OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 7 de julho de 2016

O CONHECIMENTO DE NOSSA VERDADEIRA NATUREZA

"Durante o período de luta, o questionamento a respeito da finalidade da vida e da própria natureza humana surge espontaneamente; as respostas que chegam, no entanto, não respondem às perguntas, mas as eliminam pela própria experiência da realidade. Portanto, com relação ao mistério humano em si, a resposta não é uma exposição intelectual da constituição do homem, porém a consciência de seu próprio Ser interno e, como consequência, a descoberta do mundo desse Ser. Quando, a partir de tal mundo, consideramos o problema da dualidade que experimentamos em nossa vida diária - de um Ser superior, de um lado, e de um eu inferior, de outro -, encontramos uma admirável verdade.

O homem é essencialmente divino; como filho de Deus, participa da natureza de seu Pai, de cuja Divindade partilha. Portanto, o verdadeiro Lar do homem é o mundo da Divindade, onde vivemos e nos movemos, e temos o nosso ser, 'de eternidade a eternidade'.

Em Seu próprio mundo, o Ego humano tem suas atividades e desfruta uma vida de júbilo e esplendor, além de toda concepção terrena. Há, no entanto, uma experiência ou lição que ele não poderá aprender, para o que ele terá que transferir sua consciência aos mundos de manifestação externa, onde existe a multiplicidade e a antítese do Eu e do não Eu. Somente nesses mundos, e por meio de corpos constituídos de matéria a partir deles, pode o Ego conquistar autoconsciência, ou seja, consciência de si próprio como individualidade separada. No mundo divino, a verdadeira morada do Ego, não há distinção entre o Ser e o não Ser, pois que nele cada fragmento participa da consciência universal da totalidade. Por essa razão, nesse mundo, a autorrealização necessário ao Ego não poderá ser obtida. Tão só no trino universo de manifestação externa, constituído pela existência física, emocional e mental, achamos a dualidade de objeto e sujeito, fundamental à aquisição de autoconsciência. Portanto, é verdadeiramente para obtenção de conhecimento que o Ego coloca a si próprio nesses mundos externos e assume corpos da matéria desses mundos. Essa transferência da Alma aos mundos de trevas é simbolicamente descrita no Gênesis.

O Paraíso primitivo não é um estado que possa perdurar, por maiores que sejam a beleza e a harmonia. A Alma tem de comer da árvore do bem e do mal, da árvore do conhecimento, mesmo à custa do Paraíso. Uma vez experimentado o desejo de conhecer os mundos da matéria, reveste-se a Alma das 'vestimentas de pele' ou corpos materiais, e tem então de viver sujeita às condições da existência material e 'ganhar o pão com o suor de seu rosto'.

A finalidade desse longo exílio é a redenção ou regeneração, que ocorre quando a Alma recobra o conhecimento de sua divindade essencial e Cristo nasce no coração do homem. Então o Paraíso é recuperado; agora, com plena consciência de si mesmo, o Ego possui em seu Lar divino os frutos produzidos pela descida da Alma aos mundos da matéria."

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 16/18)


sexta-feira, 13 de maio de 2016

ATIVIDADES VIRTUOSAS


"Comprometer-se com atividades virtuosas é um pouco como criar uma criança pequena. Há uma grande quantidade de fatores envolvidos. E, principalmente no começo, precisamos ser prudentes e habilidosos em nossas tentativas de transformar nossos hábitos e temperamentos. 

Também temos de ser realistas a respeito daquilo que esperamos conseguir. Levou muito tempo para ficarmos do jeito que somos, e não se mudam hábitos da noite para o dia. É bom olhar para cima à medida que se progride, mas é um engano julgar nosso comportamento utilizando o ideal como padrão. 

Por isso, é muito mais eficaz, em vez de alternar breves rompantes de esforço heroico com períodos de relaxamento, trabalhar com constância, como um rio fluindo em direção a um objetivo de transformação." 

(Dali-Lama - O Caminho da Tranquilidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 36)


quinta-feira, 28 de abril de 2016

O CAMINHO SEM ESFORÇO (PARTE FINAL)

"(...) O homem consuma esse estado ao sentir a emoção da realização; e depois que ele consegue, não mais ficará preocupado, ansioso ou apreensivo. Além disso, não mais pedirá conselhos a quem quer que seja, pois estará sob a compulsão de fazer o que é certo. A mente subjetiva o compele a adotar todas as medidas necessárias para a realização de seu objetivo. 

Depois da prece, se um homem ainda está em dúvida e começa a discutir consigo mesmo sobre o curso a seguir, isso significa que ainda não fixou devidamente no subconsciente o estado desejado. E eu vos digo: Entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João; mas o menor no reino de Deus é maior do que ele (Lucas, 7:28). Isso significa que qualquer homem que reze com sucesso e alcance a Realidade, ao se colocar no sentimento apropriado, é maior do que o mais sábio dos homens vivos.

