OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

A CONVIVÊNCIA COM OS OPOSTOS (1ª PARTE)

"Em Luz no Caminho aprendemos: 'Nenhum homem é inimigo nem amigo. Todos são igualmente seus instrutores.' O mesmo princípio aplica-se a todas as circunstâncias. Não existem situações hostis ou favoráveis. Elas parecem adversas ou não por causa das nossas concepções mentais, inclinações e desejos. Somente na ausência dessas reações mentais podemos entender o funcionamento da lei divina, que a maioria de nós não percebe. 

O pensamento de que alguém não é amigo ou de que uma circunstância é adversa nada mais é que uma opinião. Um pensamento assim não pode ser comparado ao conhecimento da alma que está se expandindo em sua experiência no mundo. A circunstância 'adversa' é um meio de seguir em frente, tanto quanto a circunstância 'agradável'. Mas nós nos identificamos com o complexo de desejos e pensamentos do eu inferior, da personalidade, com suas opiniões insignificantes e desejos mesquinhos, e dizemos: 'Isso não me agrada; quero outra coisa.'

Isso é parte das trevas da ignorância espiritual. Como afirma o Bhagavad-Gita, 'pela ilusão dos pares dos opostos que surgem da atração e repulsão, os seres andam nesse universo totalmente iludidos'. Mesmo quando compreendemos que atração e repulsão, o par de opostos básico, é uma expressão imediata do egoísmo, geralmente aplicamos essa compreensão apenas em relação às pessoas. No entanto, ela se aplica a todo momento, quando lutamos e nos sentimos infelizes ou quando ficamos muito satisfeitos ao receber admiração e afeto. Existem armadilhas em toda parte. (...)"

(Radha Burnier - A convivência com os opostos - Revista Sophia, Ano 12, nº 49 - p. 18)


sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O AMOR CONQUISTA TODAS AS COISAS

"No mundo em geral, existem muitas dificuldades a serem vencidas, criadas pelas forças das trevas ou resistência e as forças de luz ou progresso, entre as quais os destinos da humanidade sempre oscilam para trás e para diante. 

Pelo fato de ser lei, somente o amor é que consegue conquistar as forças das trevas.

Podemos perceber a lei por nós mesmos, pois o homem é uma partícula na qual a onda de vida universal está centrada ou expressa.

Em nós, também, existem luz e trevas: as forças que contribuem para a unidade, para a criatividade na beleza, e para a oniabarcante felicidade, surgindo por si mesmas e irrestringíveis; também os seus opostos. 

Mas, em longo prazo, a unidade prevalece, a separatividade é destruída. Toda força enviada de nós retorna à sua origem com um ricochete infalível. Assim, aquilo que pode ser destruído pela força é destruído; mas o assassino é sempre a própria pessoa.

O amor é a única força conhecida do homem impossível de ser derrotada por qualquer ameaça, por mais terrível, ou por qualquer provação a que possa ser submetida. Em sua pureza, ele inspira ao sacrifício voluntário, convertendo-o em alegria.

Onde ele reina em perfeição, existe a bem-aventurança de uma consumação, uma integralidade, além da qual não há necessidade nem ímpeto de buscar experiência agregada. No amor existe a experiência na eternidade.

O que é verdadeiro com relação ao amor é verdadeiro com relação àquela forma temperada de amor, que é devoção, quando se rende à verdade, seja sua infinitude ou como se manifesta em um caso de encantamento humano.

Pela força do amor, o microcosmo pode ser vencido. Por esse mesmo poder, à medida que se expande, o macrocosmo é conquistado, pois é divino. Aquele que se torna mestre de si mesmo pode tornar-se mestre de um universo, (o que é um modo de falar) pois então ele não mais é ele, como se conhece, mas alguém com o poder que é o mestre do universo.

Autodomínio implica autoconhecimento e autossuficiência; e nada do mundo é autossuficiente, exceto aquele eu ou natureza que tem raízes numa condição de amor e daí floresce."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 78/79)


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

ORIGEM E NATUREZA DO SOFRIMENTO HUMANO (PARTE FINAL)

"(...) Enquanto a humanidade não se libertar da terrível e doce tirania do príncipe deste mundo, aceitando realmente, e não apenas verbalmente, a mensagem da Luz do Mundo, não temos esperança alguma de superar os males da velha humanidade e entrar na glória da nova humanidade.

