OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

A VONTADE E O DESEJO

"A vontade é uma posse exclusiva do ser humano neste nosso plano de existência. Ela o distingue do animal, no qual só o desejo instintivo está desperto. 

O Desejo, no seu significado mais amplo, é a força criativa única do Universo. Neste sentido, não há diferença entre ele e a Vontade; mas nós, seres humanos, nunca conhecemos esta forma de Desejo enquanto somos apenas humanos. Portanto, a Vontade e o Desejo são considerados aqui como conceitos opostos. 

Assim, a Vontade é fruto do que é Divino, do Deus no ser humano; o Desejo é a  força  que movimenta a vida animal. 

A maior parte dos humanos vive no desejo e através do desejo, confundindo-o com a vontade. Mas aquele que quiser vencer deve separar a vontade do desejo, e fazer com que sua vontade predomine; porque o desejo é instável e muda o tempo todo, enquanto a vontade é firme e constante. 

Tanto a vontade como o desejo são absolutamente criadores, e formam o ser humano e também o ambiente ao seu redor.  Mas a vontade cria de modo inteligente, e o desejo cria de modo cego e inconsciente. O homem, portanto,  faz a si mesmo à imagem dos seus desejos,  a menos que ele crie a si mesmo segundo o modelo do que é Divino, através da sua vontade, que é um produto da luz. 

A tarefa do ser humano é dupla: despertar a vontade, para fortalecê-la pelo uso e pela vitória, torná-la capaz de governar com poder absoluto em seu corpo; e, ao mesmo tempo, purificar o desejo. 

O conhecimento e a vontade são os instrumentos para obter esta purificação." 

Helena P. Blavatsky

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

RETA AÇÃO (1ª PARTE)

"O mais elevado tipo de ação é a ação que é direta e instantânea. Mas, antes de podermos atingir um tal grau de poder, devemos purificar-nos como instrumentos. Devemos começar com ação pura, sem qualquer desejo de benefício pessoal, ou qualquer tipo de autossatisfação que sua realização possa trazer. Uma reação assim é geralmente insconsciente, invisível como a sombra que segue a pessoa quando ela se defronta com a luz. Muitas vezes é sutil e difícil de analisar. Não deve haver qualquer elemento de apego ao prazer proporcionado pela realização de um ato. Quando é ação sem reação, então nada há que prenda.

Libertar-se do karma é libertar-se da reação, no sentido do retorno das forças que enviamos. Uma força que é enviada retorna porque atinge um meio de resistência, 'um anel não passarás', que não consegue romper. Podemos considerar essa resistência como a vontade de Deus. Sempre há uma correspondência entre uma verdade subjetiva e um fato objetivo, porque o subjetivo e o objetivo derivam da única e mesma substância ou Realidade; são os dois lados de um plano indivisível, intangível.

Se você considerar cada ato como o envio de uma força, essa força deve ter origem na base da qual procede. A base e o alvo da ação serão correlatos. Se o alvo da ação estiver errado, o motivo originador deve estar errado, pois o alvo ou fim é uma projeção da origem. Assim, o alvo está no pano de fundo originador.

A ação prossegue com muita beleza e eficácia quando surge de um movimento interno, espontâneo, do fundo de nossa natureza, isto é, daqueles elementos que estão ativos na constituição do indivíduo. Este movimento ocorre num plano que é, por assim dizer, perpendicular ao movimento da flecha que aponta para o alvo. (...)"

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 73/74)


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

AS DOZE FORÇAS E A DÉCIMA TERCEIRA

"Cada indivíduo tem em si a predominância de uma das doze forças zodiacais, elas são como doze chaves para a vida. Conhecendo as profundezas de seu ser, o indivíduo pode tornar-se o mestre de suas forças e dar constantemente nova motivação à sua vida, desenvolvendo além das qualidades inatas as outras qualidades.
Dessa forma, torna-se capaz de criar uma décima terceira força sublimada, transformada, purificada, remetendo à imagem do Cristo e seus doze discípulos. No Cristo vivia a força do ‘Logos’, da sabedoria universal, mas cada discípulo só podia refletir uma parte do que vivia no Ser Crístico. Sua substância divina, porém, distribuía amor divino entre todos, unificando-os; para ele, o amor entre os discípulos era o mais importante. 
Numa comunidade, a união também só é possível por meio do amor, do respeito e da compreensão mútua, bem como do trabalho por um ideal superior, por uma meta comum unindo a todos. Nós temos a possibilidade de dirigir para o bem todas as forças das quais dispomos, ou então desviá-las para o mal. 
Segundo Rudolf Steiner, 'O mal é algo que na essência é bem, mas que está atuando em lugar errado; o mal é o bem em lugar errado.'  Muitas vezes temos de refrear certas aptidões para desenvolver novas faculdades. Podemos então, desenvolver algo que Rudolf Steiner denominou de ‘técnica moral', no sentido de cada indivíduo conseguir realizar suas ideias em favor de um todo. 
É a força do nosso eu que consegue realizar essa constante transformação sendo ajudado pela Força Crística."
Fonte: As Forças Zodiacais – Gudrun Burkhard
http://www.antroposofy.com.br/forum/as-doze-forcas-zodiacias-e-a-decima-terceira/