A maioria dos homens leva a vida em termos exteriores. O sábio aprende a olhar para dentro. As disciplinas de olhar para dentro são chamadas de 'meditação'. O desligamento é a chave para a meditação; ou seja, devemos nos desligar inteiramente de todas as crenças e opiniões temporais, concentrando-nos silenciosamente em nosso estado ideal. É o esforço-sem-esforço que nos leva a fluir na direção do que compreendemos sem conflitos. O desligamento não significa que devemos abrir mão de nossos bens terrenos, que são necessários para a sobrevivência; em vez disso, devemos abrir mão de todo o sentimento de posse que existe em nós, compreendendo que Deus possui tudo e que somos servidores do Divino, manipulando o que possuímos sabiamente, judiciosamente, construtivamente. Não devemos renunciar ao que possuímos, mas sim a um apego exagerado que nos limita para um ponto de vista humano em todas as questões." 

(Joseph Murphy - Sua Força Interior -Ed. Record, Rio de Janeiro, 1995 - p. 82)

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A QUESTÃO DO SOFRIMENTO E DA DOR (1ª PARTE)

"O sofrimento, embora não faça parte da natureza do eu superior, é inerente à personalidade do homem por causa de suas ligações com o passado e do exercício da força do desejo ainda não elevado para objetivos superiores. A energia própria da sua alma, porém, é a Alegria, um estado de ser totalmente unificado com o propósito da Criação. É desse estado, que não vem da personalidade, mas sim de regiões mais profundas, que emerge a beatitude onde a paz vai além de toda e qualquer compreensão, e onde há a entrega completa do ser interior ao caminho cósmico aberto à sua frente.

Circunstancialmente, entretanto, enquanto o indivíduo está encarnado, o sofrimento e a dor, em seus vários aspectos, fazem parte de sua vida. Compreender suas causas até onde é possível, e remover ou transmutar os elementos que as vitalizam e mantém, deveria ser uma das metas por ele visualizada.

Quando a humanidade conseguir elevar o próprio desejo para objetivos superiores, evolutivos, que transcendem as necessidades normais e comuns criadas pela imaginação ou pelos condicionamentos do passado e, principalmente, quando dispensar o que é supérfluo, luxuoso e paliativo, o sofrimento humano diminuirá o quanto for permitido pela lei cíclica. Além disso, quando o homem perceber que a atitude perante o sofrimento e a dor influi sobremaneira em sua atuação e efeitos, muito do que hoje ainda lhe acontece será removido. Essas são realidades ligadas inclusive ao código genético ainda vigente no reino humano; isso vai ser mudado, num futuro próximo.

Outro ponto importante, diretamente ligado a esse assunto, precisa também ser retomado neste estudo mais uma vez enfatizado. É o princípio básico trazido pela lei de causa e efeito: enquanto provocarmos o sofrimento, tê-lo-emos em nossa própria vida. Nesse particular o fato de a humanidade ainda assassinar animais traz-lhe consequências incalculáveis. (...)"

(Trigueirinho - Caminhos para a cura interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 75/76)
www.pensamento-cultrix.com.br


quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

A CORRETA OBSERVÂNCIA DO NATAL

"O que significa comemorar o sagrado nascimento de Cristo num determinado dia? Não é só a oportunidade de trocar presentes e participar de festividades. A finalidade especial e distinta é reavivar no pensamento a inspiração das qualidades perfeitas de Jesus. Quando você segura uma fotografia à sua frente, a imagem o faz lembrar-se das características mais marcantes daquela pessoa; portanto, quando observado corretamente, esse é um dia para recordar.

É triste quando as pessoas esquecem o propósito do Natal. Milhões pensam apenas no lado material desta época sagrada. Não faremos parte desse grupo. Amanhã teremos nosso dia de meditação. Das dez da manhã às seis da tarde meditaremos em Cristo. Nosso objetivo é sentir a presença e a consciência dele. Cristo permanece um desconhecido entre os homens, que continuam a manter fechados os portões da devoção, aferrolhados pelos desejos materiais. Assim ele não pode entrar. Quando os portões se abrirem com amor por Cristo, ele virá. Quero que todos levem a sério a comemoração espiritual do Natal. Nosso objetivo é trazer Cristo à nossa consciência - nada menos do que isto."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a autorrealização - Self-Realization Fellowship - p.169)


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A ARTE DE REZAR

"Nós sabemos que a quase totalidade das rezas se perde nos vãos das igrejas ou dos quartos de dormir em todos os cantos da Terra. Rezar é uma arte, tão sutil quanto meditar. O que é rezar senão a procura de Deus? (...)

