OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quarta-feira, 16 de agosto de 2017

A ORIGEM DO MEDO (PARTE FINAL)

"(...) Uma vez que não estejamos mais identificados com a mente, não faz a menor diferença para o nosso eu interior estarmos certos ou errados. Assim, a necessidade compulsiva e profundamente inconsciente de termos sempre razão - o que é uma forma de violência - vai desaparecer. Você poderá declarar de modo calmo e firme como se sente ou o que pensa a respeito de algum assunto, mas sem agressividade ou qualquer sentido de defesa. O sentido do eu interior passa a se originar de um lugar profundo e verdadeiro dentro de você, não mais de sua mente.

TENHA CUIDADO COM qualquer tipo de defesa dentro de você. Está se defendendo de quê? De uma identidade ilusória, de uma imagem em sua mente, de uma entidade fictícia. Ao trazer esse padrão à consciência, ao testemunhá-lo, você deixa de se identificar com ele à luz de sua consciência, o padrão de inconsciência irá se desenvolver rapidamente. Esse é o fim de todos os argumentos e jogos de poder, tão prejudiciais aos relacionamentos. O poder sobre os outros é a fraqueza disfarçada de força. O verdadeiro poder é interior e está à sua disposição agora.

A mente procura sempre negar e escapar do Agora. Em outras palavras, quanto mais nos identificamos com as nossas mentes, mais sofremos. Ou ainda, quanto mais respeitamos e aceitamos o Agora, mais nos libertamos da dor, do sofrimento e da mente.

Se não quer gerar mais sofrimento para você e para os outros, se não quer acrescentar mais nada ao resíduo do sofrimento do passado que ainda vive em você, não crie mais tempo, ou, pelo menos, não mais do que o necessário para lidar com os aspectos práticos da sua vida. Como deixar de criar tempo?

TENDO UMA PROFUNDA consciência de que o momento presente é tudo o que você tem. Faça do Agora o foco principal da sua vida. Se antes você se fixava no tempo e fazia rápidas visitas ao Agora, inverta essa lógica, fixando-se no Agora e fazendo visitas rápidas ao passado e ao futuro quando precisar lidar com os aspectos práticos da sua vida. Diga sempre 'sim' ao momento atual."

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 26/28)

quarta-feira, 10 de maio de 2017

RELAÇÕES DE AMOR E ÓDIO (PARTE FINAL)

"(...) Todo vício surge de uma recusa inconsciente de encararmos nossos próprios sofrimentos. Todo vício começa no sofrimento e termina nele. Qualquer que seja o vício - álcool, comida, drogas legais ou ilegais, ou mesmo uma pessoa -, ele é um meio que usamos para encobrir o sofrimento.

É por isso que, passada a euforia inicial, existe tanta infelicidade, tanto sofrimento nos relacionamentos íntimos. Estes não causam o sofrimento e a infelicidade. Eles trazem à superfície o sofrimento e a infelicidade que já estão dentro de nós. Todo vício faz isso. Todo vício chega a um ponto em que já não funciona mais para nós, e, então, sentimos o sofrimento mais forte do que nunca.

Essa é a razão pela qual muitas pessoas estão sempre tentando escapar do momento presente e buscando algum tipo de salvação no futuro. A primeira coisa que devem encontrar, caso focalizem a atenção no Agora, é o próprio sofrimento que carregam, e é isso o que mais temem. Se ao menos soubessem como, no Agora, é fácil acessar o poder da presença que dissolve o passado e o sofrimento. Se aos menos soubessem como estão perto da próprio realidade, como estão perto de Deus.

Evitar se relacionar como uma tentativa de evitar o sofrimento também não é a resposta. O sofrimento está lá, de qualquer jeito. Três relacionamentos infelizes em alguns anos têm mais probabilidade de forçar você a acordar do que três anos em uma ilha deserta ou trancafiado em seu quarto. Mas, se você pudesse colocar uma presença intensa em sua solidão, isso também funcionaria para você."

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - GMT Editores Ltda., São Paulo - p.84/85


quinta-feira, 20 de abril de 2017

O PASSADO NÃO CONSEGUE SOBREVIVER DIANTE DA PRESENÇA

"Uma eventual curiosidade quanto ao passado inconsciente poderá ser satisfeita através dos desafios do presente. Quanto mais penetramos no passado, mais ele se torna um buraco sem fundo. Haverá sempre alguma coisa a mais. Você pode pensar que precisa de mais tempo para entender o passado ou se livrar dele, ou, em outras palavras, que o futuro irá finalmente livrá-lo do passado. Isso é ilusão. Só o presente pode nos livrar do passado. Uma maior quantidade de tempo não consegue nos livrar do tempo.

Acesse o poder do Agora. Essa é a chave. O poder do Agora nada mais é do que o poder da sua presença, da sua consciência libertada das formas de pensamento. Portanto, lide com o passado no nível do presente. Quanto mais atenção você der ao passado, mais energia estará dando a ele e mais probabilidades terá de construir um 'eu interior' baseado nele.