Todos os poderes que governam a humanidade trabalham sob o signo da inteligência, da violência e do dinheiro - que são os embaixadores plenipotenciários do poder das trevas, que continua a dar o que prometeu a seus servidores: 'todos os reinos do mundo e a sua glória'.

No caso que algum governo quisesse libertar-se da tirania do príncipe deste mundo e proclamar a soberania do Cristo, seria imediatamente boicotado por seus colegas e inutilizado.

O mal da nossa humanidade não é este ou aquele mal isoladamente, é a maldade coletiva mancomunada em protesto contra a 'Luz do Mundo'.

Nos países chamados cristãos acresce a agravante de que, para guardar as aparências, se acha hasteada sobre o quartel-general do Anticristo a bandeira do Cristo. Destarte, continua o Mestre a ser traído por um beijo de seu discípulo: 'Amigo, a que vieste? com um beijo tu atraiçoas o Filho do Homem?'

A nossa humanidade, que nasceu sob o signo do poder das trevas, acabará, segundo os videntes, num suicídio coletivo, sob o signo do príncipe deste mundo."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 25

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

ORIGEM E NATUREZA DO SOFRIMENTO HUMANO (3ª PARTE)

"(...) No meu livro recente A Nova Humanidade expliquei detalhadamente as duas fases evolutivas da velha e da nova humanidade.

Da velha humanidade, diz o Cristo: 'O príncipe deste mundo, que é o poder das trevas, tem poder sobre vós'. Da nova humanidade diz ele: 'Sobre mim ele não tem poder algum, porque eu venci o mundo'.

O príncipe deste mundo é o poder da serpente, da inteligência, que é um poder tenebroso, causador de maldades e de males de toda a espécie.

Jesus não teve pecado nem sofreu doenças e morte compulsória, porque tinha vencido o mundo adâmico da serpente intelectual, e estava num mundo cósmico do sopro espiritual.

Os nossos males não terão fim enquanto não nos libertarmos do poder do príncipe deste mundo, a que a humanidade se entregou inicialmente, e da qual se deve libertar finalmente.

As leis cósmicas são inexoráveis: o que o homem faz pelo poder do seu livre-arbítrio pode ele desfazer pelo mesmo poder. 

Por ora, o grosso da humanidade está dominado pelo poder das trevas, que se manifesta pelo ego intelectual: o triunfo da inteligência e a derrota do espírito. Nenhuma medicina, nenhuma psicologia, nenhuma psiquiatria podem melhorar substancialmente o estado calamitoso da nossa humanidade sofredora, porque pecadora. Tudo o que estamos fazendo são paliativos, camuflagens, charlatanismos, que tentam remover sintomas do mal, mas não erradicam a raiz do mal. Todos os nossos paliativos são ditados pelo próprio príncipe deste mundo, que é responsável pelo estado calamitoso da humanidade, sobre a qual ele tem poder.

Em face desse tenebroso círculo vicioso, deverá a maior parte da humanidade atual passar por tragédias, talvez pelo extermínio. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 24


terça-feira, 16 de junho de 2015

CONHECE OS MILIONÁRIOS DA FELICIDADE! (1ª PARTE)

"No meio das trevas da infelicidade aguda e das penumbras do descontentamento crônico, convém que o homem levante os olhos para as luminosas alturas de algum dos grandes milionários da felicidade. 

Tem havido, e há, na história da humanidade, muitos homens felizes, homens que tiveram o bom senso de construir a sua felicidade de dentro, e não a esperavam, de fora, das circunstâncias fortuitas do ambiente. Verdade é que a verdadeira felicidade é silenciosa como a luz, ao passo que a infelicidade costuma ser barulhenta; e por isto sabemos de tantos infelizes e tão pouco de homens felizes. De quando em quando, porém, a silenciosa felicidade dos felizes se irradia pelo ambiente de tal modo que até os infelizes percebem algo dessa luminosidade. E, por via de regra, os homens felizes são encontrados lá onde os profanos não os esperavam encontrar - no meio dos sofrimentos... 

Job, Moisés, Buda, São Francisco de Assis, Jesus, Paulo de Tarso, e tantos outros, encheram séculos e milênios com a exuberância da sua felicidade - sua felicidade sofrida.