sexta-feira, 27 de maio de 2016

O PODER DO PENSAMENTO (1ª PARTE)

"Uma das mais antigas escrituras budistas, o Dhammapada, afirma em seus versos de abertura que o homem é fruto de seus pensamentos, e que se ele fala ou age com coração impuro, o sofrimento irá segui-lo com tanta certeza quanto a carroça segue a pata do boi; mas se ele fala ou age com coração puro, a felicidade irá persegui-lo até o fim, como uma sombra. 

Todo o nosso futuro, portanto, depende da qualidade dos nossos pensamentos e desejos, pois por mais que o ambiente afete nossas vidas, no final são os nossos pensamentos e as nossas motivações que exercerão a influência mais duradoura sobre nosso caráter. Encontramos essa mesma ideia em todas as literaturas sagradas do mundo, e com não menos ênfase nas escrituras cristãs, como testemunham as palavras desafiadoras de Jesus aos fariseus: 'Ou fazei com que a árvore seja boa, e seus frutos bons; ou fazei com que a árvore seja ruim, e seus frutos ruins; pois a árvore é conhecida por seu frutos. Ó geração de víboras, como podeis, sendo maus, falar de coisas boas? Pois é da abundância do coração que fala a boca. O homem bom, do bom tesouro do coração produz coisas boas: e o homem mau, do mau tesouro produz coisas más.' (Mateus 12:33-5)

Há toda uma filosofia de 'correto viver': da abundância do coração - não necessariamente da mente - o homem fala e age. Mas o que são os pensamentos, e de onde vêm? Aqui tocamos o âmago do mistério da criação, da evolução de todas as coisas, do universo aos átomos. O nosso mundo, o próprio universo, não é fruto do acaso, mas foi criado por um pensamento divino.

O que é um ser humano, uma planta, um animal ou o cosmo? Os mitos da criação de todos os povos antigos contam a mesma história: somente as trevas preenchiam a infinitude ilimitada do espaço enquanto 'o universo ainda estava oculto no pensamento divino e no divino seio' (A Doutrina Secreta, H. P. Blavatsky). Então, quando a luz varou as trevas do vazio, a inteligência cósmica produziu, 'pelo pensamento', o universo, com todas as suas famílias de entidades. (...)"

(James A. Long - O poder do pensamento - Revista Sophia, Ano 12, nº 47 - p. 30)


quinta-feira, 19 de maio de 2016

O CAMINHO DA AUTORREALIZAÇÃO

"Você tem de mostrar, pelo falar e pelo exemplo, que o caminho da autorrealização é o que conduz à alegria perfeita. Consequentemente, sobre você repousa uma grande responsabilidade - a de demonstrar, por sua calma serenidade, humildade, que o sadhana por você praticado o tornou uma pessoa melhor, mais feliz e mais útil. Pratique. Demonstre. Não afirme em palavras enquanto em atos nega.

Para começar, você deve ter uma compreensão clara da natureza da meta - Deus ou a Divindade ou o Absoluto universal, tenha Ele o Nome que tiver. Tem de entender Sua grandeza, Sua beneficência, Sua magnificência. Então, essa compreensão apropriada induzirá você e o pressionará para atingir tal meta. O Universal, do qual você é uma unidade, é puro, destituído de ego, ilimitado e perpétuo. Contemple-O e, cada dia, mais e mais, o inegoísmo, a verdade, a pureza e a eternidade, que em você são inatos, se manifestarão. 