Não confunda as coisas. A atenção é essencial, mas não em relação ao passado como passado. Dê atenção ao presente. Dê atenção ao seu comportamento, às suas reações, ao seu humor, seus pensamentos, suas emoções, medos e desejos, da forma como eles acontecem no presente. Ali está o seu passado. Se você consegue estar presente o bastante para observar todas essas coisas, não de modo crítico ou analítico, mas sem julgamentos, significa que você está lidando com o passado e dissolvendo-o através do poder da sua presença.

Não é procurando o passado que você vai se encontrar. Você vai se encontrar estando no presente."

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - GMT Editores Ltda., Rio de Janeiro, 2016 - p. 52/53)


quinta-feira, 13 de abril de 2017

RUMO À TRANSFORMAÇÃO (2ª PARTE)

"(...) As pessoas religiosas também descobrem isso desistindo do conceito limitado de Deus em favor de um conceito mais amplo, até que alcançam aquilo que tudo abarca. É isso também que descobrem as pessoas ativas quando desistem de ações em benefício próprio em favor do serviço aos outros. Todos esses caminhos levam ao autoesquecimento e, portanto, ao novo - um novo dia, novas praias. Mas essa renúncia deve ser voluntária e espontânea; deve ocorrer somente quando o momento for propício. 

Não devemos nos restringir a um único caminho, pois nosso ser comporta diferentes possibilidades: ação, emoção, pensamento.

'O caminho não é encontrado apenas pela devoção, apenas pela contemplação religiosa, pelo progresso ardente, pelo trabalho autossacrificante, pela observação cuidadosa da vida. Nenhum desses, sozinho, pode levar o discípulo mais do que um degrau adiante. Todos os degraus são necessários para compor a escada' (Luz do Caminho).

Qualquer que seja o caminho pelo qual nos aproximemos das novas praias, o que lá encontrarmos não pode ser concebido nem descrito. São João da Cruz disse que 'aqueles que O conhecem mais perfeitamente percebem com muito mais clareza que Ele é infinitamente incompreensível.'

Mas os místicos, os verdadeiros sábios e os santos de todas as tradições afirmaram que as praias longínquas, os horizontes além de todos os horizontes não estão tão distantes: estão no aqui e agora, em nós, em nossas vidas. Compreender isso já é transformação. (...)"

(Mary Anderson - Para alcançar um novo dia - Revista Sophia, Ano 7, nº 26 - p. 30)

sexta-feira, 7 de abril de 2017

ENTRANDO NO AGORA (1ª PARTE)

"Suprimir a dimensão do tempo faz surgir um tipo diferente de conhecimento, que não 'mata' o espírito que mora dentro de cada criatura e de cada coisa. Um conhecimento que não destrói o aspecto sagrado nem o mistério da vida e que contém um amor e uma reverência profundos por tudo o que é. Um conhecimento sobre o qual a mente nada sabe.

ROMPA COM O VELHO PADRÃO de negação e resistência ao momento presente. Torne uma prática desviar a atenção do passado e do futuro, afaste-se da dimensão do tempo na vida diária, tanto quanto possível.

Se você achar difícil entrar diretamente no Agora, comece observando como a sua mente tende a fugir do Agora. Vai notar que geralmente imaginamos o futuro como algo melhor ou pior do que o presente. Imaginar um futuro melhor nos traz esperança e uma antecipação do prazer. Imaginá-lo pior nos traz ansiedade. Ambos os casos são ilusões.

Ao observarmos a nós mesmos, um maior grau de presença surge automaticamente em nossas vidas. No momento em que percebemos que não estamos presentes, estamos presente, Sempre que formos capazes de observar nossas mentes, deixaremos de estar aprisionados. Um outro fator surgiu, algo que não pertence à mente: a presença observadora.

Esteja presente como alguém que observa a mente e examine seus pensamentos e emoções, assim como suas reações em diferentes circunstâncias. Concentre seu interesse não só nas reações, mas também na situação ou na pessoa que leva você a reagir. Perceba também com que frequência a sua atenção está no passado ou no futuro. Não julgue nem analise o que você observa. Preste atenção ao pensamento, sinta a emoção, observe a reação. Não veja nada como um problema pessoal. Sentirá então algo muito mais poderoso do que todas aquelas outras coisas que você observa, uma presença serena e observadora por trás do conteúdo da sua mente: o observador silencioso. (...)"

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - GMT Editores Ltda., Rio de Janeiro, 2016 - p. 31/32)


quinta-feira, 30 de março de 2017

COMPREENDER, COMPARTILHAR E AMAR (1ª PARTE)

"Quando dizemos que compreendemos outra pessoa, o que realmente estamos dizendo? Talvez que compreendemos como ela pensa e o que diz. Mas quão profundamente compreendemos? A maioria de nossos problemas surge através do relacionamento com o próximo - quando não o entendemos. Podemos saber o que o outro está dizendo, mas não quais são seus motivos. Podemos entender intelectualmente, mas isso é realmente compreender?