Em nossos dias, houve dois homens eminentemente felizes: Mahatma Gandhi e Albert Schweitzer. O primeiro, assassinado na Ásia; o outro, que viveu mais de meio século, nas selvas da África, a fim de repartir com seus irmãos negros o grande tesouro da sua felicidade. 

Naturalmente, quem confunde felicidade com prazer, e infelicidade com sofrimento, jamais compreenderá que homens dessa natureza possam ser milionários da felicidade. No entanto, eles o foram. E nenhum deles jamais se arrependeu do preço pelo qual adquiriu esta felicidade: a renúncia voluntária. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 99/100)


segunda-feira, 9 de março de 2015

A HARMONIA DA FRATERNIDADE

"1. Imaginemos um campo deserto, mergulhado na escuridão, com muitos seres vivos aí se atropelando cegamente.

Estarão, naturalmente, aterrorizados e enquanto andarem para lá e para cá, sem se reconhecerem uns aos outros, durante a noite, haverá frequentes aborrecimentos e solidão. É, deveras, um lamentável espetáculo.  

Imaginemos, então, que, de repente, um homem superior apareça com uma tocha na mão, e que tudo nesse campo se torne claro e brilhante.

Os seres vivos que se encontram na obscura solidão, sentem, de repente, um grande alívio, quando olham ao seu redor e podem reconhecer uns aos outros, e retornam alegremente a desfrutar de sua camaradagem. 

Pelo campo deserto deve-se entender o mundo da vida humana, quando está mergulhado nas trevas da ignorância. Aqueles que não têm a luz da sabedoria em suas mentes perambulam na solidão e no temor. Nasceram sozinhos e sozinhos morrerão; eles não sabem como se associar aos seus semelhantes em tranquila harmonia, e são naturalmente desesperados e temerosos.

Um homem superior com a tocha é o Buda, assumindo a forma humana, e que com Sua Sabedoria e compaixão ilumina todo o mundo.

Com esta luz os homens se encontram uns aos outros e se sentem felizes em estabelecer o companheirismo e harmoniosas relações.

A verdadeira comunidade tem fé e sabedoria que a iluminam. É o lugar onde as pessoas se conhecem e se dependem umas das outras, e onde há harmonia social. A harmonia é, de fato, a vida e o real sentido de uma verdadeira comunidade ou organização."

(A Doutrina de Buda - Bukkyo Dendo Kyokai (Fundação para propagação do Budismo), 3ª edição revista, 1982 - p. 477/479)

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

OÁSIS

EM DIA DE treva,
é bom lembrar que a Luz está apenas temporariamente
oculta.

No tumulto dos conflitos,
necessário é pressentir a Paz.

Em meio à multidão sem rumo,
é gostoso falar da riqueza da Solidão.

Ensurdecido pela disfonia dos ruídos,
bom é ser tangido pelo acalanto do Silêncio.

No festival do amoralismo cultivado,
como é bom pensar e desejar e praticar o Bem!

Afogando-me em mar de ódios,
é sublime cultivar o Amor.

Vítima da injustiça dos potentados
o remédio é esperar pela Justiça de Deus.

Desgarrados e desolados na imensidade do grande deserto,
abriguemo-nos no Oásis de Deus.

Interrompamos o tropel agitado de todas as formas de fuga.

Paremos.

Sentemo-nos.

Vamos orar!

(Hermógenes - Viver em Deus - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2007 - p. 176/177)


sexta-feira, 29 de agosto de 2014

ESPALHAR A ALEGRIA DIVINA

"Todo dia, desde o alvorecer, irradiarei alegria a todos os que encontrar. Serei como um sol mental para todos os que cruzem meu caminho.

Acenderei velas de sorrisos nos corações tristes. As trevas fugirão diante da luz perene de minha alegria.

Que o meu amor espalhe seu riso em todos os corações, em todas as pessoas de todas as raças. Que o meu amor descanse no coração das flores, dos animais e nas partículas ínfimas de poeira cósmica.

Tentarei ser feliz em todas as circunstâncias. Tomarei a decisão de ser interiormente feliz agora, onde hoje me encontro.

Que minha alma sorria através de meu coração, e que meu coração sorria através de meus olhos, para que eu possa espalhar Teus preciosos sorrisos entre os corações tristes.

Contemplarei sempre, em minha vida, a imagem perfeita e saudável de Deus, plena de sabedoria e bem-aventurança."

