OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 17 de abril de 2014

A SOBERBA

"Um rio de planície, cheio de soberba, a um rio de planalto dizia:

- Eu sou tranquilo, largo, sereno e profundo. Em minhas águas navegam barcos, que levam riquezas aos mercados, remédios para os doentes, alimento às populações distantes, brinquedos para as crianças, presentes aos que são amados...

O rio das terras altas, agitado e sonoro, rápido e cheio de força, por sua vez respondeu:

- Pouco importa ser navegável ou não. É da permanente inquietude de minhas águas, dos desníveis do meu leito, das quedas e corredeiras que os homens tiram energia para mover fábricas, criar riquezas e iluminar cidades. Compare a poluição de tuas pardacentas águas com a limpidez das minhas.

Um sábio que por ali passava, escutando o diálogo, compadecido de tanta ilusão e arrogância, resolveu interferir com sua misericórdia, falando assim:

- Como são tolos vocês! Supõem que são diferentes. Não sabem que um é o outro. Discutem somente porque ainda não descobriram que não existem rios diferentes, mas um único rio. Renunciem à soberba, filha da ilusão. Cessem a discussão. Continuem, cada um, a cumprir individualmente o papel que têm a desempenhar, que são missões igualmente importantes, sem esquecer, no entanto, que são um único e mesmo rio, nascidos juntos e destinados a juntos imergir no mar."

(Hermógenes - Viver em Deus – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 4ª edição - p. 148/149)


JOVENS PARA SEMPRE (1ª PARTE)

"De acordo com as antigas tradições, todos os imortais são jovens. Não conseguimos imaginar um imortal tornando-se eternamente mais velho. Uma entidade assim dificilmente seria um anjo inspirador. Os anjos, ou imortais, não envelhecem; eles são não apenas sempre jovens, mas também alertas, felizes e radiantes de luz.

De acordo com a literatura teosófica, os Adeptos, seres que transcenderam a servidão do carma, podem viver muitos anos no corpo físico, se desejarem, sem parecerem mais velhos. Quando Charles Johnston perguntou a idade de seu mestre, Helena Blavatsky respondeu: ‘Eu não sei. Mas eu o conheci quando tinha vinte anos, em 1851. Ele estava no auge de sua masculinidade. Agora sou uma velha, mas ele não envelheceu um dia sequer” (Biografia de H. P. Blavatsky por Sylvia Cranston, Ed. Teosófica).

O carma afeta todos nós nos níveis físico, emocional e mental. O corpo que temos e as condições nas quais ele vai mudando, devido às nossas ações, emoções e pensamentos, são partes da ação de forças cármicas. Nascemos com traços genéticos e características raciais; isso também é resultado do carma.

Mas é nossa responsabilidade, pela qualidade da nossa vida no presente, dotar o corpo de graça ou envelhecê-lo. O corpo muda de acordo com as nossas condições mentais. A ansiedade produz rugas no rosto; a ambição o endurece. O desejo e o egoísmo causam estresse, e afetam não apenas a saúde, mas também a aparência do corpo. Portanto, algumas pessoas tornam-se graciosas com a idade, enquanto outras ficam sem atrativos mesmo na meia-idade. (...)"

(Radha Burnier - Jovens para sempre - Revista Sophia, Ano 5, nº18 – Pub. da Ed. Teosófica - p. 24/25)

quarta-feira, 16 de abril de 2014

RECORDEM-SE CONSTANTEMENTE DE DEUS

"Em primeiro lugar, a mente, que governa os sentidos, deve ser controlada. Depois disso, mente e intelecto devem fundir-se no Atman. Quando usufruem da companhia de homens santos, vocês podem acreditar que suas paixões estão mortas, mas não se deixem iludir. Só se libertarão das paixões depois de alcançar o samadhi. Por isso, permaneçam sempre alerta, até conseguirem transcender a mente. 

Deus é. A religião é algo verdadeiro. Estas não são verdades pregadas apenas para que os homens sejam morais ou para manter a ordem social. Deus verdadeiramente existe. Ele é Real e pode ser realizado. Ele é verdadeiro. Não existe maior verdade do que Ele. Sejam calmos, tranquilos e mantenham o autocontrole. (...)

