela natureza que pode ser chamada espiritual sempre tem presente em si o atributo de uma sensibilidade extrema, uma inteligência que responde imediatamente ao mais leve toque. Embora esta resposta pareça automática, ela surge de uma percepção da verdade com relação ao que quer que a toque, portanto, esta resposta é determinada por aquela verdade. É a resposta de uma natureza que é susceptível, porém não influenciada. Ela não se entrega indistintamente a qualquer coisa e nunca se deixa dominar; mas também não se diminui ou foge de qualquer coisa que atravesse o seu caminho – que seria o oposto da ‘entrega’ – ela mantém a sua liberdade e equilíbrio. (...)

Vemos diferenças em toda a parte na natureza. As diferenças que existem na natureza das coisas no campo da matéria são refletidas no campo da mente e das emoções e ali geram reações, enquanto ainda se encontram em um estado de inconsciência. O Gitᾱ fala da liberdade dessas reações que são prazeres e desprazeres, paixões, avidez, ódio e inveja. Quando as reações cessam de existir, há um espírito de igualdade no coração das pessoas, boa-vontade comum, preocupação e consideração em relação a todos, o elevado e o usual, o simples e o erudito e assim por diante. A natureza em que se manifesta esta mesma atitude é a natureza verdadeiramente espiritual. (...)

Pode parecer paradoxal que um estado de liberdade possa conter dentro de si o segredo da correção absoluta, bem como a perfeição. Isto ocorre assim porque compreendemos a liberdade em um sentido que não é liberdade real, uma condição que não está sujeita à atração ou repulsão. Nesta condição, a ação está de acordo com uma lei inata que em um indivíduo é a lei do seu ser. É uma lei que, entre os componentes daquele ser, sempre mantém um estado de harmonia. O nosso conceito de perfeição também incorpora, de forma consciente ou inconsciente, essa harmonia que é a manifestação de uma unidade na diversidade."

(N. Sri Ram - Em busca da Sabedoria – Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p.32/39)


quarta-feira, 4 de junho de 2014

LIBERDADE DE OPOSTOS (2ª PARTE)

"(...) Mas, profundamente no homem, há uma natureza que não sofre do jogo de opostos – esta é uma distinção fundamental entre aquela natureza que pode ser chamada espiritual e a natureza nele atualmente tão evidente que se modela no jogo de forças no campo da matéria. A natureza humana que reflete a mente do homem, como a vemos pode ser governada pelas leis da matéria, da ação, que é de fato reação, ou ela pode refletir a natureza do Espírito. Essas são as duas possibilidades. Uma delas vivenciamos na nossa ignorância, mas há também a outra possibilidade que torna a vida totalmente diferente para aquele que a compreende.

Os opostos na natureza têm o seu lugar, mas existem também os opostos aparentes que são na verdade complementares, como masculino e feminino, forças positivas e negativas, emoção e intelecto, terra e céu. Espírito e matéria constituem um par deste tipo. São opostos enquanto a verdadeira relação entre eles não for percebida, e as forças que representam não estiverem harmonizadas naquela natureza do homem que tem algo de ambos. Quando aquela natureza torna-se harmonizada, ela age com um equilíbrio que é uma mescla de opostos aparentes. Por exemplo, pode existir em alguém uma mescla perfeita de força e de afabilidade, embora cada uma dessas qualidades pareça muito diferente uma da outra. A natureza em que se mesclam perfeitamente é a natureza espiritual.

Quando usamos a palavra ‘espiritual’, não deveria haver qualquer noção fantasiosa sobre ela. Ela não significa algo distanciado da vida, aberto a diferentes interpretações por mentes diferentes. Refere-se a algo que existe de forma absoluta. Pode-se saber do que se trata apenas através das qualidades que manifesta. Para obter a verdadeira compreensão de algo, será necessário olhar para os fatos envolvidos, evitando ideias que são meras projeções a partir de uma base de ignorância. (...)"

(N. Sri Ram - Em busca da Sabedoria – Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p.32/39)


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A VIDA ESPIRITUAL NO MUNDO (1ª PARTE)

"Uma reclamação que constantemente ouvimos de pessoas sérias e zelosas contra as circunstâncias de suas vidas é talvez uma das mais fatais: se as minhas circunstâncias fossem diferentes do que são na realidade, quanto mais eu poderia realizar; se apenas não estivesse tão envolvido nos negócios, tão preso a ansiedades e cuidados e tão ocupado com o trabalho mundano, então eu seria capaz de ter uma vida mais espiritual.