Quando encontramos pessoas que conhecemos, geralmente já temos um quadro sobre elas na cabeça. Reagimos de acordo com nossas experiências prévias e com o quadro que formamos. Carregamos o passado conosco e compreendemos essas pessoas através do passado. Nossas opiniões influenciam nosso relacionamento e nossa compreensão. Mas quando vivemos no presente, e o passado não é parte da nossa visão, podemos realmente entender uns aos outros. A mente deve ser atenta e sem preconceitos.

A abordagem intelectual privou-nos de uma compreensiva visão da vida e também de um entendimento mais profundo das outras pessoas. Compreender os outros verdadeiramente significa compreender toda a pessoa, não apenas o que ela está dizendo, mas também seus pensamentos, valores, motivos, desejos e caráter. A verdadeira compreensão exige que amemos uns aos outros. Quando ouvimos com nossos corações, compreendemos melhor do que quando ouvimos com o intelecto.

Os preconceitos e o medo não nos permitem ver com clareza. Estamos sempre com medo dos fatos e da realidade. É necessário coragem para ver a pessoa sob uma nova luz, sem concepções prévias. Esperamos que nossos amigos ajam de uma certa maneira. Não queremos que eles mudem. Não os reconhecemos se mudarem muito. Isso nos faz ficar incertos. Os pensamentos e as concepções prévias obstruem nossa visão. Confiamos demasiadamente em nossa própria compreensão do que a outra pessoa está dizendo. Essa é a fundação da nossa educação e da nossa cultura, que não enfatiza outras formas de compreensão. (...)"

(Pertti Spets - Compreender, compartilhar e amar - Revista Sophia, Ano 8, nº 29 - p. 19)


domingo, 5 de fevereiro de 2017

O QUE É O PROGRESSO? (PARTE FINAL)

"(...) Estudos sobre o cérebro humano avançaram a ponto de fazer algumas pessoas pensarem que podem mudar as características psicológicas de pacientes e clientes. Um repórter escreveu: 'À medida que os neurocientistas aprenderem quais produtos químicos causam determinados traços da personalidade, a tentação de brincar com a natureza será irresistível.' Alguns otimistas e aventureiros no campo da neurociência acreditam até mesmo que, no futuro, estarão em posição de projetar cérebros.

Até onde podemos ver, a capacidade humana de agir não aumenta junto com o aumento do conhecimento e das habilidades tecnológicas. Pode o cérebro insensato, que parece ter tanto talento para causar sofrimento, terminar projetando cérebros que irão melhorar os problemas para a espécie humana e para todos os outros seres incorporados na corrente evolutiva?

A destruição da diversidade da Terra é outra causa de preocupação, mas a grande maioria das nações e das pessoas não está preocupada, e busca um estilo de vida que torna a destruição inevitável. Quem seria capaz de adivinhar o futuro do humilde mamífero das primeiras eras, e imaginar que iria tornar-se algo que propõe redesenhar cérebros por si próprio? Se houvesse oportunidade para alguma outra criatura da natureza intervir como o homem intervém, talvez ela pudesse destruir aquele humilde mamífero. Clonar e imiscuir-se geneticamente nos traços que definem a diversidade das espécies e subespécies pode ser antiprogresso.

O direcionamento na evolução só pode originar-se da inteligência ilimitada do universo, operando naquela esfera eterna onde passado, presente e futuro são um. Os Adeptos dizem que, para eles, passado, presente e futuro são como um livro aberto. Somente uma consciência assim pode saber o que é bom, no final das contas. Um cérebro insignificante e uma mente que nem mesmo reconhece que existe uma inteligência superior podem dar passos regressivos enquanto imaginam que existe progresso. Essa mente pode imaginar-se em posição de decidir que parte da diversidade do planeta deve ser preservada ou destruída; que tipo de progênie é melhor para a vaca, o porco ou o ser humano; como o cérebro deve ser moldado e como substituir características indesejadas para satisfazer nada mais do que sua própria vaidade.

Nós, humanos, somos verdadeiramente parte de uma grande família invisível. 'Deus sabe mais' é um bom ditado quando sabemos que Deus é a vida una, a inteligência suprema, sob cuja visão a direção é clara."

(Radha Burnier - Onde está Deus? - Revista Sophia, Ano 8, nº 30 - p. 15)


quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

O FIM DA ILUSÃO DO TEMPO

“A chave do segredo está em acabar com a ilusão do tempo. O tempo e a mente são inseparáveis. Tire o tempo da mente e ele para, a menos que você escolha utilizá-lo.

Estar identificado com a mente é estar preso ao tempo. É a compulsão para vivermos quase exclusivamente através da memória ou da antecipação. Isso cria uma preocupação infinita com o passado e o futuro, e uma relutância em respeitar o momento presente e permitir que ele aconteça. Temos essa compulsão porque o passado nos dá uma identidade e o futuro contém a promessa de salvação e de realização. Ambos são ilusões.

