OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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domingo, 29 de dezembro de 2013

COMO DEVEMOS VIVER?

"Devemos pensar com muito cuidado nesta questão. Observem cuidadosamente como a mente age, vejam como as correntes se movem, observem como elas condicionam nossas ações na vida diária e como afetam nossa percepção do mundo que nos cerca. Como devemos olhar para os outros? Qual é o nosso relacionamento com eles? Como reagimos ao que nos acontece? Avaliamos tudo conforme nossos desejos, procurando apenas os objetos que contribuem para nosso prazer e rejeitamos veementemente os que nos parecem obstáculos? Fazemos julgamentos, temos preconceitos, atribuímos valores? Sem uma reflexão ponderada sobre como levamos nossas vidas, sem observar honesta e objetivamente como operam nossas mentes, sem  compreender a relação de nossa vida interna com o mundo externo, não haverá nem mesmo o primeiro vislumbre de iluminação.

Assim, nossa preparação deve começar por aí – com vichara, isto é, com o pensamento profundo: ver todas as implicações. Não é suficiente reconhecer que talvez alimentemos um ou dois desejos e, depois, calmamente mandemos todos eles embora. Se houver determinada atitude na mente, devemos examinar todas suas implicações. Elas afetam o que vemos; afetam nossos relacionamentos?

Quanto mais observamos, quanto mais pensamos cuidadosamente, mais a mente se torna capaz de ver. E ver que temos vivido neste tipo de escuridão marca o nascimento da luz.(...)"

(Radha Burnier - Como devemos viver? - Revista TheoSophia - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 102, Outubro/Novembro/Dezembro 2013 - p. 08)


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O QUE É A FELICIDADE?

"Todo ser humano tem, em seu âmago, uma ânsia pela felicidade. Mas a vida humana, em geral, é de ansiedade, busca de prazer, desconfortos e sofrimento. A sede da felicidade, na maioria das vezes, é direcionada ao atingimento de objetivos externos. Isso move as pessoas, mas não resulta em felicidade. Inconscientemente, o indivíduo projeta a felicidade para quando passar no vestibular, para quando conquistar aquela garota, quando comprar uma casa, etc. Cada vez que um objetivo é atingido, há um  sentido de satisfação, uma alegria efêmera, e a pessoa passa, então, a correr atrás de outro objetivo. A felicidade está sempre lá, adiante. A condição presente acaba sendo a de uma pessoa incompleta, em busca da satisfação.

O que é a felicidade? Onde ela pode estar? Em uma visão superficial, poder-se-ia dizer que ela estaria no atingimento dos objetivos da pessoa, que variam de uma para outra. Muitas vezes o indivíduo luta muito por algum objetivo e, quando o atinge, vê que não era o que queria. Outras vezes, não o atingindo, descobre que foi muito melhor não tê-lo atingido, e acaba vendo que a vida é muito mais sábia do que ele mesmo.

A vida é um movimento infinito. Os átomos, as células, a natureza, os planetas, o universo todo pulsa dentro e fora de nós. Esse movimento é inteligente, por mais que não o percebamos. Então, para sermos felizes, precisamos harmonizar-nos com o movimento da vida, fluir com ela, ver o que ela quer, o que é sempre muito mais amplo e verdadeiro do que o meu pequeno querer, restrito e limitado.

Quando o tema relaciona-se com o autoconhecimento, como é o caso da busca da felicidade, palavras como consciência, percepção, compreensão, verdade e ilusão precisam sempre estar na pauta de nossas reflexões."

(Marcos Luis Borges de Resende - Sem Medo de Ser Feliz - Revista Sophia, Ano 8, nº 29 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 34)


sábado, 30 de novembro de 2013

ESCUTAR (SRÃVANA)

"(...) vimos que o yoga é adequado para o grau menos avançado de buscadores e a inquirição para os mais avançados. (...) consideremos o caminho da inquirição, que sem esforço conduz ao Conhecimento de Brahman.

D: O que é o caminho da inquirição?