Por meio do sadhana (disciplina), esta realização pode ser alcançada. Acredite que você é o Atma imperecível e puro. Depois, disso, nenhum lucro e nenhuma perda poderão afetar você; nenhuma sensação de desapego ou humilhação poderão atormentá-lo. Somente os homens de fundamentos débeis podem recear tais coisas. O homem forte afasta perda, lucro, desespero, humilhação, sem que padeça suas penas. Quando os sentidos são imperiosos, a equanimidade torna-se apenas um sonho. Exerça domínio sobre eles. Você pode ser você mesmo, isto é, imperturbável e liberto."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 146/147


segunda-feira, 21 de março de 2016

VIDA ESPIRITUAL

"Para saber o que é espiritual, deve existir o espiritual dentro de si mesmo. A vida espiritual, portanto, não consiste em fazer várias coisas, mas em provocar uma transformação interior, um determinado estado interior. A pessoa vem a saber o que é tal estado por entender a si mesma o que significa observar o que está passando em seu interior. Através da observação, ela precisa purificar sua própria natureza de tudo aquilo que pertence à vida material ou mundana, vê-la como realmente é e rejeitá-la.

A vida mundana não consiste de contato físico ou mental com coisas materiais. A matéria está em toda parte e não é possível escapar dela. Essencialmente, portanto, a vida mundana não é meramente contato com a matéria, mas uma atitude de posse. Há uma grande diferença entre o relacionamento que temos com os objetos, as pessoas, as idéias, quando há uma ânsia de posse e quando não há. De fato, um relacionamento possessivo não é um relacionamento verdadeiro porque, visto que a mente possessiva é incapaz de perceber o verdadeiro significado, o valor intrínseco de uma coisa se perde de vista quando o que conta é a utilidade para si mesmo. Portanto, a ganância por adquirir e possuir deve ser inteiramente erradicada, se nós estivermos dispostos a fazer a jornada desde o mundano para o espiritual. A mente precisa aprender a não se apegar que a objetos concretos, quer a objetos mentais ou espirituais, e a renúncia à posse deve ser total – interna e externa.

A vida material ou mundana também assume a forma de uma imposição ou vontade de uma pessoa sobre os outros. Envolve o sentimento de que as próprias idéias e interesses devem prevalecer se que as circunstâncias, as pessoas e as coisas devem ser tanto submetidas quanto feitas em conformidade com elas. (...)"

(Radha Burnier - Não há outro caminho a seguir - Ed. Teosófica, Brasília - p. 16/17)


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

TENTAÇÃO

"Se você se encontra tentado para um vício, ou seja, para iniciar-se em bebidas alcoólicas, jogo de azar, cigarro, tóxico, perversão erótica, roubo e coisas assim, saiba que está numa terrível encruzilhada.

De um lado, o caminho largo da autogratificação, do gozo, da irresponsabilidade, da facilidade inicial... Do outro, o caminho estreito, do autocontrole, da disciplina, da purificação, da elevação, da sublimação...

O caminho largo, efetivamente, é muito mais sedutor. Mas não ceda. Ele conduz às 'trevas exteriores, ao choro e ranger de dentes', isto é, à doença, à miséria, à escravidão, à loucura, ao inferno.

O caminho estreito é desafiador, difícil, exigindo esforço e abnegação, sacrifício e retidão. Mas conduz à liberdade, à saúde, à força, à paz, à salvação.

É você quem deve decidir. É você também aquele que vai ser esmagado ou glorificado. Assuma a responsabilidade, e faltando coragem, recorra a Deus. Opte: dor ou felicidade.

Assume, Senhor, minhas opções e fortalece-me para que eu vença e avance pelo estreito caminho da redenção."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, rio de Janeiro, 1995 - p. 125/126)


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O HOMEM QUE EXIBE SUA RELIGIÃO NÃO TEM RELIGIÃO NENHUMA

"Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; pois eles desfiguram o rosto para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça e lava o teu rosto;
Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em oculto; e teu Pai, que vê em oculto, te recompensará publicamente. 

Um provérbio hindu adverte: 'Cuidado com coisas assim: homem que usa uma folha sagrada na orelha, que é reservado e não diz absolutamente nada, que não consegue guardar segredo e fala demais; cuidado com a mulher que usa véu duplo e água de lagoa coberta de espuma.' Noutras palavras, cuidado com aquilo que é diferente do que parece. O homem que exibe sua religião não tem religião nenhuma. Se uma pessoa anela sinceramente pela visão de Deus, ela será recompensada pelo Pai 'que vê em oculto', pelo Senhor que habita no mais íntimo do coração. Tal pessoa, encontrando a religião dentro de si, será humilde demais para manifestá-la exteriormente: ela a guarda inviolável no seu íntimo.