Ora, isto não é verdade. Nenhuma circunstância pode jamais favorecer ou frustrar o desenvolvimento da vida espiritual. A espiritualidade não depende do meio; depende da atitude da pessoa em relação à vida.

Gostaria de mostrar-lhe o caminho que o mundo poderia tomar para servir à espiritualidade ao invés de encobri-la, como, com frequência, o faz.

Se as pessoas não compreendem a relação entre o material e o espiritual; se separam um do outro como incompatíveis e hostis; se colocam a vida do mundo de um lado e a vida do espírito de outro, como rivais, antagonistas e inimigas, então a natureza premente das ocupações mundanas, os poderosos choques do ambiente material, o constante fascínio da tentação física e a ocupação do cérebro por cuidados físicos, todos esses fatores podem tornar irreal a vida do espírito. Afiguram-se como única realidade, e nós precisamos encontrar alguma forma de alquimia ou mágica, por meio da qual a vida do mundo poderá ser vista como irreal, e a vida do espírito, a única realidade. Se pudermos fazer isto, a realidade expressar-se-á através da vida do mundo, e essa vida tornar-se-á seu meio de expressão e não uma venda sobre os olhos, uma mordaça a paralisar a respiração. (...)"

(Annie Besant - A Vida Espiritual – Ed. Teosófica, Brasília, 1992 - p. 13)


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

APRENDA A ACESSAR UM PODER SUPERIOR (1ª PARTE)

"O homem de mente materialista está sempre pensando em termos de dinheiro, casa, família ou outras responsabilidades e interesses; e as preocupações que os seguem! O homem espiritual pode ter as mesmas responsabilidades, mas ele as cumpre colocando a mente em um nível mais elevado de pensamento. Espiritualizando o pensamento, ele aprende a acessar um Poder Superior. Chega o tempo em que pode ir a qualquer lugar, misturar-se com qualquer pessoa, cumprir suas responsabilidades, e sua mente nunca descerá do plano da consciência divina. Cristo muitas vezes associou-se a 'publicanos e pescadores', a fim de ajudá-los, mas os pensamentos e ações deles não lhe rebaixaram a consciência. Como um cisne divino, ele deslizou intocado pelas águas da materialidade. Essa é a maneira como Gurudeva nos treinou a ser. Onde quer que esteja, fique sempre centrado interiormente, com a mente focalizada em sua estrela polar: Deus.

Os problemas que surgem diariamente nos dão a oportunidade de praticar a serenidade. Em vez de resistir, ficar aborrecidos e irritados e pensar que não estamos progredindo, deveríamos acolhê-los bem. Lembre-se disto: muitas vezes, o devoto faz o maior progresso no caminho espiritual quando está enfrentando terríveis obstáculos, quando está sendo forçado a empregar, até o limite, os músculos espirituais a fortaleza interior, da coragem e do pensamento positivo, para combater o assalto do negativismo, do mal ou da crueldade. Não é sempre que as coisas fluem facilmente que estamos crescendo. Naturalmente, todos nós prezamos aqueles dias em que as coisas vão bem; entretanto, tenho orado amiúde à Mãe Divina² para que me ponha à prova, porque desejo que meu amor por Ela seja incondicional. Não posso ficar satisfeita em Lhe oferecer qualquer coisa que não seja o amor perfeito. O devoto de Deus não quer fugir de nada. O aspirante pode ser imperfeito em muitos aspectos; ele não reivindica nenhuma perfeição, exceto uma: ele está se esforçando para aperfeiçoar seu amor por Deus. (...)"

² O aspecto pessoal de Deus que corporifica as qualidades maternais do amor e da compaixão.

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 74/75)


quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

OS MODOS OPOSTOS DE CONSCIÊNCIA MATERIAL E ESPIRITUAL (PARTE FINAL)

"(...) A consciência material é agressiva, enquanto a espiritual convive bem com todos. Esforce-se para ser bom, e verá que sua influência sobre os outros será automaticamente boa. Isto é consciência espiritual. Seja gentil em pensamento e palavra. Desde pequeno jamais fui grosseira intencionalmente. E também não seja crítico. Em geral, quem critica os demais guarda ressentimentos. Jesus disse: 'Não julgueis para que não sejais julgados'.² Se você quer julgar alguém, julgue a si mesmo. Se quer falar dos defeitos dos outros, fale de seus próprios. Em seu coração, tenha apenas amor pelo próximo. Quanto mais vir o bem nos outros, mais estabelecerá o bem em você mesmo. Mantenha-se na consciência do bem. Para tornar as pessoas boas, devemos ver o bem nelas. Não as censure. Permeneça calmo e sereno, sempre no comando de si mesmo: então descobrirá como é fácil viver em harmonia com o próximo. 