(Paramahansa Yogananda - Meditações Metafísicas - Self-Realization Fellowship - p. 96/97)
http://www.omnisciencia.com.br/meditacoes-metafisicas.html


domingo, 29 de junho de 2014

OS EFEITOS DA CHAMA DA SABEDORIA NO KARMA (1ª PARTE)

"(4:37) Ó Arjuna, assim como o fogo consome a madeira até as cinzas, assim a chama da sabedoria reduz a cinzas todo o karma do homem. 

Pense-se nos túmulos egípcios de há muito abandonados. As trevas reinaram na tumba do faraó Tut por milhares de anos - mas quando ela foi aberta, a luz a invadiu e a escuridão de séculos se dispersou num instante. Dá-se o mesmo com qualquer pessoa. Não importa quão densas sejam as sombras de sua ignorância, quando a luz divina penetra sua consciência, só o que resta é luz!

Há vários tipos de karma, pois essa palavra significa apenas ação. O karma pode ser nacional, grupal, familiar, individual, em suma, tudo quanto proceda de um centro coerente de intenção capaz de atrair consequências para esse centro. Toda ação é karma. Um líder nacional que prejudica seu povo não terá de sustentar o peso inteiro desse mau karma em seus próprios 'ombros': a nação também deverá assumir responsabilidade. Os bons cidadãos do país devem igualmente arcar com ela, embora seu próprio karma possa afastar deles, e talvez de um círculo mais vasto de pessoas, qualquer mal que sobrevenha à nação como uma forma de resgate kármico. 

Quando um avião explode, nem todos os que morrem no acidente padecem esse destino por exigência de seu karma. O karma grupal da maioria dos passageiros pode pesar mais que o karma neutro do indivíduo - se, por exemplo, sua disposição para viver não for suficientemente forte. Por outro lado, sucede às vezes que, na iminência de um grande desastre, pessoas sem nenhuma culpa no momento sejam chamadas a outro parte ou de um modo qualquer, impedidas de estar no local.

O karma grupal é extremamente complexo. O primeiro dever da pessoa é para consigo mesma, visando melhorar o próprio karma. De fato, quanto mais boas ações ela praticar em prol do aprimoramento geral da consciência, em maior medida o karma de todos será amenizado. Deve-se começar, porém, pelo aprimoramento da própria consciência. (...)"

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramahansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 209/210)


sábado, 1 de março de 2014

ELE É BOM - CRUCIFICA-O

"Amigo ignoto, ouve e escuta a mais dura lição que humanos ouvidos podem ouvir!

Depois de prestares à humanidade todos os benefícios que puderes –

Depois de lhe ofereceres em holocausto mocidade e saúde, fortuna e saber –

Depois de esgotares o derradeiro átomo de energia e extinguires, a serviço dos outros, a última luz dos teus olhos –

Depois de tudo isso, amigo ignoto, aguarda um inferno de ingratidão!

Ninguém pratica impunimente o bem – neste mundo imundo...

Ninguém planta roseiras – sem ferir as mãos nos espinhos...

Ninguém ilumina inteligências juvenis – sem ser por elas explorado quando velho.

Ninguém leva outros ao cume do ideal – sem que eles tentem despenhá-lo ao abismo.

Ninguém abre as pupilas a cegos – sem que eles, quando videntes, lhe arranquem os olhos.

Ninguém dá de comer a famintos – sem que estes quando fartos, o devorem...

Ninguém ‘atira pérolas aos porcos – sem que estes lhe metam as patas e o dilacerem’.

Ninguém abençoa crianças inocentes – sem que estas, quando adultos, o posponham a Barrabás...

Ninguém cura cegos, surdos, mudos, coxos, leprosos, aleijados – sem que estes suspendam na cruz seu benfeitor...

Ninguém ressuscita Lázaros, jovens de Naim e filhas de Jairo – sem que estes, redivivos, lhe tirem a vida...

Ninguém prega doutrinas divinas nem ensina mistérios celestes – sem que seja tachado de louco varrido ou aliado de belzebu...

Ninguém mostra aos homens o caminho da verdade e da vida – sem que os homens lhe apontem o caminho do exílio...

Convence-te disso, meu ignoto amigo:

Existe uma misteriosa lei de polarização.