Todos os dias, dediquem algum tempo à autoanálise. Perguntem a si mesmo: 'Porque vim até aqui? Como tenho passado meu tempo? Meu desejo de conhecer Deus é real? Estou realmente empenhando-me para encontrá-Lo?' A mente sempre tenta iludir o homem. Ele, porém, não deve se deixar levar de um lado para o outro por ela; deve dominá-la e governá-la. Sejam verdadeiros e puros de coração. Quanto mais puros se tornarem, mais suas mentes se integrarão a Deus. Vocês reconhecerão a sutileza das ilusões mentais e serão capazes de acabar com elas. Quem são seus inimigos? Seus próprios sentidos. Se puderem controlá-los, porém, eles se tornarão seus amigos. A mente é seu único inimigo e, simultaneamente, seu único amigo. O homem que analisa a si mesmo consegue livrar-se das ilusões mentais sutis, e com isso percorre o caminho da espiritualidade com mais presteza." 

(Swami Prabhavananda e Swami Vijoyananda - O Eterno Companheiro - Ed. Vedanta, São Paulo, 2011 - p. 254/255)


O PERIGO DOS DESEJOS INSATISFEITOS (PARTE FINAL)

"(...) Há dois modos de acabar com os desejos: satisfazendo-os ou compreendendo, seja por raciocínio e discernimento, seja pela sabedoria, que somente Deus pode dar (...). Em muitos casos, os desejos ocultam-se no subconsciente. Você pensa que acabaram, mas estão ali. A vida é realmente um grande mistério, mas o mistério acaba quando se disseca a vida com o bisturi da razão. Se, todos os dias, você se senta em silêncio por alguns momentos e analisar-se, descobrirá que tem muitos desejos insatisfeitos. São como germens perigosos que você carrega pela vida e que o acompanharão por onde for, nesta existência ou na próxima.   

Usando de discernimento, o melhor é acabar com todos os desejos perigosos nesta vida e concentar-se em satisfazer os bons. Caso você se sinta inclinado a cometer suicídio ou a fazer alguma maldade, livre-se desses desejos agora. Convença-se, usando o raciocínio e praticando boas ações, de que você é filho de Deus feito à imagem Dele, e eleve-se acima de estados de ânimo e hábitos corporais. Seja mais desapegado. Desse modo, você vencerá. Se sofre de doença crônica, procure separar-se, mentalmente, da consciência do corpo. Pelo discernimento, você pode dominar os sentidos. O discernimento é o fogo que incinera o desejo. 

Em muitas casas, costuma-se acumular no sótão toda a 'sucata' inútil e desnecessária e, de vez em quando, fazer uma boa faxina. Da mesma forma, ocultos no sótão de sua mente subconsciente, há muitos desejos potencialmente nocivos que, um dia, poderão causar grandes transtornos. Assim, é importante fazer uma autoanálise. Talvez você seja do tipo rancoroso, mal humorado, ou colérico. Se assim for, esses traços armazenados resultam de seu próprio comportamento passado. Para limpar o sótão mental dos móveis inúteis, você deve se empenhar em praticar ações construtivas, positivas, amorosas."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 123/124)


terça-feira, 15 de abril de 2014

ESTREITA É A PORTA

"Não julgueis, para não serdes julgados. Porque com o julgamento com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medida vos hão de medir a vós.E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?Ou como dirás ao teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?(Mateus 7: 1-4)
Quase todos tendem à tagalerice, à crítica e ao julgamento dos demais. Gostamos de bisbilhotar e de criticar os outro porque isso incha o nosso próprio sentimento de ego. Por detrás de nossa crítica está o sentimento: 'Eu não tenho essa fraqueza. Sou mais forte que eles.' Em geral, a fraqueza que costumamos ver noutra pessoa existe apenas em nossa própria imaginação impura. Quantos de nós podem, de fato, olhar para o íntimo de outro ser humano e ver todos os motivos que o incitam a agir de determinado modo? No entanto, estamos ávidos para julgar e atribuir intenções - más intenções. 

A bisbilhotice pode parecer muito inocente, todavia, ela provoca grande dano na sociedade humana, em particular nos que se abandonam a ela. Os que insistem nos erros alheios desenvolvem os mesmos erros em si próprios: porque na mente de cada pessoa acumulam-se tanto as boas como as más impressões e tendências, e se criticamos o outro por causa de alguma falta, e teimamos na crítica, essas tendências que se acham adormecidas em nossa mente inconsciente libertam-se e passam a atuar. Por outro lado, se nos habituarmos a ver o bem nos outros nossas próprias boas tendências libertam-se e fortalecem-se. Assim, por amor de si mesmo e dos outros, importa que o vidente espiritual não faça crítica, não alimente boatos nem faça julgamentos. 'Se desejas a paz mental, não busque as fraquezas alheias', ensinou Sri Sarada Devi, grande e santa mulher de Bengala. "Aprende a tornar teu o mundo inteiro. Ninguém é estrangeiro; todo este mundo é teu.' (...)"

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 119/120)