Sou otimista no que diz respeito às pessoas, porque eu as amo. Quando amamos a todos, vemos Deus em todos. Quando você sabe que cada um é uma expressão de Deus, zangar-se ou ser descortês com alguém é como fazer o mesmo com Deus. Quando você se zanga, é mau ou impiedoso, coloca uma venda entre sua alma e a dos outros.

Arrogância e insolência também são características não espirituais, nascidas de um complexo de inferioridade. (...) O insolente faz propaganda da limitação de seu conhecimento e também da sua falta de educação. Se deseja impressionar os outros de modo favorável, por que proclamar sua inferioridade com demonstração de insolência e de arrogância? Isso apenas demonstra um temperamento descontrolado, além da falta de boas maneiras e de inteligência. A insolência e a arrogância são formas de ignorância - hábitos não espirituais em estado primitivo."

² Mateus 7:1.

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 93/94)


quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

OS MODOS OPOSTOS DE CONSCIÊNCIA MATERIAL E ESPIRITUAL (1ª PARTE)

"A consciência material e a espiritual são opostas em seu modo de funcionamento. Teste a si mesmo para saber se sua consciência predominante é material ou espiritual. A consciência espiritual lhe diz que precisa incluir, em sua felicidade a prosperidade, a felicidade e o bem-estar dos outros. A consciência material lhe diz que você deve ganhar dinheiro de qualquer jeito e guardá-lo para si. A atual Depressão¹ partiu da consciência material, que diz: coma sozinho a maçã e os biscoitos. A consciência espiritual diz: divida e compartilhe com alguém mais. 

Se alguém o deixa zangado, você sabe que se encontra na consciência material. Mesmo quando o maltratam, esteja pronto a perdoar, pois, quando o faz, está centrado na consciência espiritual. O perdão significa dar ao inimigo uma oportunidade de atingir maior compreensão. Se você ficar vingativo ou zangado, só aumentará a cegueira e a ira do inimigo. Talvez até faça mais inimigos, pois uma pessoa irada se torna um alvo para todos. Além do mais, ao se zangar, você também começará a perder a sua capacidade de compreensão. Você apoia seus sentimentos negativos com o conforto do calor da sua ira e de um raciocínio falso. Nunca permita que a ira o controle; se tiver esta tendência, elimine-a. É um dos piores traços, e destrói a espiritualidade. Saiba que é para seu próprio bem que não deve se zangar; a ira também destrói a felicidade. Nunca permita que seu termômetro espiritual suba. Seja calmo interiormente, controle a ira de dentro para fora e nunca lhe conceda um lugar no coração. (...)"

¹ Referência à Grande Depressão americana, que teve início em 1929.

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 92/93)


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

UNIDADE COM A VIDA (1ª PARTE)

"O crescimento espiritual e a busca do autoconhecimento são uma tarefa difícil, pois equivalem a tentar desvendar as coisas do espírito com os olhos da carne. 

Pode-se encontrar instruções objetivas nos ensinamentos dos sábios. Eles afirmam que não se deve esperar progressos enquanto a pessoa estiver presa aos atrativos mundanos. Não se pode usufruir de ambos os mundos. 

'As puras águas da vida eterna, claras e cristalinas, não podem se misturar às torrentes lamacentas das tempestades'. Não se pode alcançar as profundezas do oceano e observar suas belezas enquanto se continua a nadar na superfície, buscando a vista da praia. 

Mas a vida no mundo não é incompatível com a vida do espírito. O que é incompatível é a vida mundana - baseada somente nos sentidos. Muitos desejam ambas e reclamam da falta de progresso no caminho espiritual. Derivam daí vários tipos de problemas e desapontamentos. 

Para se elevar ao espiritual, o apego ao material tem que ser abandonado. Já que o apego surge da ilusão de uma identidade separada, o desapego significa mover-se com consciência para a percepção da totalidade. É um meio de autotranscendência e obviamente não pode seguir pari passu com a autoindulgência. 

Ainda assim, não se pede que a pessoa leve uma vida de total abstinência. Nas palavras de N. Sri Ram, é preciso desenvolver 'um estado de imaculada passividade sensitiva, passando pela experiência sem desejos'. A palavra 'experiência' significa simplesmente passar por alguma coisa. Infelizmente, jamais passamos por alguma coisa sem levar uma marca dela. É essa marca que se torna um obstáculo. (...)"

(Surendra Narayan - Revista Sophia nº 38 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 26/27)


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

SABEDORIA: A GRANDE META


"Todos nós queremos e precisamos progredir na vida. Mental, material e espiritualmente.