Quanto mais nos concentramos no tempo, no passado e no futuro, mais perdemos o Agora, a coisa mais importante que existe.

Porque o Agora é a coisa mais importante que existe? Primeiramente porque é a única coisa. É tudo o que existe. O eterno presente é o espaço dentro do qual se desenvolve toda a nossa vida, o único fator que permanece constante.. A vida é agora. Nunca houve uma época em que a nossa vida não fosse agora, nem haverá.

Em segundo lugar, o Agora é o único ponto que pode nos conduzir para além das fronteiras limitadas da mente. É o nosso único ponto de acesso para a área atemporal e amorfa do Ser.

Você alguma vez vivenciou, realizou, pensou ou sentiu alguma coisa fora do Agora? Acha que conseguirá algum dia? É possível alguma coisa acontecer ou ser fora do Agora? A resposta é óbvia, não é mesmo?

Nada jamais aconteceu no passado, aconteceu no Agora. Nada jamais irá acontecer no futuro, acontecerá no Agora.

A essência dessas afirmações não pode ser compreendida pela mente. No momento em que captamos a essência, ocorre uma mudança na consciência, que passa a desviar o foco da mente para o Ser, do tempo para a presença. De repente, tudo parece vivo, irradia energia, emana do Ser.”

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - GMT Editores Ltda., Rio de Janeiro - p.28/29)


quinta-feira, 29 de setembro de 2016

MATA A AMBIÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) Nenhum ambicioso jamais é feliz porque o que ele quer está no futuro, e assim existe sempre um senso de que algo está faltando no presente. E, quando finalmente alcança sua meta, ela não o satisfaz, e ele fica desapontado, frustrado. 'A distância empresta encantamento à visão', e, quando verdadeiramente chegamos à cena, descobrimos que a grama não é tão verde quanto pensávamos ser. A satisfação cessa e então queremos algo mais. Finalmente, todas as nossas ambições azedam, por 'trabalhar para o eu é trabalhar para o desapontamento'. É muito importante que compreendamos isso, pois nas muitas coisas que fazemos existe a autobusca por adulação, elogio e adiantamento. 

Assim, o comentário diz: 'Mas, embora esta primeira regra pareça tão simples e fácil, não a ultrapasse muito rapidamente'. Podemos pensar que estamos livres da ambição, mas é muito difícil que assim seja. Esse trabalhar para o eu é realmente o produto de nossos apegos, que podem ser as coisas em diferente níveis - físico, astral, mental. Assim, podemos estar apegados a uma pessoa, a nossas posses, ou a nossas ideias. Qualquer que seja a natureza do apego, seu centro é o eu, e trabalhar para o eu é estar descontente porque sua própria natureza é buscar mais. 

O artista puro que ama sua arte, simplesmente gosta de praticá-la, e ele o faz. Mas muito raramente encontramos alguém assim. Muitos artistas são muito autoenvolvidos, intolerantes e têm ciúmes de outros que atingiram a mesma eminência. Certamente, existem artistas que pintam ou compõem desinteressadamente e não para a glória do eu e seus componentes. Mas podemos enganar-nos ao acreditar que estamos fazendo tudo para a glória de Deus com a implicação de que o que quer que façamos tenha sua aprovação; ou podemos pensar que o fazemos em nome do Mestre, carimbando assim nossas ações com seu nome. A mente pode enganar-se extraordinariamente. Devemos estar cônscios de todas essas sutilezas, dos vários processos de autodecepção, antes que possamos dizer que somos verdadeiramente sinceros."

(N. Sri Ram - Mata a ambição - Revista Theosophia, Ano 100, Outubro/Novembro/Dezembro de 2011 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 16) 


terça-feira, 31 de maio de 2016

AMOR OU JULGAMENTO (1ª PARTE)

"Duas são as colunas da compreensão budista do caminho espiritual. Uma é o desafio de abrir nossa percepção pessoal à realidade da vida e desenvolver nosso senso de sabedoria ou perspectiva com relação ao que somos e ao que a vida é. Tal função cabe, em princípio, à mente. A outra grande coluna é o desafio de aprimorar nossa capacidade de sentir compaixão e aceitação com respeito à obra divina - tarefa que cabe, sobretudo, ao coração.

A compaixão é uma qualidade que descobrimos somente quando deixamos de julgar o mundo e passamos a amá-lo. A terceira meditação, que envolve aceitar a realidade tal qual é, induz-nos naturalmente a explorar nossa capacidade de sentir amor no coração e, por fim, a amar incondicionalmente - conforme preceituaram Buda, Jesus e muitos outros mestres espirituais.