Além disso, espiritualidade e tristeza não andam juntas. A psicologia iogue explica que a prática das disciplinas religiosas purifica a mente. E a mente purificada - segundo lemos num dos aforismos do Patanjali - perde toda a letargia e melancolia (tamas) e firma-se no contentamento (sattva). Comentando este aforismo, disse Swami Vivekananda:

'O primeiro sinal de que se está tornando religioso é sentir-se contente. Quando uma pessoa está melancólica, isso pode ser dispepsia, mas não é religião. Um sentimento agradável é a natureza de sattva. Tudo é agradável ao homem sáttvico, e quando chega esta esperança, é sinal de que se está progredindo na ioga. ... Para o iogue, tudo é bem-aventurança; cada face humana que ele vê traz-lhe contentamento. Isso é sinal de uma pessoa virtuosa. A miséria é provocada pelo pecado e por nenhuma outra causa. O que se pretende com semblantes sombrios? ... Se você estiver com o rosto carrancudo, não saia de casa nesse dia; feche-se no quarto. Que direito tem você de levar essa perturbação pelo mundo afora?"

Deus é amor e bem-aventurança - o extremo oposto da tristeza. O homem que conserva sua mente em Deus será inundado de alegria. Lemos num breviário monástico: 'Bebamos alegres a embriaguez sóbria do Espírito!""

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 106/108

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

FIRMEZA DE CARÁTER

"Nunca ceda à indolência nem ao desespero. Receba alegremente perda e aflição, pois elas ajudam a firmar o caráter. O diamante é encontrado em meio às pedras. Você terá de dinamitar ao longo do veio para alcançar o ouro. Obedeça o estrito regime que o médico prescreve para que o remédio dê o resultado melhor. A bateria de seu 'carro' é carregada quando você vem a Puttaparthi¹ ou quando vai a algum outro lugar sagrado. No mínimo, este deve ser o objetivo da peregrinação. Carregue a bateria de seu sadhana (disciplina espiritual), e depois, tendo voltado ao lar, não deixe o 'carro' ocioso. Se o fizer, a bateria cairá. Tome o 'carro' e o mantenha em movimento; assim, a bateria se autocarregará. De igual modo, se você não prosseguir no satsang (reunião com pessoas puras e sábias) o sathpravarthana², e o bhajana (cântico devocional) e o namasmarana (repetição do Nome do Senhor), toda esta carga se torna desperdício."

¹ Vila onde nasceu Sai Baba, no sul da Índia, onde tem sua morada (ashram).
² Sathpravarthana - as práticas santificantes.

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p.57)


sábado, 31 de outubro de 2015

SUCESSO E FRACASSO NO OCULTISMO

"Todos os fracassos vêm do interior assim como todos os êxitos. Nenhum poder externo deve ser tido como o causador de um ou outro resultado. Ambas as sementes estão presentes no aspirante desde o princípio. Aquela que consegue germinar e crescer mais forte depende do indivíduo, especialmente do seu modo de pensamento e de vida. 

O ocultismo infalivelmente mostra a pessoa como ela é. Tudo o que existe de bom ou de mal nela aflora. Nisto se encontra o mérito para o forte, o perigo para o fraco. O ocultismo é a força que pode incinerar a impureza e revelar o ouro puro ou acender a paixão, inflamar o desejo, acentuar o orgulho. O mesmo agente é capaz de ambos os efeitos. 

Todos os que se aproximam desta chama devoradora deveriam se precaver; pois ela tanto exalta como consome. O puro de coração não tem nada para temer. Os orgulhosos e inflamados pela paixão estão em perigo desdo o primeiro passo.

'Estejam alertas' aparece como um adorno sobre o portal que leva ao Pátio Externo. 'Observem cuidadosamente' está escrito nas paredes internas. 'Conheça-te a ti mesmo' aparece sobre a porta que leva ao Santuário.

Não são os Hierofantes que são responsáveis pelos perigos, os testes e as quedas. É a própria natureza - especialmente a natureza manifesta no homem. Os Hierofantes não têm o direito nem o poder de negar a qualquer indivíduo entrada a qualquer porta que ele possa encontrar aberta e passar por ela. Eles podem alertar, orientar, inspirar, mas Eles não podem usar de força. A alma ardente que segue adiante toma a sua própria vida em suas mãos.

Os Hierofantes somente observam, sabendo que a vitória e a iluminação, a derrota e o fracasso ocorrem. Eles também sabem que estas são experimentadas dentro do Envoltório Áurico do candidato ao Adeptado."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 157)


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O SER DIVINO EM NÓS

"Se você tem de puxar potência da casa de força para sua residência, a fim de a iluminar, terá de fixar postes a intervalos regulares e ligar os fios. Assim também, se quiser a Graça de Deus, pratique Sadhana (práticas disciplinares) em períodos regulares, e se ligue a Deus pelo fio de smarana (a lembrança contínua, a insistência n'Ele).