Uma mente evoluída é uma mente equilibrada. Prosperidade material é sinônimo de conforto. E crescimento espiritual é consequência natural de viver com sabedoria.

Todos os três itens são importantes, mas é na sabedoria que mora nossa Vida Querida.

Para ser sábio não é preciso ser culto. O culto e o sábio não se confundem.

Cultura é quantidade de informações, e sabedoria é qualidade de vida.

É sábio aquele que alcança a harmonia, trilhando o caminho da ponderação. Essa harmonia de que falamos é resultado da comunhão com o Mundo Mágico de Deus.

A sabedoria não tem compromisso com os resultados materiais. Tem, isso sim, convênio firmado com a felicidade. É inevitável ser feliz quando se é sábio...

E por quê?

Ora, viver com sabedoria é ter o amor como ponto de referência. É deixar que os sentimentos puros prevaleçam, sobretudo nos momentos de aflição, pois estes requerem melhor decisão.

Viver com sabedoria é aprender não só a enfrentar a dor, como também a evitá-la. Pois, se o sofrimento é fonte de experiência, nem todos os caminhos da evolução passam necessariamente por ele.

Viver com sabedoria é ser silenciar, avaliar e escolher. É pactuar com a serenidade, definir o momento exato para formatar o sensato.

Busque o melhor. Faça da "sabedoria" a sua grande meta."

(A Essência da Sabedoria – A Arte de Viver – p. 10/11 – In: Vida Positiva, Olavinho Drummond,  Editora Gente, São Paulo, 1995).
http://www.martinclaret.com.br/home/


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

QUANDO NENHUM AUXÍLIO HUMANO SURTE EFEITO


“Há dois modos pelos quais nossas necessidades podem ser atendidas. Um é o modo material. Por exemplo, quando estamos doentes podemos ir a um médico em busca de tratamento. Chega, porém, uma hora em que nenhum auxílio humano surte efeito. Aí, então, buscamos a alternativa: O Poder Espiritual. Aquele que fez nosso corpo, mente e alma. O poder material é limitado e, quando falha, recorremos ao ilimitado Poder Divino. Analogamente, no que se refere às nossas necessidades financeiras, quando já fizemos o melhor possível e ainda assim não foi suficiente, voltamo-nos para esse outro Poder. (...)

Nosso empenho deve ser não apenas adquirir segurança financeira e boa saúde, mas procurar o significado da vida. A vida: de que se trata? Quando as dificuldades nos atingem, reagimos primeiro a nosso ambiente, efetuando os ajustes materiais que imaginamos possam surtir efeitos. Quando, porém, chegamos ao ponto de dizer: “Tudo o que tentei não deu certo: que fazer, agora?” começamos a pensar seriamente em uma solução. Quando pensar com suficiente profundidade, encontramos uma resposta em nosso interior. Essa é uma forma de oração respondida.

Quando moléstias e sofrimentos crônicos estão além do controle humano, quando o poder dos métodos humanos, revelando suas limitações, não consegue curar as doenças, físicas ou mentais, precisamos pedir auxílio a Deus – a Ele, cujo poder é ilimitado.

Expulse o pensamento de que o Senhor, com seu maravilhoso poder, está longe, no céu, e que você é um vermezinho desamparado, enterrado em dificuldades aqui na terra. Lembre-se de que por trás de sua vontade está a grande Vontade Divina. Esse Poder oceânico, porém, não poderá vir em seu auxílio se você não for receptivo.”

(Paramahansa Yogananda – No Santuário da Alma – Self-Realization Fellowship – Ed. Lótus do Saber, Rio de Janeiro – p. 06/07)