O uso do Terço ou do Rosário vem do início das religiões. O Terço é encontrado em todas elas. O Terço é como um gabarito para que não se perca o cunho da reza. Se alguém deve rezar 30 Padres-Nossos e 30 Ave-Marias, vale-se do Terço ou do Rosário para não se perder. Cada Padre-Nosso rezado é uma conta avançada que fica para trás. Com o uso do Terço a reza ficou mecânica, automática, sem sentimento. Se o Terço é um gabarito, é o caso de se pensar que o fiel religioso não é obrigado a rezar mais ou menos um Padre-Nosso ou uma Salve-Rainha. Isso significa mais manifestação de automação ou de macanicidade. As rezas programadas e decoradas estão na mesma linha da mecanicidade, portanto alheias ao sentimento e por isso inócuas quanto aos objetivos. (...)

Sempre que procurar Deus, dê-se conta de que Ele está bem pertinho de você, na casa D'Ele, em você, no lugar que você já conhece de sobra - seu Kama Rupa - A Casa de Deus no Homem.

Portanto, quando tiver de procurar Deus, achando que é pela reza sua maneira mais efetiva de encontrá-lo, tome algumas providências básicas: Isole-se - concentre-se - pronuncie sua própria oração com palavras ou pensamentos que vai você arrancar do fundo da sua alma. Seja sincero. Se sentir Vontade, chore com sinceridade e à Vontade. Faça com que sua tristeza, que é real, chegue a Ele lá no fundo onde se encontra dormindo. Sua reza franca e sentida vai despertá-Lo e Ele virá em seu socorro desde que você mereça ser socorrido. Não reze em vão, sem necessidade, por falsidade, pois a Lei do Carma está à sua espreita em cada um dos seus movimentos ou atitudes. (...)"


(Sagy H. Yunna - Um Iogue na Senda de Brian Weiss - WB Editores, São Paulo - p. 178/179)

terça-feira, 25 de agosto de 2015

DEVOÇÃO (1ª PARTE)

"A devoção pode ser uma coisa maravilhosa e bela, um foco espiritual que, em sua pureza e intensidade, é tal qual uma chama que se espalha rapidamente, seguindo adiante, superando obstáculos, e acelerando muito os processos destrutivo e construtivo. Tem sido chamada de a mais curta de todas as rotas para a meta, porque direciona todas as energias da pessoa para o objetivo da busca. Implica um estado de mente e coração no qual o fim está constantemente corporificado nos meios. Não é simplesmente um estado de busca, é um estado de conclusão e realização; uma condição na qual o derradeiro e o próximo estão reunidos e sintetizados, de modo que o resultado, que é uma consumação, é que permanece sempre satisfatório. É uma qualidade tão essencial quanto a sabedoria e a reta ação para o aperfeiçoamento de cada temperamento. 

A devoção pode ser de vários tipos: a do devoto, que se expressa em amor absoluto e irrestrito; a do agente, que transparece em sua ação; aquela que assume a forma de compreensão que floresce no serviço, segundo a necessidade e ocasião. 

É um fato que, de acordo com o caráter da devoção pessoal, será o objeto ao qual se é devotado, qualquer que seja o nome que se lhe dê; essencialmente, esse objeto é o que a pessoa cria com sua própria mente e coração. 

A devoção a um líder ou a um instrutor, quando é pura, é sempre devoção àquilo que é verdadeiro, belo e bom em si próprio. A devoção a um ideal é proporcional à verdade que está corporificada no conceito desse ideal. Quando a devoção é fanática, é por causa de alguma inflexibilidade, algum desconforto na natureza do devoto estimulada e gratificada por seu objeto de devoção, segundo sua concepção. Mesmo assim, se a causa tiver um nome auspicioso, o que o atrai é aquilo que apela à sua natureza. (...)"

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 65/66)

segunda-feira, 6 de julho de 2015

O BOM PLANTIO

"Exatamente no começo tome precaução bastante para assegurar-se de que a semente é boa e isenta de defeitos. Não inicie qualquer trabalho com o mau propósito de pompa, autopromoção, competição ou desafio. Não transfira a Deus as frustrações decorrentes de seus próprios deslizes e erros. Ore, antes, durante e depois, para que o câncer do egoísmo não possa estragar o esforço. O búfalo tem chifres, o elefante tem presas... Mas, que diferença! As presas são muito mais valiosas. O homem que tem fé e o que não tem, ambos são homens. Mas, que diferença! Com fé ele é muito mais eficiente, corajoso e sábio.