O fato se resume ao seguinte: não podemos, ao mesmo tempo, criticar e amar uma coisa. Por quê? Porque o próprio processo de julgamento está radicado em uma área do nosso cérebro, a amídala, que é o centro do medo. Essa área de alerta vermelho, ligada diretamente aos nossos sentidos e funções cognitivas, obriga-nos a determinar primeiro se algo em nosso ambiente imediato constitui uma ameaça. Todo animal possui esse mecanismo de sobrevivência baseado no medo, evidentemente imprescindível para a segurança física. 

O dilema humano consiste no fato de não só analisarmos o momento presente a fim de descobrir se existe algum perigo como também termos a capacidade de evocar coisas ruins que nos aconteceram no passado e temer que voltem a acontecer no futuro. Cifram-se nisso nossas preocupações. Em última análise, boa parte do sofrimento humano vem de nossa propensão a imaginar cenários possíveis no futuro e, ou ficar ansiosos quando eles parecem negativos, ou animados quando parecem positivos. Em qualquer caso, nossas ideias a respeito do futuro tendem a criar sofrimento no presente. (...)"

(John Selby - Sete mestres, um caminho - Ed. Pensamento, São Paulo, 2004 - p. 94/95)


quinta-feira, 31 de março de 2016

O EGO NOS RELACIONAMENTOS

"Enquanto o ego dominar sua vida, a maioria de seus pensamentos, emoções e ações virá do desejo e do medo. Isso fará você querer ou temer alguma coisa que possa vir da outra pessoa.

O que você quer dos outros pode ser prazer, vantagem material, reconhecimento, elogio, atenção, ou fortalecimento da sua identidade, quando se compara achando que sabe ou tem mais do que os outros. Você teme que ocorra o contrário - que o outro seja, tenha ou saiba mais do que você - e que isso possa de alguma forma diminuir a ideia que você faz de si mesmo.

Quando concentra sua atenção no presente - em vez de usar o presente como um meio para atingir um fim -, você ultrapassa o ego e a compulsão inconsciente de usar as pessoas como meios para valorizar-se ao se comparar com elas. Quando dá total atenção à pessoa com quem está interagindo, você elimina o passado e o futuro do relacionamento - exceto nas situações que exigem medidas práticas. Ao ficar totalmente presente com qualquer pessoa, você se desapega da identidade que criou para ela. Esse identidade é fruto da sua interpretação de quem a pessoa é e do que fez no passado. Ao agir assim, você se torna capaz de relacionar-se sem os mecanismos autocentrados do desejo e medo. O segredo dos relacionamentos é a atenção, que nada mais é do que calma alerta. Como é maravilhoso poder ultrapassar o querer e o medo nos seus relacionamentos. O amor não quer nem teme nada.

Se o passado de uma pessoa fosse o seu passado, se a dor dessa pessoa fosse a sua dor, se o nível de consciência dela fosse o seu, você pensaria e agiria exatamente como ela. Ao compreender isso, fica mais fácil perdoar, desenvolver a compaixão e alcançar a paz.

O ego não gosta de ouvir isso, porque sem poder reagir e julgar ele se enfraquece."

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed, Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 57/58)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O VÉU DO TEMPO

"A Estrela Mística é aquela fonte de luz e vida cujos raios constituem todo o universo. Como sabemos, cada estrela física é em realidade um sol, e a Estrela Mística é o sol espiritual central do universo. Ela aparece como uma estrela por causa da distância; essa distância não é em espaço (como no universo astronômico), mas no tempo ou manifestação.

Cada um de nós é, na verdade, um orbe espiritual de luz e beleza. Mas quando tentamos olhar para nossa própria natureza espiritual sentimos apenas uma imprecisão distante, comparável a uma nebulosa. Existem milhões de pessoas que não conseguem sentir nem mesmo isso. Pois sua natureza está tão desorganizada e envolta em densidade que a luz não consegue penetrar a partir de um objeto tão sagrado. Mas, aqui e ali, há alguém que consegue sentir que existe uma natureza espiritual em si próprio e em cada homem e mulher, um Eu espiritual esperando para ser realizado. 

À medida que crescemos espiritualmente - o que podemos pensar é uma questão de tempo, embora o espírito transcenda o tempo - essa nebulosa torna-se um esplêndido sistema estelar ou uma constelação. Isto é, no decorrer do tempo, a realidade espiritual torna-se o Logos de um sistema solar ou até mesmo o Logos Cósmico que inclui dentro de si inúmeros centros ou logoi. (...)

O astrônomo depara-se com certas nuvens que lhe parecem uma nebulosa. Mas, quando ele visualiza a nebulosa com uma lente mais potente, descobre que não é uma coisa amorfa, mas uma galáxia. Se pudermos expandir nossa visão como faz o astrônomo e olharmos para aquela coisa vaga que é nossa natureza espiritual, veremos que ela é na realidade um esplêndido sistema de luzes. Apenas parece uma nuvem amorfa por causa da distância no tempo que separa o futuro do presente.

Se o tempo é uma ilusão. O futuro existe agora, simultaneamente com o presente e o passado. A pessoa divina em nós existe mesmo agora, fora dos limites do tempo, em toda sua glória e esplendor futuros. É o véu do tempo que separa o futuro do presente. 