SUGESTÕES PRÁTICAS PARA A VIDA DIÁRIA - VII

"Não há nada mais valioso para um indivíduo do que possuir um ideal elevado ao qual ele aspire continuamente, modelando por ele seus pensamentos e sentimentos, e construindo, assim, da melhor forma que possa, a sua vida. Desta forma, se ele esforça-se por tornar-se ao invés de apenas parecer, não cessará de aproximar-se continuamente a cada vez mais de seu objetivo. Ele, porém, não alcançará este ponto sem uma batalha, nem deverá o verdadeiro progresso do qual é consciente, enchê-lo de presunção e farisaísmo; pois se elevado for o seu ideal, e o seu progresso em sua direção for real, ele preferirá mais ser humilhado a ensoberbecer-se. As possibilidades de posterior progresso, e a concepção de planos ainda mais elevados de existência que se abrem ante ele, não refrearão o seu ardor, embora certamente eliminarão a sua presunção. É precisamente esta concepção das vastas possibilidades da vida humana que é necessária para aniquilar l'ennui (o tédio), e para transformar a apatia em alegria de viver. Assim, vale a pena viver-se a vida pelo que ela é quando sua missão torna-se clara, e suas esplêndidas oportunidades são uma vez apreciadas. O modo mais direto e certo de alcançar este plano mais elevado é o cultivo do princípio do altruísmo, tanto em pensamento quanto na vida. Verdadeiramente estreita é a abrangência da visão que é limitada ao eu, e que mede todas as coisas pelo princípio do interesse próprio, pois enquanto a alma estiver assim autolimitada lhe é impossível conceber qualquer ideal elevado, ou aproximar-se de qualquer plano mais elevado da vida. As condições para tal elevação encontram-se mais no interior do que no exterior, e felizmente são independentes das circunstâncias e condições da vida. A oportunidade, assim, é oferecida a todos para avançarem em direção a planos cada vez mais elevados de existência, desse modo trabalhando com a Natureza na realização do evidente propósito da vida. 

Se acreditamos que o objetivo da vida é meramente satisfazer nosso eu material, e mantê-lo em conforto, e que o conforto material confere o mais elevado estado de felicidade possível, nós tomamos erroneamente o inferior pelo superior, e uma ilusão pela verdade. O nosso modo de vida material é uma consequência da constituição material de nossos corpos. Nós somos "vermes da terra", porque nos apegamos a ela com todas as nossas aspirações. Se pudéssemos entrar num caminho de evolução, no qual nos tornássemos menos materiais e mais etéreos, um tipo muito diferente de civilização se estabeleceria. Coisas que agora parecem ser indispensáveis e necessárias deixariam de ser úteis; se pudéssemos transferir nossa consciência com a velocidade do pensamento de uma parte do globo à outra, os atuais meios de comunicação não mais seriam necessários. Quanto mais nos afundamos na matéria, tanto mais serão necessários meios materiais para nosso conforto; o essencial e poderoso deus no homem não é material, e é independente das restrições que pesam sobre a matéria. Quais são as reais necessidades da vida? A resposta a esta pergunta depende inteiramente do que imaginamos ser necessário. Estradas-de-ferro, navios a vapor, etc., são agora uma necessidade para nós, e ainda assim, em outras épocas, milhões de pessoas viveram felizes e longamente, nada sabendo a respeito destas coisas. Para um certo homem uma dúzia de castelos pode parecer uma necessidade indispensável, para outro um carro, para outro ainda um cachimbo, etc. Mas todas essas necessidades são somente consideradas como tais na medida em que o próprio homem as criou.Elas tornam o estado no qual o homem agora se encontra agradável para ele, e o tentam a permanecer naquele estado, e não desejar nada mais elevado. Elas podem até mesmo obstruir o seu desenvolvimento em vez de o fazer avançar. Todas as coisas materiais têm de cessar de tornar-se uma necessidade se nós verdadeiramente quisermos avançar espiritualmente. É o ardente desejo e o desperdício de pensamento visando o aumento dos prazeres da vida inferior que impedem o homem de entrar na vida superior."

(Helena Blavatsky - Ocultismo Pático - Ed. Teosófica, Brasília - p. 80/89 


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

EQUILIBRAR A VIDA ESPIRITUAL E MATERIAL

“O material e o espiritual não são senão duas partes do mesmo universo e da mesma verdade. Ao salientar excessivamente uma parte ou outra, o homem deixa de obter o equilíbrio necessário para o desenvolvimento harmonioso. (...) Pratique a arte de viver neste mundo sem perder a paz mental interior. Siga o caminho do equilíbrio para alcançar o maravilhoso jardim interior da Autorrealização.

Assim como Deus é onipresente no cosmos, mas não é perturbado por sua variedade, também o homem – que como alma é o Espírito individualizado – precisa aprender a participar desse drama cósmico com a mente perfeitamente disposta e equilibrada.

O aspirante espiritual deve contrabalançar a atividade material, que produz inquietude, com a meditação espiritual, que produz tranquilidade.

Aprenda a ser bastante ativo neste mundo e executar um trabalho construtivo. Mas quando tiver acabado de cumprir seus deveres, desligue seu motor nervoso. Retire-se para o centro de seu ser, onde está a tranquilidade. Afirme mentalmente para si mesmo: “Estou tranquilo. Não sou um simples mecanismo nervoso. Sou o Espírito. Embora more neste corpo, não sou afetado por ele”. Se você tiver um sistema nervoso tranquilo, terá êxito em tudo o que empreender e, acima de tudo, terá êxito com Deus.”

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior – p. 57/58)