Saiba que o Atma¹ é sua Realidade e também saiba que Ele é a Força Interna deste Universo. Que sua inteligência penetre tal Verdade. Analise-se e descubra os diversos níveis da Consciência: o físico; o sensório; o nervoso; o mental; o intelectual, e assim, alcance até mesmo o âmago do último nível - o da alegria. Os panchakosas² têm de ser transcendidos, tanto que você possa alcançar sua Verdade, a de que você é Atma.

O Atma pode ser apreendido somente por um acurado intelecto e uma mente pura. Como purificar a mente? Por mantê-la em jejum dos maus 'alimentos' atrás dos quais ela corre, isto é, os prazeres mundanos. Além do mais, é preciso nutri-la com 'alimentos' bons, principalmente o pensar em Deus. O intelecto se tornará acurado se se devotar à discriminação entre o efêmero e o eterno. Que seus pensamentos estejam concentrados em Deus, em Seu Nome e em Sua Forma. Você sentirá então que está sempre com o que é puro e duradouro; gozará de pura e prolongada alegria. Eis por que dou tanta importância a namasmarana (repetição do Nome de Deus como disciplina espiritual)."

¹ O Ser Divino em nós.
² Panchakosas - os cinco envoltórios, escondendo Atma.

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 54/55)


sábado, 17 de outubro de 2015

NÃO SE APAIXONE PELO MUNDO

"Durma dentro do mosquiteiro, e os insetos não o incomodarão. Assim, também, não deixe que os insetos de kama, krodha¹ etc. o ameacem. Guarde-se dentro da cortina do sadhana (disciplina) enquanto permanecer neste mundo. Esteja dentro do mundo, mas não permita que o mundo esteja dentro de você. Este é um sinal de discernimento (viveka).

Viva, mas viva uma vez só, e tão eficientemente que nasça a não ser uma vez.² Não se apaixone pelo mundo, tanto que a fascinação por ele exercida o arraste cada vez mais a este ilusório amálgama de prazer e pesar. Sem que você recue um pouco, escapando ao envolvimento com o mundo, devido a saber que tudo é uma peça cujo diretor é Deus, está em perigo de vir a ser muito intimamente envolvido. Use o mundo como um campo de treinamento para o sacrifício, para o serviço, para a expansão do coração e para a purificação das emoções. É este o único valor que o mundo tem."

¹ Os seis inimigos do homem são: kama (luxúria); krodha (ira, ódio); lobha (avareza, ambição); moha (apego); mada (arrogância); e matsarya (inveja ou ciúme).
² Entendo esta lição como um alerta a todos que, tendo certeza de que voltarão a encarnar, isto é, a ter outras existências/aprendizado, negligenciam o esforço evolutivo na presente vida. Mesque que acreditemos na reencarnação, é sábio vivermos como se tomássemos a atual encarnação como a única, para não mais precisarmos ser alunos na escola da vida. 

(Sathy Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 50)


sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O AMOR CONQUISTA TODAS AS COISAS

"No mundo em geral, existem muitas dificuldades a serem vencidas, criadas pelas forças das trevas ou resistência e as forças de luz ou progresso, entre as quais os destinos da humanidade sempre oscilam para trás e para diante. 

Pelo fato de ser lei, somente o amor é que consegue conquistar as forças das trevas.

Podemos perceber a lei por nós mesmos, pois o homem é uma partícula na qual a onda de vida universal está centrada ou expressa.

Em nós, também, existem luz e trevas: as forças que contribuem para a unidade, para a criatividade na beleza, e para a oniabarcante felicidade, surgindo por si mesmas e irrestringíveis; também os seus opostos. 

Mas, em longo prazo, a unidade prevalece, a separatividade é destruída. Toda força enviada de nós retorna à sua origem com um ricochete infalível. Assim, aquilo que pode ser destruído pela força é destruído; mas o assassino é sempre a própria pessoa.

O amor é a única força conhecida do homem impossível de ser derrotada por qualquer ameaça, por mais terrível, ou por qualquer provação a que possa ser submetida. Em sua pureza, ele inspira ao sacrifício voluntário, convertendo-o em alegria.

Onde ele reina em perfeição, existe a bem-aventurança de uma consumação, uma integralidade, além da qual não há necessidade nem ímpeto de buscar experiência agregada. No amor existe a experiência na eternidade.

O que é verdadeiro com relação ao amor é verdadeiro com relação àquela forma temperada de amor, que é devoção, quando se rende à verdade, seja sua infinitude ou como se manifesta em um caso de encantamento humano.

