OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 17 de agosto de 2013

UNIDADE COM A VIDA (PARTE FINAL)

"(...) As dificuldades e os perigos do caminho espiritual surgem da presença de um eu ainda ativo. Por isso os gurus alertavam os aspirantes a não tentar seguir adiante sem o preparo adequado, na expectativa de conseguir resultados cedo demais. Isso também se aplica a nós. Os estados de crescimento variam e aquilo que é útil em um estágio pode não servir em outro; pode até mesmo se tornar danoso ou estagnar o progresso. 

O egoísmo e a presunção são mais danosos quando alojados nos princípios superiores do que quando associados aos princípios inferiores e ao corpo físico. A metáfora da escada ilustra isso: diz-se ao aspirante para não tentar colocar o pé sujo nem mesmo no mais baixo degrau da escada que leva à ascensão espiritual.

O livro Luz da Ásia, de Edwin Arnold, fala sobre isso. Quando Gautama encontra Sujata, come arroz cozido e leite adoçado, abençoa seu filhinho e pergunta a ela se apenas viver é suficiente - se bastam a vida e o amor. Sujata diz: 'O meu coração é pequenino, e um pouco de chuva que mal umedece o campo enche a copa do lírio.' Ela fala do seu trabalho diário, os cuidados com a família, a oração pela manhã e a visita ao templo à noite, a caridade e as boas ações; segue os ensinamentos dos livros sagrados, confiante de que aquilo que virá será bom.

Gautama então disse: 'Mais sábio que a sabedoria é o teu saber simples. Ficai contente em não saber, sabendo assim, a teu modo, o que é certo e qual o teu dever: crescei, ó flor, com a tua doce espécie à sombra pacífica - a luz do sol do meio-dia não é para as tenras folhas que deverão desdobrar-se sob outros sóis e elevar em vidas futuras uma cabeça coroada aos céus.'

O autoconhecimento é um estado de unidade com a vida. A vida espiritual começa a reluzir em pureza, liberdade, alegria e compaixão ilimitadas. Todos atingirão esse estado - alguns mais cedo, outros mais tarde. O progresso está nas mãos da própria pessoa, desde que haja um profundo impulso interior de seguir adiante."

(Surendra Narayan - Revista Sophia nº 38 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 27)


ATEUS E MATERIALISTAS (PARTE FINAL)

"(...) Materialista não é aquele que verbalmente nega o espírito. É quem, não obstante se diga espiritualista, vive neste mundo como se só acreditasse na matéria. Materialista é o 'líder espiritualista', cuja vida é uma busca incessante de satisfações materiais, de haveres e prazeres.

Espiritualista não é apenas uma doutrina, mas uma forma de viver. Ateísmo não é uma escola filosófica de negação de Deus, mas uma forma de ser e viver, da qual Deus foi em verdade expulso.

Se você expulsou Deus de sua vida, seja por inconsciência, seja por andar zangado com Ele, seja por sua vaidosa atitude pseudocientífica, mude. Mude radicalmente. Purifique o templo e convide-O a entrar e governar sua vida. Seja sábio e humilde oferecendo-se a Ele. Não viva um segundo sem que seja para Ele. Sirva seus semelhantes, vendo-o em cada um deles. Adore-O na paisagem à sua frente. Ame-O, mesmo em seus momentos mais dolorosos. Viva, daqui por diante, em função de Deus, procurando cada vez maior aproximação. Contemple-O como a Única Realidade e então a indigência em que você tem vivido - seja indigência física, de recursos financeiros, de paz, de consolação, de sabedoria, de finalidade e conteúdo na vida - perderá a sua pseudorrealidade e, assim, sua vida se transformará. Ofereça a Deus suas vitórias e também suas frustrações e dores, e então, triunfos e derrotas passarão a ser o que, em verdade, são - efêmeros fantasmas, sem realidade, sem perenidade e sem capacidade de perturbar."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 168/169)


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

UNIDADE COM A VIDA (1ª PARTE)

"O crescimento espiritual e a busca do autoconhecimento são uma tarefa difícil, pois equivalem a tentar desvendar as coisas do espírito com os olhos da carne. 

Pode-se encontrar instruções objetivas nos ensinamentos dos sábios. Eles afirmam que não se deve esperar progressos enquanto a pessoa estiver presa aos atrativos mundanos. Não se pode usufruir de ambos os mundos. 

'As puras águas da vida eterna, claras e cristalinas, não podem se misturar às torrentes lamacentas das tempestades'. Não se pode alcançar as profundezas do oceano e observar suas belezas enquanto se continua a nadar na superfície, buscando a vista da praia. 

Mas a vida no mundo não é incompatível com a vida do espírito. O que é incompatível é a vida mundana - baseada somente nos sentidos. Muitos desejam ambas e reclamam da falta de progresso no caminho espiritual. Derivam daí vários tipos de problemas e desapontamentos. 