Hoje em dia você pode subornar seu método para obter sucesso em todas as esferas. Deus, no entanto, não pode ser alcançado por truques ou através de atalhos. Somente pelo método difícil da luta, do desapego e da rígida disciplina, podemos alcançá-lo. Anseie desesperadamente (sic) por Ele. Sature sua mente com Sua forma, Sua majestade, Sua glória e Sua graça. O homem é divino por nascimento. Isso chega automaticamente à sua consciência. A cortina de maya¹ entretanto impede esse vibrante contato, essa revelação iluminadora. Maya é também um divino artifício; é o veículo ou upadhi do Senhor."

¹ Maya - é o seu véu que vela a contemplação da Realidade.

(Sathya Sai Baba - Sadhana: O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 215/216)


sexta-feira, 19 de junho de 2015

AÇÃO: BOA OU MÁ

"(4.18) Verdadeiramente dotado de discernimento é o yogue que vê inação na ação e ação na inação. Tenhamo-lo por sábio entre os seres humanos, pois alcançou o objetivo de (toda) ação (e está livre).
(4.19) Quem nunca age motivado por desejo pessoal e viu seu karma (que o prendia ao ego) incinerado no fogo da sabedoria, (só) esse deve ser tido por sábio.
(4.20) O sábio, depois de livrar-se do apego aos frutos da ação, estar satisfeito e livre (no Eu), não age (de fato) ainda quando pareça extremamente ocupado. 
(4.21) Mesmo quando faz trabalho físico (em oposição ao trabalho de meditação), não incorre (em nenhuma limitação kármica) aquele que renunciou por completo ao sentimento de posse, que não alimenta desejos pessoais e que mantém sob o controle do Eu interior suas emoções (chitta).

Mais vale praticar boas ações, ainda que por maus motivos, do que não praticar ação nenhuma, assegurava meu Guru. Como tudo neste mundo é relativo, toda ação deve ser considerada boa ou má conforme a direção para onde leva quem a praticou. O que é bom para uma pessoa pode ser ruim para outra.

Se, uma bela manhã, o Mahatma Gandhi ou Jesus Cristo acordasse com a decisão: 'Estou farto de servir a humanidade! De agora em diante vou trabalhar duro e ficar milionário!', qualquer pessoa, inclusive o mais empedernido dos materialistas, não exclamaria: 'Este homem é um degenerado!'? Mas se um preguiçoso saltasse de manhãzinha de seu leito de ociosidade expressando a mesma resolução, todos - mesmo os santos - não diriam que suas intenções eram boas e sadias? Tudo é questão de onde se vem e para onde se vai.

Cavar um poço - mero trabalho físico, em suma - pode ser bom, mau ou embrutecedor, dependendo da atitude de quem o faz. Duas pessoas podem trabalhar juntas lado a lado no mesmo ofício, mas uma estar motivada por medos ou desejos oriundos do ego e a outro pretender unicamente agradar a Deus. Um age sob o jugo do ego; a outra, em plena liberdade espiritual."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 193/194)


quarta-feira, 20 de maio de 2015

A TEOSOFIA NA ESCOLA E NA UNIVERSIDADE (PARTE FINAL)

"(...) O verdadeiro objetivo da educação, portanto, é duplo. Em primeiro lugar, deve procurar despertar o conhecimento latente na criança; ela deve ser levada rapidamente a redescobrir os princípios de conduta que em vidas anteriores testou e considerou válidos; de maneira que a melhor educação será aquela que permite à alma, atuando através do cérebro da criança, recordar-se, por assim dizer, o mais depressa possível, dos fracassos e êxitos obtidos nas encarnações anteriores. Em segundo lugar, a educação deve fazer o possível para que a criança tenha prontamente uma ideia sintética da vida; porque a verdadeira educação do indivíduo não começa senão quando este vê a vida de um ponto de vista central. Nas atividades gerais da vida, algumas vezes nos perdemos, porque permitimos divisões entre o nosso mundo mental e emocional e o mundo moral; e quando vivemos, por assim dizer, em compartimentos, a resultante de nossas energias será sempre menos forte do que seria se vivêssemos como um todo indivisível. Portanto, a educação deve, desde o início, inculcar na criança o sentido da unidade na vida; e como ela já tinha atingido, anteriormente, algum nível de síntese através das experiências de vidas passadas, o educador deveria tentar levá-la a recuperar rapidamente a lembrança dessa síntese e a ampliá-la para abarcar horizontes ainda mais amplos. 

Este trabalho de capacitar a alma, através de seu corpo de criança, a alcançar sua síntese precedente, deve ser feito em três etapas: o Jardim de Infância, a Escola de Ensino Fundamental e a Universidade. (...)"

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 27/28)

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

LIBERTAR-SE DO EGO

"O que nos faz egoístas é uma entidade chamada Ahamkara.