Assim como ao polo elétrico positivo corresponde um polo negativo, e tanto mais negativo quanto mais positivo for aquele –

Assim como as trevas são tanto mais espessas quanto mais intensa é a luz –

Assim como às mais altas montanhas da terra correspondem os mais profundos abismos do mar –

Assim deve também aos mais insignes benefícios corresponder a mais infame ingratidão...

Desde que o Nazareno sofreu pelo maior de todos os bens todos os males – vigora essa lei estranha, esse paradoxo dos paradoxos...

Desterra, pois, de ti esse desejo impuro de justiça!

Injustiça é pão cotidiano – justiça é iguaria de festa...

Ingratidão é regra geral – gratidão é feliz exceção...

Seja tão potente a força do teu espírito, seja tão pujante a juventude de tua alma – que nenhuma ingratidão te faça ingrato!

Nenhuma derrota te faça derrotista!

Nenhuma amargura te faça amargo!

Nenhuma injustiça te faça injusto!"


(Huberto Rohden – De Alma para Alma – Ed. Martin Claret, São Paulo, 2005 – p. 161/162)
www.martinclaret.com.br


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A LUZ DOS SORRISOS

"Acenderei a mecha dos sorrisos. Meu véu de tristeza desaparecerá. À luz de meus sorrisos, contemplarei minha alma, oculta pelas trevas acumuladas ao longo das eras. Encontrando a mim mesmo, correrei por todos os corações, com a tocha dos sorrisos de minha alma. Primeiro, sorrirá o meu coração; depois, os meus olhos e o meu rosto. Cada parte do meu corpo resplandecerá na luz dos sorrisos. 

Correrei por entre as moitas dos corações melancólicos e farei uma fogueira de todas as tristezas. Sou o irresistível fogo dos sorrisos. Avivado pela brisa da alegria de Deus, abrirei caminho pelas trevas de todas as mentes. Meus sorrisos transmitirão Seus sorrisos, e todo aquele que cruzar meu caminho capturará o aroma de minha divina alegria. Levarei tochas fragrantes e purificadoras de sorrisos a todos os corações. 

Ajudarei a sorrirem aqueles que choram, sorrindo eu próprio, mesmo nas dificuldades.

No regozijo de todos os corações, ouço o eco de Tua bem-aventurança. Na amizade de todos os corações sinceros, descubro Tua amizade. A prosperidade de meus irmãos me dá tanta alegria quanto minha própria prosperidade. Ajudando os outros a serem sábios, aumento a minha própria sabedoria. Na felicidade de todos, encontro minha própria felicidade.

Nada há de apagar meus sorrisos. A morte soturna, a enfermidade ou o fracasso não podem me amedrontar. As catástrofes são, na verdade, incapazes de me atingir, porque tenho em minha alma a invencível, imutável, sempre nova bem-aventurança de Deus. 

Ó Riso divino e silencioso, ocupa Teu trono sob o dossel de meu semblante e sorri através de minha alma.

Procurarei ser um bilionário de alegria, contando minha riqueza na moeda do Teu reino: a bem-aventurança sempre nova. Desse modo terei, ao mesmo tempo, a prosperidade material e espiritual de que necessito."

(Paramahansa Yogananda - Meditações Metafísicas - Self-Realization Fellowship - p. 93/95)


domingo, 9 de junho de 2013

SOMBRA E LUZ - O DESPERTAR DA PERCEPÇÃO (PARTE FINAL)

" (...) O importante papel do indivíduo tem sido realçado por muitos sábios. J. Krishnamurti diz: "Se você fizer uma transformação básica em si mesmo, então afetará não apenas aqueles que estão próximos de você, mas toda a consciência do mundo." Ramana Maharshi observou que um atma-jnani, uma pessoa autorrealizada, não precisa fazer nada para beneficiar o mundo. Sua poderosa influência espiritual é capaz de causar, silenciosa e imperceptivelmente, um grande bem a todos. 

Todo ensinamento espiritual enfatiza que devemos reduzir nós mesmos a zero, desenvolvendo a abnegação e o desprendimento. Contudo, zero é um fator muito significativo e um grande poder quando colocado junto a qualquer número, pois pode elevar um simples dígito ao infinito. Isso é verdadeiro também em relação ao nosso eu inferior - o corpo físico unido aos pensamentos e sentimentos. Incompreendido e mal utilizado, o eu inferior é a morada das trevas; se for corretamente percebido e usado, pode levar a pessoa à glória e ao esplendor infinitos. Portanto, a relevância de nosso eu inferior não deve ser perdido de vista. Embora os ensinamentos digam que os corpos devem ser dominados, dizem também que uma encarnação humana - uma vida física - é um bem necessário para a salvação. É o campo no qual a batalha pela luz deve ser travada e vencida. 