Pela força do amor, o microcosmo pode ser vencido. Por esse mesmo poder, à medida que se expande, o macrocosmo é conquistado, pois é divino. Aquele que se torna mestre de si mesmo pode tornar-se mestre de um universo, (o que é um modo de falar) pois então ele não mais é ele, como se conhece, mas alguém com o poder que é o mestre do universo.

Autodomínio implica autoconhecimento e autossuficiência; e nada do mundo é autossuficiente, exceto aquele eu ou natureza que tem raízes numa condição de amor e daí floresce."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 78/79)


terça-feira, 29 de setembro de 2015

LEALDADE (PARTE FINAL)

"(...) Quando falamos de sermos leais ou não, quem somos 'nós'? É a mente em nós que escolhe ou decide. A mente, embora associada a outros elos da cadeia da individualidade humana, é essencialmente o homem. Onde fica a natural lealdade ou centro de gravitação para a mente? Naquilo que chamamos de Espírito, o foco espiritual da consciência manifestada. Uma vez que o Espírito não é pessoal, mas vivo, onipenetrante, infinitamente centrado, a atração a ele é atração a tudo que seja espiritual. Somente nisso está a direção do progresso, se quisermos elevar-nos acima do plano de mera expansão da mentalidade que é ativa na vasta maioria dos homens. A mente tem de ser enxertada no princípio espiritual ou elevada até ele. Portanto, não pode haver lealdade na mente do homem, exceto aqueles valores, corporificados numa pessoa ou teoricamente contemplados, que são cristalizações da qualidade espiritual imperecível, presentes nele mesmo.

Mesmo quando a livre autoentrega do coração é a alguém em quem se vê perfeição, essa autoentrega é à sua própria raiz ou origem. A verdadeira lealdade, em todos os casos, só pode ser àquilo que pode reivindicar lealdade ao refletir a natureza do espírito, que tem uma atração inerente pelo coração e a mente puros. Numa tal lealdade não existe exclusão nem a possibilidade de contradições e conflitos futuros; não existe artificialidade nem aviltamento a um fim indigno ou por meios indignos. 

Nossa devoção e lealdade a uma pessoa são muitas vezes o desenho de um círculo em torno de nós mesmos, do qual os outros são excluídos. Nossa admiração por uma pessoa muitas vezes implica desprezo inconsciente do outro, mesmo quando ostensivamente não fazemos a comparação. A lealdade pode ser interesseira; às vezes adulamos nosso Deus para obter uma porção de seu reino. O cancro do eu pode permanecer oculto na mais bela das flores. Devemos estar de atalaia para extirpá-lo.

A lealdade é uma daquelas virtudes de que fala Luz no Caminho: "Em verdade as virtudes do homem são passos necessários, dos quais não se pode prescindir de modo algum. Contudo são inúteis se isolados. Toda a natureza do homem deve ser sabiamente empregada por aquele que deseja entrar no caminho'.

Quando toda a natureza é empregada sabiamente, a coisa torna-se sagrada. Nessa natureza não existe discriminação maléfica. Então a lealdade a Deus, ao homem, a si próprio e aos próprios ideais (ou pode ser a um cão) torna-se um fator estabilizante, unificado, a espinha dorsal de nosso desenvolvimento. Tornamo-nos para nós mesmos o caminho, a verdade e a vida, quando alcançamos o estado perfeitamente integrado." 

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 69/70)

terça-feira, 8 de setembro de 2015

A HARMONIA NASCE DO AMOR E DA SABEDORIA

"A harmonia nasce do amor e da sabedoria. Estes, por sua vez, são o produto de um coração puro e expansivo. Um coração puro resulta de pensamentos puros. A pureza mental decorre de um processo seletivo em que a mente faz a triagem dos pensamentos bons e maus, rejeitando os últimos e permanecendo sempre com os primeiros. Com a repetição e com o reforço dos pensamentos aplicados à ação, o discernimento passa a ser um hábito virtuoso. Quando cessa o conflito mental das divergências devido à eliminação dos pensamentos errados, surge na sua vida uma harmonia tanto externa quanto interna. Portanto, sempre que seus pensamentos se engalfinharem numa batalha já conhecida, use a sabedoria para mediar as diferenças e verá que os conflitos angustiantes não o perturbarão mais! É o testemunho e a experiência de todos os que praticam a yoga.