M: Dos shãstras sabe-se bem que consiste de srãvana, manama, nidhidhyasana e samãdhi, isto é, escutar a Verdade, refletir, meditar e Paz Bem-aventurada. Os próprios Vedas declaram isso: ‘Meu caro, deve-se escutar o mestre falar a respeito do Ser; refletir e meditar sobre Ele.’ Em outro lugar, diz-se que o Eu Real tem de ser percebido na Paz Beatífica. Sri Shankaracharya repete a mesma ideia no Vakyavrtti, a saber: enquanto o significado do texto sagrado ‘eu sou Brahman’ não for percebido em toda a sua verdadeira importância, deve-se praticar srãvana, etc.

No Chitra Deepika, Sri Vidyaranyaswami diz que a inquirição é o meio para a sabedoria e que consiste em escutar a Verdade, refletir meditar; que somente o estado de bem-aventurada Paz da Pura Consciência, no qual apenas Brahman existe e nada mais, é a verdadeira ‘natureza’ da Sabedoria; que seu ‘efeito’ é a não renovação do nó do ego que desfila como ‘eu’, tendo sido este perdido de uma vez por todas; que seu ‘fim’ é manter-se sempre fixo no ‘Eu sou o Ser Supremo’ de modo tão forte, inequívoco e seguro quanto era a ignorante identificação anterior, ‘eu sou o corpo’; e que seu ‘fruto’ é a libertação. Disso segue-se que só o escutar, etc., é a inquirição no Ser.

Escutar a Verdade Suprema, refletir sobre ela, meditar nela e permanecer em Samãdhi formam, juntos, a inquirição no Ser. Isso tem como causa as quatro sadhãnas, a saber: discernimento, ausência de desejos, tranquilidade e desejo pela libertação. (...)"

(Advaita Bodha Deepika – A Luz da Sabedoria Não Dualista – Ed. Teosófica, Brasília, 2006 – p. 95/96)


domingo, 20 de outubro de 2013

REFLEXÕES DE KRISHNAMURTI SOBRE A MORTE

"Ao retornar para Ojai, em fevereiro de 1983, K. começou a ditar a continuação do seu Diário. (...) Ele descreve ter visto uma folha morta ‘amarela e vermelha brilhante’, caída no caminho quando caminhava numa bela manhã ensolarada na primavera.’ Que bela era aquela folha’, ele disse. (...) ‘É estranho que não tenha murchado’. Ele continuou:

Por que os seres humanos morrem tão miseravelmente, tão infelizes, com doenças, velhice, senilidade, o corpo encolhido, feio? Por que não podem morrer naturalmente e de forma tão bela quanto uma folha? O que há de errado conosco? Apesar de todos os médicos, remédios e hospitais, operações e toda a agonia da vida, e prazeres também, não parecemos capazes de morrer com dignidade, simplicidade e com um sorriso... Assim como se ensina matemática, a escrever, a ler e toda a parafernália da aquisição de conhecimento às crianças, também se deveria ensinar-lhes a grande dignidade da morte, não como uma coisa infeliz e mórbida que temos de encarar finalmente, mas como algo da vida diária – a vida diária de olhar para o céu azul e para o gafanhoto em uma folha. Os desconfortos que sentimos quando nascem os nossos dentes ou com as doenças infantis fazem parte do nosso aprendizado. As crianças têm uma extraordinária curiosidade. Se vocês perceberem a natureza da morte, não explicarão que tudo morre, que o pó volta ao pó e assim por diante, mas, sem qualquer temor, irão explicar-lhes delicadamente que viver e morrer são uma única coisa..."

(Mary Lutyens - Vida e Morte de Krishnamurti - Ed. Teosófica, Brasília, 1996 - p. 245)


sexta-feira, 5 de julho de 2013

A ESTRADA PARA A LIBERDADE (PARTE FINAL)

"(...) Os verdadeiros instrutores, por outro lado, estão preocupados com o despertar da inteligência - o desabrochar da faculdade de discernimento (viveka), que começa com a compreensão do que fez com que a humanidade se entregasse à violência, à ganância, à agressão e assim por diante durante milênios, e também a percepção das manifestações desses condicionamentos em si próprio. A atenção, a reflexão e a percepção abrem a mente à possibilidade de se libertar da compulsão e da conformidade.