Existe também uma correlação misteriosa entre o corpo físico e o atma, o espírito divino no homem. Portanto, a sombra está ligada à luz. A natureza é muito frugal e não cria nada desnecessário. Helena Blavatsky diz, em A Doutrina Secreta, que para se tornarem divinos, deuses plenamente conscientes, as inteligências espirituais primevas devem passar pelo estágio humano. Na busca da compreensão dessa natureza dual do homem - sombra e luz - está a nossa oportunidade e também a nossa responsabilidade."

(Surendra Narayan - Revista Sophia nº 43 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 34/35)


sábado, 1 de junho de 2013

TANTRA YOGA - AVENTUREIRISMO ARRISCADO (7ª PARTE)

" (...) Quanto à prática de técnicas visando ao "despertar de kundalini", que está se tornando lamentavelmente tão comum, o bom conselho é muita prudência!

Trata-se de uma arriscada aventura, a qual se pode aprender como começar, mas dificilmente como controlar e parar. Segundo o Pandit Gopi Krishna, que foi a maior autoridade científica em kundalini nos últimos tempos, autor de Kundalini, o processo pode terminar bem, isto é, com a gloriosa iluminação - no caso em que o processo seja rigorosamente bem conduzido, que depende da direção apta de um guru altamente capacitado e santo (o que é raríssimo), e já possuidor de uma elevadíssima condição ética espiritual. Se mal conduzido (o caso mais provável e mais frequente), o processo pode degenerar em doença mental irreversível, culminando às vezes com suicídio; pode também produzir paranormalidade. E esta hipótese, à luz do discernimento, pode não ser tão desejável como parece. Pessoas egoístas, destituídas de "poderes", causam algum mal a si e aos outros. Mas quando armadas com os chamados siddhis inferiores, tornam-se verdadeiramente diabólicas a produzir "milagres" malignos, para finalidades egoístas e imediatas, em detrimento dos outros e sempre inspiradas pelas trevas. O que estou dizendo não resulta de leituras, mas de lidar com diversos casos muito tristes. Evitemos despertar avoada e ambiciosamente a fantástica energia que a natureza sabiamente mantém em latência, enrolada, à espera de que antes nos purifiquemos, que tenhamos vencido o grande inimigo - asmita ou egoísmo. 

Em nosso último encontro em seu Centro de Estudos em Deradum (Índia), o Pandit Gopi Krishna confirmou o que eu já aprendera do Mestre Jesus sobre a aquisição de "poderes" e outros "brinquedos" e "magias":
Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a perfeição dele, e todas essas coisas [siddhis e kundalini] vos serão acrescentados. (Mt 6:33) (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 130/131)
www.record.com.br


quarta-feira, 29 de maio de 2013

AS ESCRITURAS E OS LIVROS DE SABEDORIA PROPICIAM OS MEIOS PARA ASSEGURAR O SEGREDO DA ALEGRIA PERMANENTE

"Os Vedas (Livros de sabedoria) e os Sastras (escrituras) propiciam iluminação para guiar os passos do homem, mas para o cego é sempre treva, não importa o fulgor da luz. Para os que perderam a fé, vacilar, tropeçar e cair é a única opção. Os Sastras e o Vedas propiciam os meios para assegurar o segredo da alegria intérmina, mas o homem é tentado a aurir alegrias sombrias, prazeres efêmeros, sabores poluídos pelo mal e pela perdição. O homem está tentando tirar água do poço com um pote cheio de furos. Os sentidos deixam escoar a alegria que eles tinham conquistado. São servidores ignorantes que se impõem a seu senhor - a mente. Você é que deve conduzi-la, e será assim que os servidores cairão a seus pés. A mente é o Monarca; os sentidos (indriyas), os soldados. Por hora, os soldados estão subjugando o Rei, porque este empresta seus ouvidos a eles, e não à inteligência (buddhi), que é o Primeiro-Ministro. Que este assuma sua função, e, num instante, os sentidos serão forçados a recuar para o acampamento, e a mente poderá ser salva. O Atma (o Divino em nós) é o Sol no firmamento do coração. A luz do Sol, por enquanto, se acha obstruída pelas espessas nuvens do desejo dirigido aos objetos sensuais e aos prazeres objetivos (vishaya-vasana). Que o forte vento da conversão e do arrependimento disperse as nuvens, tanto que o Atma possa brilhar com muito esplendor."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 168)


sexta-feira, 24 de maio de 2013

TANTRA YOGA - AS ERAS E AS ESCRITURAS (1ª PARTE)