Para se elevar ao espiritual, o apego ao material tem que ser abandonado. Já que o apego surge da ilusão de uma identidade separada, o desapego significa mover-se com consciência para a percepção da totalidade. É um meio de autotranscendência e obviamente não pode seguir pari passu com a autoindulgência. 

Ainda assim, não se pede que a pessoa leve uma vida de total abstinência. Nas palavras de N. Sri Ram, é preciso desenvolver 'um estado de imaculada passividade sensitiva, passando pela experiência sem desejos'. A palavra 'experiência' significa simplesmente passar por alguma coisa. Infelizmente, jamais passamos por alguma coisa sem levar uma marca dela. É essa marca que se torna um obstáculo. (...)"

(Surendra Narayan - Revista Sophia nº 38 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 26/27)


ATEUS E MATERIALISTAS (3ª PARTE)

"(...) Há os que são ateus por ignorância arrogante. É frequente entre estudantes universitários um ateísmo nascido da semiciência e alimentado por vaidade intelectual. Depois de cortar um pedaço qualquer de cadáver, sem ter encontrado Deus entre tecidos mortos, o acadêmico orgulhoso se diz ateu. Coitado!

O mesmo fizeram astronautas soviéticos que O não encontraram em sua viagem espacial. São vaidosas caricaturas de cientistas a negarem a caricatura de Deus, que lhes fora impingida por uma imatura educação religiosa. Anos depois, quando amadurecidos e tendo passado por experiências pessoais que lhe tenha dilatado os horizontes mentais, o ex-estudante, agora cirurgião, ao fechar a incisão, depois de ter retalhado carnes, secionado nervos, extirpado pedaços ou enxertado outros, emendado artérias ou drenado órgãos, é um crente. Ele crê na capacidade de auto-restauração orgânica. Tem fé em princípios e energias inteligentes que agirão para o aprimoramento de seu trabalho de remendão. Ele tem fé em Algo. É um crente. 

Concluímos que o semicientista não é ateu. É apenas uma imatura mentalidade, recheada de orgulho intelectual e movida de falsa atitude científica que, com o tempo, cederá. É, às vezes, um 'beligerante' exibicionista. 

Há também os que são ateus porque estão zangados. São criaturas a quem ensinaram que Deus está sempre a nosso dispor, para atender eventuais pedidos. Ele não orou, pedindo isto ou aquilo, e Deus 'fez ouvidos de mercador' e ele agora já não acredita em mais nada. É outra forma de ateísmo filho da ignorância, desta vez, associada com o egoísmo fundamental. 

Os verdadeiros ateus não o são pelo simples fato de assim se proclamarem. Ateus são aqueles que, muito embora se considerem religiosos e alguns o são mesmo até de profissão. levem uma vida distanciada de Deus. Não é pelas palavras, mas pelas ações e sentimentos que somos filhos ou negadores de Deus. Se você é um clérigo, um líder religioso, um professor ou escritor de yoga e não sabe amar, perdoar e servir, se não tem a convicção da Presença, se não se entrega todo a Deus, se não O reverencia em cada ato de sua vida e, ao contrário, por ação ou omissão, vive egoisticamente tirando proveito da credulidade e dos anseios espirituais dos outros, então a você cabem todos os 'ais' que Jesus dirigiu aos fariseus. No fundo de nossa consciência está escrito se somos ou não ateus. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 167/168)


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A CONSCIÊNCIA DOS ANIMAIS

"Benjamin Hoff, autor de The Tao of Pooh, afirmou certa vez que 'muitas pessoas conversam com os animais. Porém, poucas os escutam. Esse é o problema'. Os animais têm uma capacidade extraordinária de ouvir. Quando alguém verdadeiramente os observa, pode ver que eles ouvem com todo o corpo, não apenas com uma parte de si. Uma das razões possíveis para isso é que, para os animais, ouvir é parte integrante do processo de sobrevivência. Eles foram treinados ao longo da evolução a prestar muita atenção ao ambiente. Foi noticiado que, minutos antes do tsunami de 2004 atingir as praias da Tailândia, alguns elefantes que transportavam turistas, pararam ficaram agitados e depois correram para as colinas próximas, salvando assim inúmeras vidas humanas. Eles haviam claramente percebido que algo de grande proporção estava para acontecer e  mostraram extraordinária sensibilidade. (...) 

Como escreveu Ashley Montagu, 'a indiferença, a insensibilidade e o desprezo que tantas pessoas demonstram com relação aos animais é maléfica, primeiramente porque resulta em grande sofrimento aos animais, e segundo porque resulta num empobrecimento incalculavelmente grande do espírito humano'. Vale a pena ponderar sobre isso. Vale a pena ver em cada animal que encontramos um presente que vem do coração da vida, e ajudar cada um deles em sua jornada. Ao assim fazer, podemos descobrir que recebemos uma grande bênção."

(Pedro Oliveira - Revista Sophia nº 44 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 12/13)