OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 3 de julho de 2013

CARMA - CONSTRUÇÃO DO FUTURO INDIVIDUAL (PARTE FINAL)

"(...) De mais valor é a sabedoria. O homem comum não procura pensar na razão de ser de seus atos. Vive de maneira passiva, sem tentar corrigir uma série de defeitos simples, de atitudes poucos razoáveis. Não reflete que se deixa dirigir por preconceitos entorpecentes e estúpidos. Assim, ele mesmo prepara o terreno para sofrimentos e limitações nesta própria vida. Diz Annie Besant: "Numerosas pessoas não pensam. O que chamam "seu pensamento" não é senão o reflexo dos pensamentos dos outros ao qual sua consciência respondeu; seu intelecto é um espelho e não um organismo criador." É por tudo isso que diz Leadbeater: "Nove décimos dos sofrimentos do homem comum são resultantes, não de existências anteriores, mas da própria existência atual."

Procuremos o equilíbrio em nossos pensamentos, palavras e ações e cultivemos nosso caráter. Evitaremos, assim, os nove décimos de sofrimentos de uma encarnação, apontados por Leadbeter.

Há pessoas que se dizem nervosas, ou tímidas, ou impacientes ou coléricas e não procuram dominar-se alegando que assim nasceram e, por isto, assim devem morrer. Realmente, devido ao carma de vidas anteriores, nesta trazem a pesada carga de defeitos não superados. Mas no simples fato de tentarem seriamente combatê-los, embora sejam aparentemente irremovíveis, apesar dos numerosos fracassos, já deram um passo para a vitória, embora os resultados não sejam colhidos na vida presente.

Os cristãos não-reencarnacionistas e os materialistas que predominam no Ocidente, criaram a mentalidade imediatista de quem acredita só ter uma vida. Daí a pressa, a ânsia de conseguir logo tudo o que se quer. Ora, há muito tempo em nossa frente, embora este tempo deva ser sempre muito bem aproveitado. As pessoas cuja vida foi constante luta contra as inclinações más ou viciosas, não perderam seu tempo e seus esforços, mesmo que, aparentemente, tenham morrido como nasceram. 

Aliás, após a chamada morte, a luta pelo aperfeiçoamento do caráter continua. Em outra encarnação, a pessoa talvez já nasça expurgada dos defeitos da encarnação anterior, ou conseguirá dominá-los com muita facilidade. É o caso de indivíduos estouvados, violentos, na mocidade e que, repentinamente, se transformam, como Santo Agostinho, São Francisco de Assis e muitos outros.

O conhecimento das leis espirituais é confortador ao extremo, porque revela as capacidades latentes do indivíduo, dá-lhe visão mais otimista e construtiva da vida e confere-lhe ânimo e resignação para todos os obstáculos e sofrimentos que lhe sobrevêm na vida física."

(Alberto Lyra - O Ensino dos Mahatmas - IBRASA, São Paulo - p. 216/217)


terça-feira, 2 de julho de 2013

PERSEVERE NA JORNADA EM BUSCA DA BEM-AVENTURANÇA

"Cuide da disciplina necessária às práticas espirituais, mas não se preocupe quanto aos frutos decorrentes. A Realidade e a realização da Realidade não têm paradas ou limites. Não ceda a toda sorte de ilusão nem a desejos por este ou aquele estágio. Persevere na jornada, tendo os olhos no objetivo. Jamais abandone a disciplina. Não mude a hora da meditação. Tendo um alvo único e uma imutável atitude, lute para o alcançar. Isso lhe propiciará todos os frutos. Isso o abençoará com toda bem-aventurança.

Não se deixe afetar pelo que os outros falam sobre as imaginárias experiências deles. Para você nada pode ser mais autêntico que sua própria experiência. Portanto, trate primeiro de obter concentração indesviável (ekagratha). Que este seja seu objetivo único."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 121/122)


CARMA - CONSTRUÇÃO DO FUTURO INDIVIDUAL (2ª PARTE)

" (...) Apesar de dizer que "de boas intenções está o inferno calçado", o erro cometido com boa intenção acarretará mau e bom Carma. Mau, pelo ato errado; bom, pelo intenção elevada. Se, ao errar, mesmo por fraqueza, o indivíduo tem em mira um ideal mais alto, se em lugar de desanimar com o erro, procurar criar novas forças para resistir, estará constituindo alicerces mais sólidos para vidas futuras. 