A crença, a obediência cega, a falta de vontade de prestar atenção aos fatores psicológicos dentro do indivíduo e da sociedade, assim como a tendência de fazer o que quer que seja conveniente no momento presente são sérios obstáculos ao despertar. Por isso Buda disse: "Não aceite o que eu digo, descubra o que é a verdade.".

Devemos ver por nós mesmos que os caminhos do mundo são dolorosos ao extremo, e que deve haver uma mudança; somente então se pode encontrar a energia para ouvir sem cair na crença, para investigar sem preconceitos e para descobrir a verdade diretamente.

Pouquíssimas pessoas gostam de ouvir uma mensagem que as tire de seu torpor; elas preferem permanecer estagnadas internamente e depender de outros para sua salvação. Fluir com a correnteza da mundanidade é muito mais fácil do que fazer o forte esforço necessário para emergir dessa correnteza e alcançar a praia. O oceano de samsâra está cheio de tubarões e outros animais perigosos, como descrevem os textos clássicos, mas as pessoas querem permanecer ali, talvez porque sintam vagamente que o mal conhecido é melhor que o desconhecido. 

Somente por meio da atenção pacientemente sustentada, do pensamento profundo e da contemplação sobre os principais problemas da vida, da purificação e do refinamento da faculdade de percepção é que a visão clara é desenvolvida. Não há alternativa para os indivíduos que estão empreendendo tal curso de autotreinamento, que pode ser longo ou curto, dependendo da seriedade que se aplicam. O mundo não pode mudar por si próprio. Os indivíduos constituem o mundo, e somente os indivíduos que se transformam podem transformar o mundo."

(Radha Burnier - Revista Sophia nº 36 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 24/25)


terça-feira, 2 de abril de 2013

INTROSPECÇÃO: O SEGREDO DO PROGRESSO

"A primeira coisa a fazer é praticar a introspecção. Faça uma apreciação de você mesmo e de seus atos e descubra o que está impedindo seu caminho. Frequentemente, é inércia ou falta de atenção e de esforço íntegros e definidos. Às vezes, existem hábitos que precisam ser arrancados do jardim de sua vida, como as ervas daninhas, a fim de que a verdadeira felicidade possa deitar raízes com mais firmeza.

Um dos segredos do progresso é a autoanálise. A introspecção é um espelho que reflete o recôndito da mente, que de outra forma permaneceria oculto para você. Faça um diagnóstico de suas falhas e separe as boas tendências das más. Analise o que você é, o que deseja tornar-se e as fraquezas que o estão impedindo. 

Milhões de pessoas nunca analisam a si próprias. Mentalmente, são produtos mecânicos da fábrica do ambiente em que vivem, preocupadas com o café da manhã, almoço e jantar, trabalhando, dormindo, indo daqui para ali a fim de se divertirem. Elas não sabem o que, nem por que estão procurando, e tampouco compreendem por que jamais encontraram felicidade perfeita ou satisfação duradoura. Esquivando-se da autoanálise, elas permanecem como robôs, condicionadas pelo seu meio. A verdadeira autoanálise é a melhor arma do progresso. Todos deveriam aprender a se autoanalisar desapaixonadamente. Anote diariamente seus pensamentos e aspirações. Descubra o que você é - não o que imagina ser! - porque quer fazer de você aquilo que deveria ser. A maioria das pessoas não muda porque não vê seus próprios erros.

Quem ainda não mantém um diário mental deve iniciar essa prática salutar. O conhecimento do quanto e de que maneira falhamos em nossas experiências diárias da vida pode estimular-nos a fazer maiores esforços para sermos aquilo que devemos ser. Mantendo esse diário e usando o discernimento para destruir os maus hábitos que geram dores e sofrimentos, poderemos nos livrar deles. Todas as noites deveríamos nos questionar: "Durante quanto tempo estive hoje com Deus?" Deveríamos analisar também quantos pensamentos profundos tivemos, quanto dos nossos deveres realizamos, quanto fizemos pelos outros, como enfrentamos as diversas situações do dia.

