OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 17 de março de 2014

INVOCAÇÃO

Possa Brahman proteger-nos. Possa Brahman depositar diante de nós o fruto do conhecimento. Que possamos obter a energia para adquirir conhecimento. Possa nosso estudo revelar a Verdade. Que possamos não nutrir maus sentimentos um para com o outro.

"Como é evidente, a Invocação acima é recitada por ambos, o Instrutor e o Discípulo juntos. Ambos, ao mesmo tempo, pedem para obter a energia para adquirir conhecimento, pois a busca do conhecimento requer muita energia. Qualquer desperdício de energia seria prejudicial para a busca de conhecimento. Para que esse desperdício não ocorra, deve haver extraordinária clareza de parte de ambos, o instrutor e o discípulo. A Invocação acima diz: ‘Possa nosso estudo revelar a Verdade’. O Instrutor e o Discípulo estão preocupados com a Verdade – e a Verdade precisa ser descoberta. O método de ensinamento contido nos Upanixades conduz a ambos, o instrutor e o discípulo, a descoberta. O relacionamento entre o instrutor e o discípulo não é estático – é intensamente dinâmico – é um relacionamento no qual o instrutor e o discípulo aprendem juntos.

A última frase da invocação diz: ‘Que possamos não nutrir maus sentimentos um para com o outro’. Uma comunhão é possível quando há perfeito entendimento entre o instrutor e o discípulo. Quando a educação se torna uma jornada que os dois realizam juntos para os reinos da Verdade, então vem à existência um relacionamento de respeito e consideração entre o instrutor e o discípulo todo o tempo. Há uma disciplina, mas é uma disciplina nascida da liberdade, pois aqui não é um que ensina ao outro, são os dois juntos que aprendem a própria Verdade."

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 52/53)

A ALMA DEVE REASCENDER ATÉ DEUS

"Antes que a criação existisse, havia a Consciência Cósmica: o Espírito ou Deus, como Absoluto, a Bem-aventurança sempre existente, sempre consciente, sempre nova, além da forma e da manifestação. Quando a criação surgiu, a Consciência Cósmica 'desceu' para o universo físico, onde Se manifesta como Consciência Crística:¹ o reflexo puro e onipresente da inteligência e da consciência de Deus, inerente a toda a criação e nela oculto. Quando a Consciência Crística desce para o corpo físico do homem, torna-se alma ou superconsciência: a bem-aventurança sempre existente, sempre consciente e sempre nova de Deus, individualizada por encerrar-se no corpo. Identificando-se com o corpo, a alma se manifesta como ego ou consciência mortal. A Ioga ensina que a alma deve tornar a subir, pela escada da consciência, de volta ao Espírito.²"

¹ As escrituras hindus referem-se à Consciência Crística como Kutastha Chaitanya, consciência universal ou inteligência onipresente. 
² A Ioga ensina que a morada da alma - da vida e da consciência divina do homem - situa-se nos centros espirituais sutis do cérebro: Sahasrara, o lótus de mil pétalas, no topo do cérebro, sede da consciência cósmica; Kutastha, no ponto entre as sobrancelhas, sede da consciência crística; e o centro que se localiza no bulbo raquidiano (ligado por polaridade ao Kutastha), sede da superconsciência. Descendo para o corpo (e para a consciência física), a partir dos centros de mais alta percepção espiritual, a vida e a consciência fluem para baixo, ao longo da coluna vertebral, passam pelos cincos centros espinhais astrais (...) e se distribuem exteriormente pelos órgãos físicos vitais, pelos órgãos de percepção sensorial e pelos órgãos de ação.
Para reconquistar a percepção beatífica de sua unidade com Deus, a alma humana deve inverter o curso descencional, subindo pela rota sagrada da coluna até seu lar, nos centros mais elevados de percepção divina, no cérebro. 

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 17/18)


domingo, 16 de março de 2014

DO IRREAL AO REAL - O BEBÊ

"O bebê é um símbolo de um universo recém-nascido; seu primeiro alento é como o alento de Deus soprando sobre a face das águas, e, seu primeiro choro, a música da voz de Deus, o som da Palavra Criadora. O primeiro alento e o primeiro choro do bebê são as mensagens divinas que ele traz de Deus ao homem, a coisa mais celestial sobre a face da Terra e, de todas, a mais próxima do Divino. O bebê vem do passado e passa pelo ventre materno em sua caminhada para o futuro. Ao nascer, o passado brilha todo em seu redor, como a glória do sol poente; o futuro ele tem em suas mãos. Passado, presente e futuro formam a trindade de sua Chama Divina.