Como toda entidade, tende a firmar e afirmar sua existência. Tende a crescer em poder e comando.

É Ahamkara que retarda o reencontro redentor do suposto ser, que pensamos ser, com o Eu Divino, a Realidade Una, que essencialmente somos.

Destronar Ahamkara é o que nos pode libertar.

Superá-lo, o objetivo da vida.

Vencê-lo, no entanto, só é possível desmascarando-o.

Mas... Como é astuto!

Até mesmo quando, às vezes, tentamos melhorar, é ele, disfarçado, agindo para seu próprio engrandecimento, tratanto de frustrar nossa oportunidade de existir.

O que mais urgentemente devemos fazer é não mais acreditar que nós somos ele - Ahamkara."

(Hermógenes - Mergulho na paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2005 - p. 189/190)


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

MANTENHA-SE FIEL AOS OBJETIVOS DE SUA VIDA

"A paz e a alegria, que uma pessoa comum pode obter, são momentâneas agora e aqui. No minuto seguinte já se foram. A dor põe fim à alegria. Esta não passa da ausência da dor. Por que deve o homem viver anos como se fosse uma carga sobre a terra, pelo muito arroz e trigo que consumiu, sem qualquer retorno de alegria e paz para si próprio e para os demais? A lamparina de óleo só brilha quando você vigorosamente bombeia o ar. Isso sugere que você se engaje no sadhana, iluminando melhor sua própria mente e difundindo luz sobre todos que se achegarem.

Se cada um se fizer somente perguntas como 'Quais são minhas qualificações?' e 'Qual é minha posição?', bem cedo pode constatar sua própria queda. Embora faminto, pode um tigre comer pipocas ou 'nozes de macaco'? Direcione sua vida para a meta que sua linhagem indica. Como pode um papagaio provar a doçura da manga, quando bica o fruto da árvore do algodão? Que seu esforço esteja em conformidade com a dignidade de seu objetivo. Nunca relaxe o esforço, seja qual for o obstáculo, e não importa quão longa seja a jornada."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 47)


domingo, 19 de outubro de 2014

SETE DICAS PARA A FELICIDADE (1ª PARTE)

"A busca da felicidade é uma questão vital para todo ser humano. Todas as pessoas, consciente ou inconscientemente, aspiram a ser felizes, sem ter uma idéia clara do que seja a felicidade ou de como atingi-la. Somos condicionados, desde a infância, a pensar nela como uma condição futura, como algo que almejamos conseguir em um momento que virá. Este é um ponto a considerar. Será a felicidade uma condição futura?

Desde a infância, o garoto imagina que quando ganhar uma bicicleta será feliz; quando conquistar aquela garota, a felicidade virá; quando passar no vestibular, etc., etc. A cada objetivo atingido, há um momento de felicidade que logo se esvai, e outro objetivo passa a ser perseguido. A felicidade, nesse caso, está sempre lá na frente, evanescente.

Será que existe felicidade não condicionada à realização de objetivos externos, que não seja o oposto da frustração que decorre quando as mesmas metas não são atingidas?

Isso significa que não devamos ter objetivos a alcançar. Apenas precisamos ver que a felicidade, se existir, deve ser algo maior e duradouro, que não dependa necessariamente de condições externas. Há pessoas muito ricas que são profundamente infelizes. Há outras, de poucas posses, que vivem de bem com a vida, com alegria e plenitude. Portanto, fica claro que a felicidade não é necessariamente decorrente das condições materiais, mas da mente e do coração. (...)"

(Marcos Resende - Sete dicas para a felicidade - Revista Sophia, Ano 11, nº 41 - p.5/7)

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

LIVRE-ARBÍTRIO E DESTINO

"Destino e livre-arbítrio parecem existir juntos. Há uma inteligência, uma sabedoria ou uma consciência que sabe como acontecimentos e relacionamentos vão se desenvolver. Hamlet chama isto de um destino que 'molda nossos fins'. Na Terra, não sabemos como nossas experiências vão terminar, mas através de nossos atos e comportamentos - do nosso livre-arbítrio - podemos influir em como elas irão se  desdobrar para nós, tanto no futuro da vida presente quanto em vidas futuras.

Assim como a alma faz uma revisão no final da vida, ela também parece fazer uma previsão de vida antes de nascermos. 'Vou exercer a compaixão, a empatia e não-violência', por exemplo. Ela vê como a vida está delineada, quem iremos encontrar, quem vai nos ajudar ao longo do caminho espiritual e como vamos ajudar essas pessoas. É complicado, porque há uma interação com outras almas que também têm seus próprios planos. As pessoas que encontramos e as experiências que nos aguardam nos ajudam a aprender - isto é o destino.