Remova o véu e observe: cada indivíduo é uma estrela numa multidão de estrelas que inflamam a esfera celestial, todas girando em torno de uma estrela polar que é a Estrela Mística." 

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 96/97)


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A ATIVIDADE DO DESEJO (1ª PARTE)

"A sensação nasce do sentido do tato, que é a base de nossa relação com o mundo fenomenal. É um modo de resposta ao mundo externo e tem seu valor como meio de conhecimento, felicidade e crescimento, no seu lugar apropriado. Quando a sensação é psicologicamente elaborada, convertida em necessidade e indiscriminadamente misturada com o nosso processo pensante, é que o problema começa.

Quando a sensação é agradável, Manas ou mente - que é o instrumento de percepção - apega-se à sensação particular. O desejo de repetição da experiência surge com a forma ativa vitalizada desse apego. Toda repetição é essencialmente mecânica e pertence à natureza material; é, na verdade, uma forma de inércia. A memória é repetitiva. O desejo também é repetitivo. Ele tem seu ciclo de origem, crescimento, fim da satisfação, e renascimento imediato. 

A atividade do desejo é produzida pela mente. Mesmo nos animais, o desejo surge por causa de uma mente subliminar. Mente e sensação juntas geram desejo, quando a mente trabalha arduamente para se tornar sensação. A sensação é mentalizada. É o modo como a mente identifica a sensação posteriormente, retendo-a como base do pensamento e como memória. A mente tem o seu pensamento colorido pela sensação de prazer ou dor, e a reação a esse prazer ou a essa dor penetra o pensamento e o condiciona. Não fosse este o caso, a sensação existiria apenas por um momento, quando existe o contato excitante, e não produziria desejo. O desejo é uma força que remete ao passado e aparece como um fantasma do passado influenciando o presente.

É a mente que, em seu lado material (pois também está ligada ao princípio espiritual), une o passado ao presente, que associa uma coisa a outra por meio de observação e comparação. Ela rastreia a memória; cria teias de associação. 

O desejo, que é um impulso criado pelo impacto da mente sobre a sensação, invade a mente. Ele assim se perpetua e se expande. A sensação, com origem no passado, estende-se ao presente. Suas vibrações originais continuam diminuindo (a não ser que sejam intensificadas) como os tons de um diapasão através do meio contínuo da mente. A mente relembra a sensação passada, e como a sensação está envolta em desejo, ela desfruta da sensação e se esforça por prolongá-la e intensificá-la. Através das associações feitas pela mente, o desejo penetra os conteúdos mentais. Então, toda associação torna-se maculada e excita o desejo. (...)"

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 27/28)


segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

COMPAIXÃO: FONTE DE FELICIDADE E DE ALEGRIA

"A melhor maneira de ter certeza de que um dia nos aproximaremos da morte sem remorsos é agindo de maneira responsável e manifestando compaixão pelos outros no presente.

Como vimos, a compaixão é uma das coisas que mais dão sentido às nossas vidas. É a fonte de toda felicidade e alegria duradouras. É o alicerce de um bom coração, o coração daquele que age motivado pela vontade de ajudar os outros.

Por meio da bondade, da afeição, da honestidade, da verdade e da justiça para com todos os outros é que asseguramos nossos próprios benefícios. Essa não é uma questão para ser debatida com teorizações complicadas. É uma questão simples, de bom-senso.

Por isso, podemos rejeitar tudo mais: religião, ideologia, toda a sabedoria recebida, mas não podemos deixar escapar a necessidade de amor e compaixão."

(Dalai-Lama - O Caminho da Tranquilidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 92)


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

VIVENDO NO PRESENTE (PARTE FINAL)

"(...) Você já notou que as crianças pequenas estão sempre fazendo alguma coisa a cada momento? Muito embora já possam ter experimentado a mesma coisa anteriormente, elas expressam enorme excitação e admiração. As crianças não têm padrões de medidas para comparar atividades do presente com o passado. Elas sabem que já jogaram aquele jogo antes, ou que alguém já leu aquela história na noite passada, mas o jogo e a história ainda são tão interessantes como se fossem desfrutados pela primeira vez.

Pense na sua atitude enquanto lava louça, passa o aspirador na casa ou rega as plantas. Provavelmente você acha essas atividades maçantes. Mas você já viu uma crinaça ajudando a lavar a louça, passar o aspirador ou regar as plantas? Ela mal pode esperar para participar, e age como se essa fosse a coisa mais interessante que ela já fez. Que qualidade maravilhosa – estar empolgada com a vida, como se ela fosse sempre nova. E de fato, ela é. O que é velho são os nossos pensamentos e atitudes distorcidas, que atrapalham a celebração de cada momento. (...)