Se olhar os gráficos de sua mente, você poderá ver se está progredindo diariamente. Você não quer se esconder de si mesmo. Você precisa saber exatamente como é. Mantendo um diário de suas práticas de introspecção, você será capaz de vigiar seus maus hábitos e estará melhor preparado para destruí-los."

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realizatio Fellowship - p. 96/98)
http://www.omnisciencia.com.br/colecao-yogananda/onde-existe-luz.html


domingo, 10 de março de 2013

O POTENCIAL INFINITO DO PENSAMENTO

"Na vida o homem deve realizar algo além de comer, dormir e trabalhar. Os que são pensadores começam a refletir sobre tudo. Observam e questionam por que as coisas acontecem, ou não acontecem, de determinado modo. Temos primeira e segunda dentição; por que não uma terceira? O que causa essa regulação? Aceitando, sem discutir, muitos pensamentos ilusórios de limitação física, o homem permite que os mesmos controlem sua esfera de existência. Os que pensam não aceitam o inevitável; eles lutam para modificá-lo. Esse é o ingrediente que possibilita o progresso. 

Fico emocionado quando vejo as grandes fábricas, as invenções extraordinárias e outras excepcionais conquistas humanas. Quanto coisa saiu do cérebro do homem! E o próprio cérebro é infinitamente mais complexo do que qualquer coisa que tenha produzido. 

Numerosas pessoas têm a mente obtusa (...) Não são necessariamente ignorantes, apenas muito preguiçosas mentalmente para fazer qualquer esforço além do óbvio necessário. Posso perdoar a preguiça física (talvez haja uma causa fisiológica que a justifique); mas não há desculpa para a preguiça mental! Os mentalmente preguiçosos não gostam de pensar, porque até isso lhes parece trabalhoso demais.

O pensamento é fascinante. Ninguém jamais poderá catalogar todas as tendências e percepções da mente; sua capacidade é infinita. Entretanto, a mente não pode ter um único pensamento original; não há uma só ideia que Deus já não tenha criado ao conceber Suas criações do passado, do presente e do futuro. Por isso, se você pensar com suficiente profundidade a respeito de um assunto, receberá resposta para qualquer dúvida.

Além de pensar, você deve sentir; se o sentimento não acompanhar seus pensamentos, você nem sempre alcançará a conclusão correta. O sentimento é uma expressão da intuição, repositório de todo conhecimento. Sentimento e pensamento (ou razão) devem estar equilibrados; só então a alma, a sublime imagem de Deus em você, manifestará sua plena natureza. Por isso, a ioga ensina a equilibrar as faculdades da razão e do sentimento. Quem não os tem em perfeito equilíbrio, não é uma pessoa plenamente desenvolvida."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 252/253)


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

AMOR - PARTE II

"(§57) Não contente por ter feito todo este dano a si mesmo e à sua vítima, o maledicente tenta, com todas as suas forças, tornar outros homens cúmplices de seu crime. Ansiosamente lhes conta sua perversa história, com a esperança de que nela acreditem; e eles, então, unem-se a ele a enviar maus pensamentos ao pobre sofredor. E isso se repete dia após dia, e é feito não por um homem, mas por milhares. Começas a ver quão vil, quão terrível é este pecado? Tens de evitá-lo por completo. Nunca fales mal de ninguém; recusa ouvir quando alguém falar mal de outrem, porém dize gentilmente: "Talvez isto não seja verdade, e mesmo que seja, é mais amável não falarmos nisso."

(§58) Quanto à crueldade, pode ser de dois tipos: intencional e não intencional. A crueldade intencional consiste em causar dor propositalmente a outro ser vivo; e este é o maior de todos os pecados - obra mais própria de um demônio do que de um homem. Dirias que nenhum homem poderia fazer tal coisa; mas os homens a têm feito frequentemente, e ainda hoje a estão fazendo diariamente. Os inquisidores a fizeram; muitas pessoas religiosas fizeram-na em nome de sua religião. Os vivisseccionistas a fazem; muitos professores de escola a fazem habitualmente. Todas estas pessoas tentam desculpar a sua brutalidade dizendo que é o costume; mas um crime não deixa de ser crime porque muitos o cometem. O carma não leva em conta o costume; e o carma da crueldade é, de todos, o mais terrível. Na índia, pelo menos, não pode haver desculpa para tais costumes, pois o dever de não causar dor é bem conhecido de todos. O destino reservado aos cruéis terá de cair também sobre todos os que intencionalmente matam criaturas de Deus, chamando a isso de "esporte".