"A tradição hindu fala de quatro eras ou yugas. Elas diferem quanto ao grau de obediência dos homens ao Sanathana Dharma, isto é, à "Lei Eterna", a lei que determina justiça, retidão, moralidade e inspira e fundamenta todas as religiões, pois é a essência eterna e única de todas elas. Cada yuga tem uma dada escritura (sastra) apropriada ao nível ético de sua humanidade. 

Na sathya ou krita yuga, também denominada "Era de Ouro", quando viveram santas criaturas, o Sanathana Dharma era plenamente cumprido, sendo os vedas ou shruti* sua escritura adequada. Na treta yuga, a retidão já perdera 1/4, e sua escritura foi smriti, isto é, a sabedoria que fora guardada na memória (smriti).** A yuga seguinte chamou-se dvapara. Nela, do dharma (retidão, dever, justiça) sobrara apenas a metade. A escritura que os seres humanos deveriam então estudar, compreender e aplicar é chamada purana. A presente yuga é chamada kali (treva, escuridão). Em nossos dias, apenas 1/4 da ética ainda resta. Dizem os teóricos que a escritura que hoje nos resta seguir é o tantra. 

Os vedas, os smritis e os puranas*** agora perderam então sua validade ou são contraindicados para nós, contemporâneos da "Idade das Trevas"? A resposta é um veemente "não". Estas preciosas escrituras são eternamente válidas por serem apropriadas a homens e mulheres, que, embora vivendo durante a kali yuga, graças a esforços evolutivos que realizaram nesta e em encarnações anteriores, pertencem efetivamente a yugas mais primorosas. Numa mesma família podem conviver pessoas de diversos graus de consciência, cada uma afinada a uma yuga diferente. 

Neste caldeirão de violência, vícios e corrupção de nossos dias, a predominância é da personalidade que eu tenho diagnosticado como "normótica". Nossa "normalidade", aceitemos ou não, é mórbida, pois estamos na "era de kali". Se optarmos por um status ético, psíquico e espiritual  acima da "normose" dominante, não podemos evitar desajustar-nos da coletividade. Devemos dispor-nos a pagar o preço de sermos diferentes da mediocridade; temos de aceitar o status de "patinho feio", aquele da história. Mas é compensador assumir corajosamente uma abençoada e sadia "anormalidade", com cuidado de não tornar nossa diferença agressiva aos outros. É uma feliz opção, mas acarreta sacrifício. (...)"

* Shruti literalmente significa escutar. Os vedas é a sabedoria que foi escutada.
** Smriti - da raiz smar, lembrar. É o conhecimento que foi conservado de memória daquele que foi escutado (shruti).
*** Os purunas ensinam as verdades védicas sobre a criação, destruição e renovação do universo, sobre a genealogia dos deuses e patriarcas e o reino dos legisladores divinos (manus), entremeadas com observações éticas, filosóficas e científicas, mas tudo em caráter lendário. 

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 120/121)