A mente é o incinerador da natureza, onde se pode reduzir a cinzas toda a escória mental que não vale a pena guardar: todo o lixo de pensamentos e desejos, de conceitos errôneos, rancores e discórdias nos relacionamentos. Não há um único relacionamento, por pior que seja, que você não possa consertar, desde que primeiro faça isto na mente. Não há um único problema na vida que você não possa resolver, desde que antes o resolva em seu mundo interior, o ponto de origem. Não se intimide pelas possíveis consequências, mesmo que sejam drásticas. Antes de agir, se você harmonizar a situação com a sabedoria do discernimento mental, o resultado cuidará de si mesmo. Uma mente harmonizada gera harmonia num mundo de aparente discórdia."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 102/103)


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

DEVOÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) A devoção pode ser quase tão egoísta quanto o amor frequentemente o é; pode ser intensamente egocêntrica; pode ser uma atitude de impotência e dependência, e não de força; de parcialidade em vez de serviço equitativo; pode tornar a pessoa exclusivista, inflexível, irascível e até mesmo cruel, em vez de inclusiva e gentil. 

Precisamos, então desapegar-nos de nossa devoção e tentar ver por que somos devotados, qual é a exata natureza de nossa devoção ao objeto, seja uma pessoa ou um ideal. Haverá algum desejo ou motivo secreto que sustente esse relacionamento? Pode haver um desejo oculto de agradar com vistas a obter favores, a se aquecer ao sol da pessoa a quem a devoção é professada, ou pode ser a expressão mascarada de um temor sutil.

A devoção pode ser a uma pessoa a que se sinta ser grande e nobre, plena de qualidades atrativas e inspiradoras. Pode ser a total autoentrega pessoal. Ou pode ser uma atitude de possessividade, na qual a pessoa se tranca com seu deus, com a exclusão de tudo o mais que não corresponda a esta troca privativa. Um tal isolamento da pessoa, dentro de um círculo de indiferença às outras manifestações da Vida Una, sempre tem em sua âmago um elemento pessoal, pelo menos um gozo que é essencialmente egoísta e autocentrado, e, portanto, um grilhão.

A devoção, para ser verdadeiramente espiritual, deve ter a qualidade de um amor constante, concentrado e altruísta que, em sua forma mais elevada, é filantropia e essencialmente impessoal. A devoção a uma pessoa ou ideal verdadeiramente espiritual  purgará de nós toda escória. A devoção que é pura - e se oferece sem reservas, assimila a natureza da pessoa de quem procede até o objeto de sua devoção. A não ser que nossa devoção eleve e universalize nossa natureza, ela carece de verdadeira devoção que, em última análise, é devoção à Verdade única.

A verdadeira devoção deve expandir toda a natureza da pessoa e expô-la como as águas ao sol, de modo que toda a superfície da natureza pessoal seja tocada pelos raios actínicos da Verdade. Que cada um crie, segundo o padrão de seu próprio coração, qualquer imagem ou figura de verdade da qual não busque obter ganho, e à qual possa entregar-se completamente. Então ele experimentará os ricos efeitos de uma tal autoentrega, a cujas influências ele se lança em aberto. Ele conhecerá as alegrias de uma vida vivida com um senso de unidade que é totalidade, um desamparo no qual não existem problemas."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 66/67)

terça-feira, 25 de agosto de 2015

DEVOÇÃO (1ª PARTE)

"A devoção pode ser uma coisa maravilhosa e bela, um foco espiritual que, em sua pureza e intensidade, é tal qual uma chama que se espalha rapidamente, seguindo adiante, superando obstáculos, e acelerando muito os processos destrutivo e construtivo. Tem sido chamada de a mais curta de todas as rotas para a meta, porque direciona todas as energias da pessoa para o objetivo da busca. Implica um estado de mente e coração no qual o fim está constantemente corporificado nos meios. Não é simplesmente um estado de busca, é um estado de conclusão e realização; uma condição na qual o derradeiro e o próximo estão reunidos e sintetizados, de modo que o resultado, que é uma consumação, é que permanece sempre satisfatório. É uma qualidade tão essencial quanto a sabedoria e a reta ação para o aperfeiçoamento de cada temperamento. 

A devoção pode ser de vários tipos: a do devoto, que se expressa em amor absoluto e irrestrito; a do agente, que transparece em sua ação; aquela que assume a forma de compreensão que floresce no serviço, segundo a necessidade e ocasião. 

É um fato que, de acordo com o caráter da devoção pessoal, será o objeto ao qual se é devotado, qualquer que seja o nome que se lhe dê; essencialmente, esse objeto é o que a pessoa cria com sua própria mente e coração. 

A devoção a um líder ou a um instrutor, quando é pura, é sempre devoção àquilo que é verdadeiro, belo e bom em si próprio. A devoção a um ideal é proporcional à verdade que está corporificada no conceito desse ideal. Quando a devoção é fanática, é por causa de alguma inflexibilidade, algum desconforto na natureza do devoto estimulada e gratificada por seu objeto de devoção, segundo sua concepção. Mesmo assim, se a causa tiver um nome auspicioso, o que o atrai é aquilo que apela à sua natureza. (...)"