(§59) Sei que tu não farias coisas tais como estas; e pelo amor de Deus, quando a oportunidade se oferecer falarás claramente contra elas. Existe, porém, a crueldade no falar tanto quanto no agir; e um homem que diz uma palavra com a intenção de ferir a outrem é culpado deste crime. Isto tu também não farias; mas, às vezes, uma palavra descuidada causa tanta dor quanto uma maliciosa. Deves, pois, estar alerta contra a crueldade não intencional.

(§60) Ela procede, usualmente, da irreflexão. Um certo homem é tão cheio de cobiça e avareza que nunca pensa sequer quanto sofrimento causa a outros pagando-lhes muito pouco, ou por deixar meio famintos sua mulher e filhos. Outro pensa apenas em sua própria luxúria, pouco lhe importando quantas almas e corpos ele arruína para satisfazê-la. Um outro, ainda, somente para poupar-se uns poucos minutos de incômodo, não paga os seus empregados no dia apropriado, sem pensar nas dificuldades que lhes causa. Tanto sofrimento é causado meramente pela irreflexão - por esquecer-se de pensar como uma ação afetará os outros. Porém, o carma nunca esquece, e não leva em conta o fato de que os homens esquecem. Se desejas entrar na Senda, tens de pensar nas consequências do que fizeres, para que não sejas culpado de crueldade irrefletida. (...)"

(Krishnamurt – Aos Pés do Mestre – Ed. Teosófica, Brasília)


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

PROMOVENDO O AMOR E A COMPREENSÃO NOS RELACIONAMENTOS


"Não fale até ter alguma coisa para dizer, de preferência alguma coisa positiva. Não fale sem antes refletir. É sempre mais seguro ficar em silêncio, ouvindo e tentando compreender. Saiba captar os medos implícitos por trás dos pensamentos e das ações. Abra-se para enxergar o contexto mais amplo, procurando não se deixar distrair pela raiva ou pela emoção.

Nuca fale ou aja quando estiver com raiva. As palavras têm um efeito duradouro e muito poder, não é fácil esquecê-las. Nunca fale sob o efeito de álcool ou drogas. Você nunca será capaz de curar completamente as feridas causadas pelas palavras de ódio ou de raiva.

Vencer uma discussão pode significar uma derrota, se servir apenas para satisfazer o ego. Fazer aquilo que promove o amor, a compreensão e a cooperação é a verdadeira vitória. A derrota sempre será aquilo que promove pensamentos e emoções negativas: medo, raiva, culpa, vergonha, tristeza, ansiedade, preocupação ou ódio.

É difícil livrar-se da raiva. Nós nos sentimos sempre com razão, sempre certos, como se nossa integridade e honra estivessem em jogo, sendo testadas. O único teste, nesta grande escola que chamamos de humanidade, é saber se estamos conseguindo afastar a raiva e abraçar o amor. Apegar-se à raiva envenena o relacionamento. Continue a amar mesmo que o outro esteja zangado, magoado ou amedrontado. O amor é permanente a raiva é transitória. Nunca use a violência.

Descubra a causa da raiva, pensem respeito, respire fundo várias vezes, deixe a raiva passar. Quanto tempo isso demora? Cinco dias... três... um dia... uma hora? Se você sabe que vai mesmo deixá-la passar em cinco dias, por que não procura fazê-lo em uma hora? Se tentar bastante, vai conseguir."