Vejamos. Você encontra a pessoa com a qual tinha planejado se casar para aprenderem juntos e se ajudarem mutuamente, enquanto progridem em direção à imortalidade. Mas essa pessoa tem uma religião incompatível, ou mora muito longe, ou seus pais se apõem ao relacionamento. Então você escolhe não se casar com ela. Isto é o livre-arbítrio. Você tinha uma escolha, e decidiu não se casar. A  escolha vai levar você a um ponto do destino que  poderia não acontecer se sua resposta tivesse sido 'sim'. É desta forma que mudamos nosso futuro nesta vida.

Se você encontra essa pessoa e se casa com ela, vai percorrer uma estrada que escolheu com seu livre-arbítrio, e isto vai influenciar sua vida presente e suas vidas futuras. Se resolver se separar, vai entrar numa estrada diferente e pode vir a aprender lições diferentes. Talvez você encontre uma outra alma gêmea ou tenha uma experiência diversa. O importante é saber a rapidez com que vai aprender, e quanta felicidade, espiritualidade, tranquilidade e tudo o mais vai conquistar nessa vida.

As respostas dependem primordialmente de seu livre-arbítrio. É como subir numa árvore: há muitos galhos e muitas escolhas. No final, você vai chegar ao topo da árvore, mas pode precisar de cinco, dez ou trinta vidas para atingi-lo. Por exemplo, quantas vidas serão necessárias para você realizar o objetivo de sua alma de aprender a usar de compaixão? Depende das escolhas que fizer. Portanto, o destino - a árvore do nosso exemplo - e o  livre-arbítrio coexistem."

(Brian Weiss - Muitas Vidas Uma Só Alma - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p.138/139)

sábado, 14 de junho de 2014

A BUSCA

"É um fato estranho que aquilo que procuramos internamente, encontramos. O motivo de nossa busca é frequentemente desconhecido para nós. Somos inclinados à autoilusão; queremos ser respeitáveis da maneira como a sociedade nos ensinou a sermos respeitáveis; assim, adornamo-nos com a virtude e damos à verdade um nome falso.

O desejo é uma forma de vontade, é vontade invertida. É um repuxo da matéria em vez de um movimento livre do Espírito. O que desejamos, encontramos; a nossa inteligência mostra o caminho. Desejamos experiências terrenas, por isso estamos aqui na Terra. Se pensamos que não o desejamos, isso é apenas autoilusão. Podemos desejar algo mais, o que também é da Terra.

Em qualquer busca o motivo é o elemento mais importante. Ele nos levará ao objetivo. Geralmente nosso objetivo é apenas conforto e satisfação que derivam de uma perfeita acomodação. Essa acomodação tende a uma percepção embotada; é como um leito macio no qual nos deitamos para dormir.

O que tem sido chamado de ‘divino descontentamento’ é necessário para o progresso. Mas progresso rumo a quê? Rumo à autodescoberta, que leva ao autodesenvolvimento. Quando digo ‘auto’ não quero dizer de modo algum separativo, mas, simplesmente, quero dizer ‘você’. O ser, no sentido mais verdadeiro, é o Espírito, que é uno. Porém, há uma noção diferente do ser em nós, que é contrária à unidade. Autodescoberta, então, significa descobrir a verdade que está em nós."

(N. Sri Ram, O homem sua origem e evolução - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 77/78)


sábado, 17 de maio de 2014

O REINO DA ALEGRIA ESTÁ EM TI (2ª PARTE)

"(...) Será possível definir as condições da felicidade e conquistá-la pouco a pouco? Definições das mais penetrantes continuam a ser dadas pelos pensadores desde o tempo de Confúcio. Mas os homens realmente racionais para aproveitá-las têm sido sempre raros. A maioria dos homens, não tendo encontrado à felicidade onde a procuravam, não se dão conta de que erraram o caminho e passam a acusar o destino, como se a felicidade dependesse simplesmente da sorte e como se a encontrássemos por acaso, sem mérito pessoal, como encontramos um trevo de quatro folhas.

Um sábio oriental comparou a felicidade a um templo sustentado por sete pilares. O templo está dentro de nós, e os pilares são hábitos de pensar e sentir que podemos adquirir.

São eles que criam esse clima habitual de felicidade que faz a diferença entre um homem e outro.

Eis como o sábio os definiu:

1.  Conhece-te e aceita-te tal como és, procurando tirar o máximo dos dons que a natureza depositou em ti. Se nasceste um musgo, não estragues tua vida procurando ser um cedro. Mas sê o melhor musgo que se possa encontrar.
2. Determina um objetivo para tua existência e põe tuas energias a serviço desses objetivos. ‘A maioria dos meus pacientes não padecem de doença alguma, afirma o Dr. Hehmann, mas são vítimas do vazio e da indefinição de suas vidas.’
3. Não te deixe atormentar por receios hipotéticos. Goza plenamente a hora presente e confia no futuro. Muitos homens vivem temendo desgraças que nunca materializam: acidentes, pobreza, insucessos, doenças, agressões, ou deixam o medo da morte entristecer-lhes os dias (para descobrir, no momento da morte, que ela é tão natural quanto a vida). (...)"