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 65/66)

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

QUE É A VERDADEIRA AMIZADE?

"A amizade é a atração espiritual universal que une as almas com os laços do amor divino. Se você abrir as portas para o poder magnético da amizade, atrairá uma ou muitas almas de vibração idêntica. A amizade é a manifestação do amor de Deus por você, expresso por intermédio de seus amigos - o patrimônio mais valioso que alguém possa ter.

Atraímos aqueles que se parecem conosco. É a lei da vibração. A amizade é eterna. Se você conseguir fazer uma amizade por meio da qual Deus desperte em seu íntimo, essa será a maior das amizades.

A verdadeira amizade consiste em se buscar juntos o progresso da alma. Nunca se deve ter em mente uma conquista material ou alguma coisa a ganhar. Ela é a consciência cada vez mais aguçada da igualdade e uma mescla de almas sem nenhum objetivo físico.

Somente a construção da sabedoria e da compreensão intuitiva por esforço mútuo pode unir duas almas pelas leis do amor divino universal, que é incondicional e tem por base o serviço nos planos espirituais.

A amizade é o mais puro dos amores. No amor dos pais pelos filhos existe compulsão; no amor dos filhos pelos pais existe compulsão; no amor entre amantes existe compulsão - mas na verdadeira amizade não existe compulsão alguma. Amar é ser útil. Se você quiser o amor de amigos e do mundo, seja útil para eles."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  A Espiritualidade nos Relacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 18)


quarta-feira, 22 de julho de 2015

ENSINAMENTOS SOBRE A ORAÇÃO

"E quando orares, não sejas como os hipócritas; porque eles gostam de orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam sua recompensa.

Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê ocultamente, te recompensará abertamente.

Neste ponto, Cristo começa seus ensinamentos sobre a oração. Diz-nos que, se quisermos algo menor do que Deus, poderemos obtê-lo. Se a nossa felicidade estiver na reputação, poderemos dirigir-nos a algum recinto público e rezar onde todos nos possam ver. E podemos receber nossa recompensa - isto sem a menos sombra de dúvida. A oração pública recebe recompensas públicas - reconhecimento, riqueza, seguidores e poder.

Porém, a verdadeira religião não é matéria para exibições. É algo muito sagrado e, portanto, secreto. Por isso, adverte-nos Cristo para não fazermos aparato da adoração. A pureza e a espiritualidade genuínas não precisam de promoção. Se rezas a Deus por amor dele mesmo - não para fazer dele um meio para outras finalidades - então pouco importa o mundo, pouco importa se ele te condena ou te admira. Retira-te a um lugar afastado e pede-lhe, com a certeza de que ele se entregará a ti. Ele há de te recompensar com sua própria presença."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 86/87


sexta-feira, 10 de julho de 2015

REFLEXÕES SOBRE O AMOR (PARTE FINAL)

"(...) Vejo a vida na Terra apenas como uma cortina de teatro atrás da qual meus entes queridos se ocultam ao morrer. Eu os amo quando estão diante de meus olhos, e meu amor os segue com meu olhar mental sempre atento quando transpõem a tela da morte.

Nunca poderei odiar os seres que amo, ainda que, por se comportarem mal, eu possa perder o interesse por eles. No museu de minhas lembranças posso sempre contemplar as características que fizeram com que eu os amasse. Por trás das máscaras mentais, temporárias daqueles cujo comportamento eu desaprovo, vejo o amor perfeito do meu grandioso Bem-amado, assim como nas nobres almas que amo. Deixar de amar é bloquear o fluxo purificador do amor. Com lealdade amarei todos os seres e todas as coisas, até abraçar, com meu amor, todas as raças, criaturas e objetos, animados e inanimados. Amarei até que todas as almas, estrelas, criaturas abandonadas e átomos estejam abrigados em meu coração, pois no infinito amor de Deus, meu regaço de eternidade é suficientemente grande para tudo e todos. 

Ó Amor, vejo Teu reluzente rosto nas pedras preciosas. Contemplo Teu tímido rubor nas flores em botão. Fico extasiado ao Te ouvir no gorjear dos pássaros. E sonho em êxtase quando meu coração Te abraça em todos os corações. Ó Amor, eu Te encontro em todas as coisas - só um pouco e durante um tempo - mas na Onipresença eu Te abraço por completo e eternamente, rejubilando-me para todo o sempre em Tua alegria."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 304/305
http://www.omnisciencia.com.br/o-romance-com-deus/p