Certos sonhos marcam a influência de erros de vidas passadas, na presente. Assim, indivíduos virtuosos, abstêmios, de pensamentos puros, têm, no entanto, sonhos em que procedem de maneira contrária ao que pensam e fazem e vigília (Platão, aliás, disse que o homem mau faz o que o bom sonha.) Estes sonhos são os últimos resquícios de lutas passadas. O abstêmio por temperamento, que sonha estar a se embriagar e a sentir prazer na bebida, esgota, pelo sonho, os restos do vício de uma vida anterior, atualmente vencido. É princípio oculto que aquilo que desejarmos, aplicando toda a nossa vontade, acabaremos obtendo, mais cedo ou mais tarde, numa ou noutra vida.

Naturalmente há pessoas que têm menor potência de materialização dos desejos do que outras e obtêm, com facilidade o que para outros é custoso. Recordo-me da história de um estudante de ocultismo que, para experimentar a força do pensamento, começou por imaginar um tapete com forma e desenhos por ele concebidos. Um dia fizeram-lhe presente de um tapete igual ao que concentrara em seu pensamento. Esta força depende da constituição psíquica e de outras resultantes cármicas. Enquanto indivíduos realizam o que querem, em poucos meses, outros levam anos e muitos só realizam em vidas posteriores aquilo que desejaram. É o caso de indivíduos "com sorte", que ganham fortunas inesperadas, conquistam boas situações "por acaso" etc. 

De maneira que nenhum esforço será vão. Mas este fato deve nos dar também seu ensinamento. Precisamos pensar bem aquilo que queremos. Seja o caso do indivíduo que mentaliza a riqueza. Suponhamos que a conquiste logo, embora seja egoísta, sensual, glutão. Que aplicação irá dar ao dinheiro ganho? Certamente a pior possível.

Pela lei do Carma, conseguiu o que desejou, mas pela mesma lei, irá colher, depois, as pesadas consequências daquilo que fez com a riqueza aplicada sem discernimento. Só mais tarde a experiência ganha pelo sofrimento irá lhe ensinar a grande verdade do princípio bíblico: "Não semeeis tesouros na terra..." (...)"

(Alberto Lyra - O Ensino dos Mahatmas - IBRASA, São Paulo - p. 215/216)


segunda-feira, 1 de julho de 2013

BEM-AVENTURADOS OS QUE SOFREM PERSEGUIÇÃO POR CAUSA DA JUSTIÇA, PORQUE DELES É O REINO DOS CÉUS

"A bem-aventurança de Deus visitará as almas que suportam com equanimidade, por fazerem o que é correto, a tortura da crítica injusta dos falsos amigos, e também dos inimigos, e que permanecem livres da influência dos maus costumes ou hábitos prejudiciais da sociedade. Um devoto íntegro não se curvará diante da pressão social para que beba, somente por estar numa reunião em que são servidos coquetéis, mesmo quando os demais zombem dele por não compartilhar de seu gosto. A retidão moral traz a zombaria de curto prazo mas o regozijo a longo prazo, pois a persistência no autocontrole produz bem-aventurança e perfeição. Um eterno reino de alegria celestial, a ser desfrutado nesta vida e além dela, é o que recebem aqueles que vivem e morrem conduzindo-se de acordo com o que é justo. 

Pessoas mundanas que preferem as indulgências sensoriais ao contato com Deus são os verdadeiros tolos, porque ao ignorarem o que é correto - e portanto bom para elas - têm de colher as consequências. O devoto íntegro procura aquilo que é benéfico para ele no mais elevado sentido. Aquele que abandona os costumes levianos do mundo e suporta de bom grado o menosprezo que os amigos sem visão expressam por seu idealismo demonstra que está apto para a infindável bem-aventurança de Deus.