(Mansour Challita - Revista Thot - nº 24, 1981 - p. 27)


sábado, 21 de dezembro de 2013

SABEDORIA PARA RESOLVER PROBLEMAS E TOMAR DECISÕES NA VIDA (PARTE FINAL)

"(...) Quando surge um problema, em vez de ficar o tempo todo remoendo-o, procure encontrar as alternativas possíveis para se livrar dele. Se você for incapaz de pensar, compare suas dificuldades com as dificuldades semelhantes de outras pessoas e aproveitando suas experiências, aprenda quais caminhos levaram ao êxito e quais levaram ao fracasso. Escolha os passos que lhe parecem lógicos e práticos e, então, ponha mãos à obra para implementá-los. Toda a biblioteca do universo está oculta em você. Todas as coisas que você quer saber estão dentro de você. Para fazer aflorar esse conhecimento, pense de modo criativo.

Talvez você esteja seriamente preocupado com um filho, ou com a saúde, ou com o pagamento de uma hipoteca. Não achando uma solução imediata, começa a se preocupar com a situação. E o que ganha com isso? Dor de cabeça, nernovismo e problemas cardíacos. Você não sabe como controlar os sentimentos e as condições com que se confronta, porque não analisa com clareza, nem a si próprio, nem aos seus problemas. Em vez de perder tempo preocupando-se, pense positivamente a respeito de como eliminar as causas do problema. Se você quer se livrar de uma dificuldade, analise-a calmamente, identificando todos os pontos positivos e negativos da situação e, então, decia os passos que seriam os melhores para alcançar seu objetivo.

Sempre existe um modo de resolver seus problemas, e se você, com calma pensar com clareza como livrar-se da causa de sua dificuldade, em vez de apenas se preocupar com ela, se tornará um mestre [da situação].

Todos os homens e mulheres bem-sucedidos dedicam muito tempo à profunda concentração. Eles são capazes de mergulhar fundo em suas próprias mentes e achar as pérolas das soluções corretas para os problemas que enfrentam. Se aprender a retirar sua atenção dos objetos de distração e colocá-la num único objeto de concentração, você também saberá como atrair, à vontade, o que quer que necessite."  

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 51/52)


domingo, 6 de outubro de 2013

VIVER E APRENDER (1ª PARTE)

"A maioria das pessoas conclui rapidamente que não existe significado para a vida, porque jamais se preocupam em investigar o verdadeiro propósito da vida. Segundo elas, a morte é o fim e isso é tudo. Estabelecemos metas muito curtas para nós mesmos. Contanto que tenhamos uma meta, sentimos que nossa vida é significativa. Mas quase todas as nossas metas são transitórias. Nós cumprimos uma meta e depois saímos atrás da outra. Devemos compreender que a busca do significado da vida é uma busca espiritual que cada um tem de empreender. A vida de todas as pessoas é significativa, desde que mudemos nossa atitude com relação ao que a vida nos traz. A vida de um professor ou de um estudante, de um médico ou de um engenheiro, de um homem de negócios ou de um varredor - a vida de todos - poderia ser significativa desde que cada um a vivesse com o objetivo de autorrealização e da autotranscendência.   

Daí a importância de compreender a vida como um filme, uma escola e uma peregrinação, e o homem como ator, aluno e peregrino. Mas que homem? A individualidade, o ego que é o ator, o experimentador e também o eterno peregrino. É esse ego ou ator que escolhe o mundo como palco, tela ou plataforma para representar o filme da vida, antes de nascer. Ele escolhe as circunstâncias, a família os pais, os coautores, a personalidade, etc. 

A palavra 'personalidade' deriva da palavra latina persona, que significa 'máscara', e era utilizada pelos atores. Por trás da máscara o ator permanecia oculto e anônimo. Esses diferentes papéis interpretados pelo ator são nossas personalidades. Ficamos tão absortos na representação do nosso papel nessa vida mundana que raramente percebemos nosso verdadeiro eu. Vale ressaltar que o ego aqui mencionado não deve ser confundido com o ego da psicologia moderna, que se refere à personalidade mortal, conforme o denominava São Paulo, que ainda o subdividia em corpo natural (abrangendo o corpo físico e o etérico) e o corpo psíquico. 