segunda-feira, 20 de maio de 2013

HUMANIDADE D'AQUÉM E D'ALÉM

"Não fales, meu amigo, em nome da humanidade!
A humanidade não é esta que nosso planeta habita...
Esta é apenas diminuta parcela da humanidade total...
Esta é parte mesquinha da humanidade sublime...
Vivem neste mundo mais de quatro bilhões de homens, diz a ciência.
Centenas de bilhões já passaram por este planeta - e se foram...
Para onde se foram eles...
Não se sumiram no vácuo e no nada...
Sabemos que o espírito imortal, uma vez que existe, para sempre pode existir.
Vive aqui a pequena humanidade - vive acolá a grande humanidade...
Nem somos a centésima parte do que eles são...
Nós somos os sonâmbulos - eles os acordados...
Acordados na luz eterna - se forem filhos da luz...
Agora, profanos - então, iniciados...
Agora, semivivos - então, plenivivos...
Agora crentes ou descrentes - então videntes ou voluntariamente cegos...
Nós aqui ignoramos se valeu a pena termos nascido - deles se sabe se a colheita valeu a sementeira...
Nós, ainda no invólucro desta vida mortal - eles sem máscara nem véu ao sol da verdade...
Nós, os principiantes, tateamos ao longo da estrada - eles, os avançados, se aproximaram da meta.
Hoje, no mundo material - amanhã, num ambiente imaterial...
Feliz do homem que no aquém tem fé no que verá no além...
Feliz de quem, olhando para a aurora, aguarda o sol meridiano!...
Feliz de quem segue o "fio de Ariadne" - que do labirinto das trevas o conduzirá ao mundo da luz!...
Feliz de quem sofre o "espelho do enigma" das coisas presentes - para ver face a face as coisas futuras!...
Mais de 510 milhões deixam anualmente o mundo dos visíveis - e entram no mundo dos invisíveis...
Tombam milhões de gotinhas humanas das nuvens do aquém - no oceano imenso do além...
E amanhã - cairá esta gotinha também...
Cairá a tua, meu amigo...
Cairá a minha...
Voltando para donde veio...
Ao seio de outros mundos...
Rumo à meta final."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 201/202)


segunda-feira, 25 de março de 2013

A ATITUDE CORRETA EM RELAÇÃO A ERROS PASSADOS (PARTE FINAL)

"A escuridão pode reinar numa caverna por milhares de anos, mas leve a luz para lá e as trevas se esvaecerão como se nunca tivessem existido. Analogamente, quaisquer que sejam os seus defeitos, eles já não mais serão seus quando você levar para dentro a luz da bondade. Tão grande é a luz da alma que encarnações do mal não a podem destruir. 

Não há pecado que não possa ser perdoado; não há mal que não possa ser superado, pois o mundo da relatividade não abriga absolutos.

Deus jamais abandona alguém. Quando você acredita, depois de ter pecado, que sua culpa seja imensurável, sem redenção; e quando o mundo declare que você não vale nada e que jamais chegará a ser qualquer coisa, pare um momento para pensar na Mãe Divina. Diga a ela: "Mãe Divina, eu sou Teu filho, Teu filho travesso. Perdoa-me, por favor." Quando você apelar para o aspecto materno de Deus, não há recusa - você simplesmente derrete o Coração Divino. Entretanto, Deus não o apoiará se continuar agindo mal. Ao rezar, você tem de abandonar as más ações.

Os santos são pecadores que não desistiram. Quaisquer que sejam as suas dificuldades, se não desistir, você estará progredindo na sua luta contra a corrente. Lutar é ganhar a graça de Deus. 

Um diamante terá menos valor só por estar coberto de lama? Deus vê a beleza imutável da sua alma. Ele sabe que nós não somos os nossos erros.

Por algumas encarnações você tem sido um ser humano, mas ao longo da eternidade tem sido filho de Deus. Nunca se considere um pecador, pois o pecado e a ignorância são apenas pesadelos mortais. Quando despertarmos em Deus, veremos que nós - a alma, a consciência pura - jamais fizemos algo errado. Imaculados pela experiências mortais, somos e sempre fomos filhos de Deus.

Cada um de nós é filho de Deus. Nascemos do Seu Espírito, em toda a pureza, glória e alegria. Essa herança é inalienável. Condenar-se a si próprio como pecador, comprometido com o caminho do erro, é o maior de todos os pecados. A Bíblia diz: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?" Lembre-se sempre: o Pai o ama incondicionalmente."

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 106/108)


sábado, 17 de novembro de 2012

O AMANHECER




“Quanto maior for a treva da noite, maior será o fulgor do amanhecer.

Paciência!

Repara. Está quase amanhecendo.”

(Hermógenes – Mergulho na paz - 125)

PECADOR



“Não permita que ninguém o chame pecador, Deus o fez à imagem Dele. Negar essa imagem é o maior pecado contra você mesmo. (...) As trevas podem reinar em uma caverna por milhares de anos, mas leve luz para dentro dela e as trevas se desvanecerão como se nunca tivessem existido. De maneira semelhante, não importa quais sejam seus defeitos, eles já não serão seus quando você levar para dentro a luz da bondade.”

(Paramahansa Yogananda – No Santuário da Alma – 17)