O versículo acima também oferece encorajamento àqueles que são perseguidos e torturados por tentações sensoriais e maus hábitos quando decidem aderir a princípios morais e práticas espirituais. Eles são, na verdade, virtuosos, seguindo o caminho correto do autocontrole e da meditação, que a seu tempo sobrepujará as tentações, conquistando para o vitorioso o reino da eterna alegria. 

Não importa quão poderosas sejam as tentações, ou quão fortes os maus hábitos, é possível resistir a eles com o poder de autocontrole guiado pela sabedoria e mantendo a convicção de que, seja qual for o prazer prometido pela tentação, ela sempre acabará por trazer-nos sofrimento. As pessoas sem determinação tornam-se inevitavelmente hipócritas, justificando seu mau comportamento enquanto sucumbem às armadilhas da tentação. O mel de Deus, embora encerrado em mistério, é o que a alma verdadeiramente anseia. Aqueles que meditam com firme paciência e perseverança rompem o selo do mistério e sorvem profundamente o néctar celestial da imortalidade. 

O céu é aquele estado de alegria transcendental e onipresente em que tristeza alguma jamais ousa penetrar. (...) O reino da Consciência Cósmica pertence ao Rei da Bem-aventurança Celestial e às almas elevadas que Nele imergem. Daí se dizer que devotos que unem seu ego a Deus, tornando-se unos com o Rei do Universo: "Deles é o reino dos céus"."

(Paramahansa Yogananda - A Yoga de Jesus - Self-Realization Fellowship - p. 93/94)


CARMA - CONSTRUÇÃO DO FUTURO INDIVIDUAL (1ª PARTE)

"Segundo o Carma: O que pensarmos seremos. O que desejarmos obteremos. O que semearmos colheremos. As aspirações em uma vida transformar-se-ão em ideais na outra; as críticas, em importunações; os ressentimentos, em desgostos; os malefícios, em sofrimentos; os auxílios, em conforto; as simpatias, em alegrias.

No Ocidente, liga-se muito pouca importância aos pensamentos. Entretanto, na Bíblia, onde estão todos os ensinamentos que o homem precisa, é sublinhado o valor dos pensamentos: "Eu, porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela." (Mateus. V. 28).

Se os atos têm importância, os pensamento têm-na ainda mais. O ato é uma coisa que já passou, é a materialização, a cristalização do pensamento, enquanto este é uma coisa dinâmica, uma força em ação. Mesmo atos ditos impulsivos, ações impensadas, são resultantes de pensamentos, quer de vidas passadas, quer da atual. 

Se alguém mata, rouba ou adultera, é porque nesta vida, ou em vidas anteriores, andou pensando em matar, roubar ou adulterar, não o tendo feito por falta de oportunidade. Se agora não o pensa, esteve alimentando tais pensamentos em vidas precedentes e criou, para a atual, a situação que o levou a materializá-los. No ato material existem três fatores: o mental (pensamento, intenção), o astral (emoção, sentimento) e o ato físico. 

A cada fator corresponde um efeito cármico. Assim, um homem pode matar com a intenção de matar e com ódio; pode fazê-lo com a intenção de matar, porém sem ódio, por dever, como o soldado na guerra; ou sem intenção e sem emoção alguma, por acidente. Ele foi levado a cada ato por motivos cármicos e provocará, por sua vez, consequências cármicas diferentes, conforme o motivo que o conduziu ao assassínio. 

Da mesma forma o ato caritativo feito por ostentação ou por real amor ao próximo, produzirão frutos cármicos diversos. O ato material bom produzirá fruto bom, em ambos os casos. Se proporcionou, por exemplo, conforto aos seus semelhantes, receberá condições materiais boas em outra encarnação. Mas, como o fez por egoísmo, no primeiro caso, terá em troca sofrimento. Será o indivíduo rico e doente. Terá riqueza, mas não auferirá os prazeres que a riqueza poderia lhe conceder. No segundo caso, a satisfação será completa. (...)" 

(Alberto Lyra - O Ensino dos Mahatmas - IBRASA, São Paulo - p. 214/215)