Numa determinada vida representamos o papel de mãe, pai, irmão, irmã, empregado, funcionário, magnata de negócios ou varredor. Devemos tentar desempenhar nosso papel da melhor maneira, não importa o quanto possa parecer insignificante. Às vezes, num filme, vemos que o desempenho de um ator secundário é mais aplaudido que o do herói - um papel aparentemente insignificante ganha proeminência. De certa maneira, não existem papéis insignificantes. O que importa é a nossa atitude. O sucesso de um filme depende de cada um dos atores desempenhar seu papel bem; dependemos também de outros atores em nossa vida real. (...)"

(D. B. Sabnis - Revista Sophia nº 45 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 24/25)


terça-feira, 3 de setembro de 2013

A PREPARAÇÃO PARA O CAMINHO: DESÂNIMO

"Nunca, nunca devemos ficar deprimidos. No começo não compreendemos como é grande o objetivo, como é longo o caminho, como é escuro no princípio. 'Lentamente a estrada serpenteia para cima através dos anos. Na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, na prosperidade ou no revés, o esforço deve continuar. Ao cair a pessoa ergue-se e gradualmente adquire coragem, fé, a vontade de ter sucesso e a capacidade de amar... Inicialmente isso nos acarretará esforço, sacrifício e sofrimento, como qualquer disciplina destinada ao treinamento da mente, dos órgãos ou dos músculos. Mais tarde nos trará algo de inestimável valor, uma alegria peculiar e indefinível, que se deve sentir para compreender. Somente naqueles que lhe serviram fielmente toda a vida o espírito continua a elevar-se até o fim. (Alexis Carrel).

Santa Teresa de Lisieux tomou, por ocasião de sua primeira comunhão, uma resolução, que respeitou por toda a sua vida: 'Nunca me permitirei desanimar'. O desespero é outro lado do egoísmo, nosso inimigo no Caminho. 'Que ele erga o eu pelo Eu, e não permita que o eu seja deprimido. Na verdade o Eu é o amigo do eu, e também seu inimigo'. (O Bhagavad Gita).

O motivo certo e a cura da depressão são resumidos por um Instrutor, com estas palavras: 'Você deve viver para os outros e com eles, não para você ou com você mesmo'. (Um Adepto a W. Q. Judge).

Antes que você possa aproximar-se do primeiro portal, deve aprender a separar seu corpo de sua mente, a dissipar a sombra e viver no eterno. Para isto cumpre viver e respirar em tudo, como tudo que você percebe respira em você; cumpre sentir-se em todas as coisas e todas as coisas no Eu... Há muitos instrutores; a Alma-Mestra é uma, Alaya, a Alma Universal. Viva nesse Mestre como seu raio em você. Viva em seus semelhantes como eles vivem na Alma Universal... 'Sintonizou você seu coração e mente com a grande mente e coração de toda a humanidade? O coração daquele que entrar na corrente deve assim vibrar em respostas a todo suspiro e pensamento de todos os que vivem e respiram'. (A Voz do Silêncio)."

(Clara M. Codd - A Técnica da Vida Espiritual - Bibioteca Upasika - p. 12/13)


sábado, 31 de agosto de 2013

OBJETIVO DA RELIGIÃO

"A religião é para ser realizada agora. Vir a ser religioso significa escalar o próprio caminho, percebendo e compreendendo as coisas por si mesmo. Em épocas remotas havia um grande número de profetas em todos os povos. Tempo virá em que profetas caminharão pelas ruas de cada cidade do mundo. Haveremos de compreender que o segredo da religião consiste em ser capaz, não só de pensar e repetir todos esses pensamentos, mas de realizá-los, descobrir outros, novos e sublimes, nunca antes descobertos e oferecê-los à sociedade. O estudo das religiões deveria dedicar-se à formação de profetas. Escolas e faculdades deveriam ser seus campos de treinamento. Até que um homem se torne profeta, a religião é uma paródia. Devemos encarar, sentir e realizar a religião com intensidade mil vezes maior do que percebemos uma parede. (...)

Os prodigiosos princípios, o escopo e o plano da religião já foram descobertos há milênios, quando os homens encontraram as palavras últimas, como são chamados nos Vedas, ‘Eu sou Ele’ – a verdade de que existe o Único, em quem este universo inteiro de matéria e mente encontra sua unidade, a quem chama de Deus ou Brahman, Alá, ou Jeová, ou qualquer outro nome. Não podemos ir além disso. O grande princípio já foi traçado por nós. Cabe-nos aprender a respeito dele, executá-lo e aplicá-lo a cada segmento de nossas vidas. Temos de trabalhar agora para que cada um de nós se torne um profeta."

(Swami Vivekananda - O que é Religião - Ed. Lótus do Saber, Rio de Janeiro, 2004 - p. 9/11)