(A Divina Sabedoria dos Mestres - Brian Weiss – Ed. Sextante, Rio de Janeiro - p. 68/69)


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A CONSCIÊNCIA DIRÁ O QUE VOCÊ É


“Às vezes sentimos o desejo de “fugir de tudo”. Isso não é errado; afastar-se de tudo, de vez em quando, proporciona a oportunidade de refletir sobre a vida. A maioria das pessoas deixa-se flutuar ao sabor da correnteza dos costumes e da moda. Essas pessoas nunca vivem realmente a própria vida; vivem a vida do mundo, e aonde isso as leva? É uma atitude sábia, de vez em quando, afastar-se das preocupações cotidianas, acalmar a mente e tentar compreender que espécie de pessoa você é e que tipo deseja ser. E lembre-se: o testemunho mais sincero que pode encontrar é o da própria consciência, a voz do discernimento da alma. O que sua consciência diz é o que você é. Penso no poder da consciência de Jesus. Seus acusadores cuspiram nele e o crucificaram, e ainda assim ele disse: “Pai, perdoa-os.” Essa espécie de discernimento é o único poder que trará luz ao seu caminho. Sempre que em seu coração houver um desejo irresistível de rezar pedindo alguma coisa, uso seu discernimento. Pergunte-se: “O desejo que busco satisfazer é bom ou mau?”

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem –  Ed. Self-Realization Fellowship – p. 124/125)


domingo, 30 de dezembro de 2012

A PERSPECTIVA DE SABEDORIA QUE CONDUZ À PAZ INTERIOR


“A vida, sua substância e seu propósito são um enigma difícil, mas não insolúvel. Com o progresso de nossa reflexão, estamos diariamente resolvendo alguns desses segredos. Os instrumentos desta era moderna, calculados minuciosa e cientificamente, são certamente notáveis. As descobertas da ciência física, que proliferam, merecem crédito, dando-nos uma visão mais clara dos modos pelos quais a vida pode ser aperfeiçoada. Mas, a despeito de todos os nossos instrumentos, estratégias e invenções, parece que ainda somos joguetes nas mãos do destino e que temos um longo caminho pela frente antes de podermos ficar independentes da dominação da natureza.

É certo que permanecer o tempo todo à mercê da natureza não é liberdade. Nossas mentes entusiásticas são rudemente tomadas por um senso de desamparo quando somos vítimas de enchentes, tornados ou terremotos, ou quando, aparentemente sem motivo ou explicação, as doenças ou acidentes arrancam de nós os entes queridos. Nessa hora percebemos que, na verdade, não conquistamos tanto assim. Apesar de todos os nossos esforços para tornar a vida o que queremos que ela seja, sempre haverá certas condições introduzidas neste planeta – infinitas e guiadas por uma Inteligência desconhecida, e que operam sem nossa iniciativa – que fogem ao nosso controle. Na melhor das hipóteses, só podemos agir e fazer alguns aperfeiçoamentos. Semeamos o trigo e fazemos a farinha, mas quem fez a semente original? Comemos o pão feito da farinha de trigo, mas quem tornou possível que o digeríssemos e assimilássemos?

Em todos os setores da vida parece haver, a despeito de sermos nós os instrumentos, uma inevitável dependência de Deus, sem a qual não podemos viver. Com todas as nossas certezas, ainda temos de suportar uma existência incerta. Não sabemos quando o coração vai falhar. Disso advém a necessidade de uma destemida confiança em nosso verdadeiro Eu imortal e na Divindade Suprema, a cuja imagem esse Eu foi feito – uma fé que funciona sem egoísmo, sem ansiedade nem limitações, e que trabalha árdua e alegremente.

Entregue-se de maneira absoluta e destemida a esse Poder Superior. Não importa que hoje você tome a resolução de ser livre e confiante e que, amanhã, apanhe um resfriado e se sinta muito mal. Não esmoreça! Ordene à sua consciência que permaneça inalterável na fé. O Eu não pode ser contaminado pela doença.

Não se comporte como um mortal bajulador. Você é um filho de Deus!

Você foi feito à imagem Dele. Você não pode ser ferido ou penetrado por pedras, nem petardos, nem metralhadoras, nem bombas atômicas. Lembre-se: o melhor abrigo é o silêncio da alma. E se você puder desenvolver esse silêncio, nada no mundo poderá tocá-lo. (...) Você pode permanecer inabalado em meio à colisão de mundos que se destroem.

Ponha seu coração em Deus. Quanto mais você buscar Nele a paz, mas essa paz destruirá suas preocupações e sofrimentos.”

(Paramahansa Yogananda – Paz interior – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 109/113)