O bebê nasce com o intuito de unir passado, presente e futuro. O objetivo de toda vida humana é conhecer passado, presente e futuro como uma unidade; tudo deve ser subordinado ao cumprimento deste destino.

Até o nascimento o bebê está nas mãos de Deus, que tudo arranjou para o cumprimento daquele destino. Ao nascer a criança é liberada das mãos de Deus e entregue nas mãos do homem; o homem deve conduzi-la de volta a Deus. A razão para esta peregrinação, o motivo deste aprisionamento voluntário na carne é que ela possa aprender a maneira de vir de Deus e, através dos mundos materiais, voltar para Deus."

(Geoffrey Hodson - Sede Perfeitos - Canadian Theosophical Association)


AMIZADE - O MAIS SUBLIME RELACIONAMENTO ENTRE OS AMORES HUMANOS

"O relacionamento que existe entre amigos é o mais sublime dos amores humanos. Por não existir compulsão, o amor entre amigos é puro. Escolhemos livremente os amigos que amamos; não somos compelidos pelo instinto. O amor que se manifesta na amizade pode existir entre homem e mulher, entre mulheres e entre homens. Mas no amor da amizade não existe atração sexual. É preciso ser celibatário e esquecer completamente o sexo quando se quer encontrar o amor divino através da amizade; é então que esta nutre a cultivação do amor divino. A amizade pura existiu entre santos e existe entre os que realmente amam a Deus. Se você sentir o amor divino uma vez, nunca mais se separará dele, pois não há nada igual em todo o universo.

O amor dá sem esperar nada em troca. Nunca penso em alguém em termos do que aquela pessoa pode fazer por mim. E nunca dedicaria amor a alguém só por ter feito alguma coisa por mim. Se não sentisse amor, não fingiria dá-lo, mas conforme sinto, eu o dou. Aprendi essa sinceridade com meu Mestre. Talvez existam pessoas que não me tenham amizade, mas sou amigo de todos, inclusive de meus inimigos, pois no coração não tenho inimigos. 

Amor não se ganha pedindo; é uma dádiva do coração do outro. Tenha certeza do que sente quando disser 'eu te amo' a alguém. Quando se dá amor, tem que ser para sempre. Não porque você queira estar perto da pessoa amada, e sim por querer a perfeição para aquela alma. Desejar perfeição ao ser amado e sentir alegria pura pensando naquela alma é amor divino, e esse é o amor da verdadeira amizade."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 12)


sábado, 15 de março de 2014

O CAMINHO DO MEIO

...um caminho de fio de navalha, difícil de trilhar e difícil de atravessar.

"O Caminho do Meio, sem dúvida é o caminho do fio da navalha. Manter-nos no estreito fio da navalha é uma tarefa difícil. Não é preciso dizer que qualquer hesitação faria o homem cair no outro lado. Até mesmo o mais leve, até mesmo um pequeno movimento da mente levaria o aspirante a um dos extremos, o da esquerda ou da direita. A mente não consegue percorrer o Caminho do Meio por seus próprios esforços. Um caminho assim seria apenas um meio-termo entre os dois opostos. Mas o Caminho do Meio não é um meio-termo entre dois extremos – não é com um pouco de indulgência e um pouco de negação que se produz o Caminho do Meio. O Caminho do Meio é aquele no qual não há indulgência nem negação. É na completa negação tanto da indulgência como da resistência a ela que o Caminho do Meio é percorrido. Mas a mente só conhece a indulgência e a negação, ou um meio-termo entre as duas, que ela chama de sínteses entre os dois extremos. A mente não consegue percorrer o caminho do meio por seus esforços conscientes – e só quando os esforços da mente cessam e o controle é assumido pela Inteligência, por Buddhi, que o Caminho do Meio é percorrido. Ele é como um fio de navalha porque é muito estreito – é como uma linha matemática que tem extensão, mas não possui largura. Não pode ser concebido pela mente. Atman deve ser encontrado no Caminho do Meio – o caminho que não é conhecido pela mente, mas ao longo do qual a mente se move quando é iluminada e guiada pela Inteligência ou Buddhi."

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 74)