Faça o melhor que puder, diariamente, para simplificar a vida, valorizar e experimentar a preciosidade de cada momento. Em vez de viver um plano contínuo e em longo prazo, para cinco ou dez anos, concentre-se em viver um dia de cada vez, pedindo ajuda e orientação a cada dia. Não olhe para o passado com rancor ou mágoa, não olhe para a frente com medo ou preocupação; olhe ao redor com percepção consciente.

Para estar totalmente presente em cada momento, é preciso se libertar do passado. Se não nos curarmos do passado, ele irá se repetir e nos manterá presos. Quem está preso ao passado não pode estar aqui e agora, não está totalmente presente e não pode prestar atenção ao que acontece em volta."

 (Susan Smith Jones - Vivendo no presente - Revista Sophia, Ano 4, nº 16 - p. 5/7)

domingo, 7 de setembro de 2014

VIVENDO NO PRESENTE (1ª PARTE)

"Viver no momento é diferente de viver para o momento. As crianças são peritas na arte de se envolver totalmente com o que quer que estejam fazendo no momento. É verdade que esse intervalo de tempo não é extenso, mas elas ficam totalmente focadas no que está acontecendo no presente. Quando comem, apenas comem; quando brincam, apenas brincam; quando conversam, apenas conversam. Elas se lançam de cabeça em suas atividades.

Quando revejo meu passado, minha infância, lembro que eu não tinha noção do passar do tempo. Minha família com frequência fazia longas viagens de automóvel. Cerca de dez minutos depois de sair de casa, eu perguntava: ‘Já chegamos?’ Em seguida perguntava novamente: ‘Quando vamos chegar lá?’ E repetia as perguntas a cada dez minutos. Um intervalo de duas horas não significava nada para mim. Minha única noção de tempo era o agora.

Carpe diem. A expressão em latim significa ‘aproveite o dia’. Cada dia oferece uma oportunidade de olhar para o mundo de maneira nova e celebrar o fato de estarmos vivos. Você jamais terá a oportunidade de viver novamente este instante precioso. Momento a momento, busque perceber tudo ao seu redor. Preste atenção. Participe totalmente da vida. (...)"

(Susan Smith Jones -  Vivendo no presente - Revista Sophia, Ano 4, nº 16 - p. 5/7)

segunda-feira, 28 de julho de 2014

QUEM VOCÊ REALMENTE É (PARTE FINAL)

"(...) Há muitas expressões usadas frequentemente que mostram que as pessoas não sabem quem são. O mesmo acontece às vezes com a estrutura da língua. Dizemos: 'Ele perdeu a vida num acidente de carrro' ou 'A minha vida', como se a vida fosse alguma coisa que se possa possuir ou perder. A verdade é: você não possui uma vida, você é a vida. Você é a vida única, a consciência única que permeia todo o universo e assume temporariamente a forma de pedra, folha, animal, pessoa, estrela ou galáxia. 

Consegue perceber que, lá no fundo, você já sabe disso? Consegue perceber que você já é isso?

Você precisa de tempo para a maioria das coisas na vida: é preciso tempo para aprender uma nova atividade, para construir uma casa, para se especializar em alguma profissão, para preparar um chá. Mas o tempo é inútil para a coisa mais valiosa da vida, a única que realmente importa: a realização pessoal, o que significa saber quem você é essencialmente além da superficie do 'eu' - além do nome, do tipo físico,da sua história. Você não pode encontrar a si mesmo no passado ou no futuro. O único lugar onde você pode se encontrar é no Agora.

Os que buscam uma dimensão espiritual querem a autorrealização ou a iluminação no futuro. Ser uma pessoa que está em busca significa que você precisa do futuro. Se é nisso que você acredita, isso se torna verdade para você: precisará de tempo até perceber que não precisa de tempo para ser quem você é."

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 38/39)

segunda-feira, 30 de junho de 2014

OS EFEITOS DA CHAMA DA SABEDORIA NO KARMA (2ª PARTE)

"(...) Em se tratando do indivíduo, dois tipos de karma têm de ser levados em consideração: purushakara e prarabdha. O primeiro consiste em ações geradas nesta vida sob influência, não do hábito ou do desejo, mas da tendência da alma. Já o segundo engloba as tendências atuais e o resultado de ações praticadas em existências anteriores.

O prarabdha é também de dois tipos: as ações que, devido às circunstâncias presentes, podem dar frutos ainda nesta vida; e aquelas que, conhecidas como para-rabdha-karma, são mantidas em estado de latência até que ocasiões mais favoráveis lhe possibilitem a fruição. O karma de uma pessoa pode prever, por exemplo, que ela se afogará no mar - ou então será salva do acidente. Contudo, se ela nunca se aproximar da praia e, assim, não der ensejo ao afogamento, esse karma específico terá de aguardar outra vida para concretizar-se.

Às vezes. um karma negativo é adiado ou mesmo compensado por um karma contrário. Uma tentação irresistível, por exemplo, pode ser anulada por uma força interior recém-adquirida. Períodos kármicos também passam ou são dissipados por ações opostas. Um fracasso karmicamente 'previsto' frequentemente é desviado quando a pessoa acumula energias novas e criativas ou, então, adquire sabedoria para redefinir o golpe como oportunidade e não como revés.

Um mau karma pode agigantar-se diante da pessoa como um dragão ameaçador; mas se ela consegue achar meios de desviar o golpe ou proteger-se (por exemplo, abrir um guarda-chuva quando começa a chover), ainda que o golpe seja desferido, o desastre é evitado. Podemos fazer também, é claro, como o São Jorge da lenda: liquidar o dragão. O certo é que nenhuma ameaça de infortúnio deve ser aceita com resignação indolente! Uma vontade poderosa consegue superar, ou no mínimo mitigar, praticamente todas as desventuras que rondam nossos passos.

O mau karma pode, por exemplo, invadir uma aura frágil, mas nunca uma aura forte, na qual o dano porventura infligido será prontamente minimizado. (...) As consequências kármicas são inevitáveis, mas o modo como são recebidas depende de inúmeras circunstâncias, a maioria geradas pela própria pessoa. (...)"

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramahansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 210/212)
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segunda-feira, 14 de abril de 2014

O KARMA NÃO ESMAGA

"O karma é a grande lei da natureza, com tudo o que isso implica. Assim como podemos nos mover no universo físico com segurança, conhecendo as suas leis, também podemos nos mover nos universos mental e moral com segurança, na medida em que aprendemos as suas leis. No que se refere aos seus defeitos morais mentais, a maioria das pessoas está de fato na posição do homem que desiste de subir escadas por causa da lei da gravidade. Elas se sentem impotentes e dizem: ‘Essa é a minha natureza. Não posso evitá-la.’ Na verdade, essa é a natureza do homem, a que ele criou no passado, e que representa o ‘seu karma’. Com o conhecimento do karma, entretanto, o homem pode modificar a sua natureza, tornando-a, amanhã, diferente do que é hoje. Ele não está preso a um destino inevitável, imposto de fora; ele vive num mundo sujeito a determinadas leis, repleto de forças naturais que ele pode utilizar para alcançar o estado de coisas que deseja ter. Conhecimento e vontade – eis do que esse homem precisa. Ele precisa compreender que o karma não é uma força que esmaga, mas a manifestação de condições a partir das quais os resultados crescem. Enquanto ele viver descuidadamente, de uma forma leviana, será como um homem boiando num regato, batido por qualquer tronco que passe, empurrado por qualquer sopro casual de vento, apanhado por qualquer redemoinho inesperado. Isso significa fracasso, desgosto, infelicidade.  A lei dá-lhe possibilidade de alcançar com sucesso os seus fins, e coloca ao seu alcance forças das quais pode se utilizar. Ele pode modificar, mudar, refazer em outras linhas a natureza do que é inevitável, resultado de seus desejos anteriores, de seus pensamentos e ações: essa natureza futura é tão inevitável quanto a presente, sendo o resultado das condições que esse homem prepara agora, deliberadamente. ‘O hábito é uma segunda natureza’, diz o provérbio, e o pensamento cria hábitos. Onde existe a Lei nenhuma realização é impossível, e o karma é a garantia da evolução do homem rumo à perfeição mental e moral."

(Annie Besant - Os Mistérios do Karma e a sua Superação – Ed. Pensamento, Rio de Janeiro, 2001 - p.39/40)

sábado, 5 de abril de 2014

CONSCIÊNCIA

"'... você deve checar os seus maus hábitos, antes de chegar a este lugar. Se não, vai carregá-los consigo para uma outra vida. Somente nós podemos libertar-nos ....dos maus hábitos que acumulamos no estado físico. Os Mestres não podem fazer isso por você. Se optar por lutar e não por livrar a si mesmo, então você os levará para a outra vida. E só quando decidir que é forte o bastante para dominar os problemas externos, você estará livre deles para a próxima vida.'

Viva no presente, nem no passado nem no futuro. O passado já se foi, aprenda com ele e desapegue-se dele. O futuro ainda não está aqui. Faça planos para vivê-los, mas não se preocupe a respeito. A preocupação gasta inutilmente seu tempo e a sua energia.

Vou repetir uma história que já contei antes, mas que talvez mereça uma reflexão diária na nossa luta contra a correria e a dispersão: Thich Nhat Hanh, um monge budista vietnamita, ensina como se deve apreciar uma boa xícará de chá. Para isso, você precisa concentrar-se no momento presente, ficar consciente e com a atenção voltada para o chá. Sentir o calor da xícara, apreciar o colorido da infusão, aspirar seu perfume, degustar lentamente cada gole. Se você fica remoendo eventos passados, ou preocupando-se com os futuros, de repente vai se dar conta de que bebeu todo o chá sem nem perceber.

A vida é como uma xícara de chá.

'...Quando você não vivencia o presente, porque fica absorvido pelo passado ou preocupado com o futuro, você traz grande dor para o seu coração e sofrimento para a sua vida.'"

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro - p. 120/121)